Justiça Eleitoral vê indícios de fraude e decide suspender diplomação de eleitos em Fernão
A Justiça Eleitoral de Garça decidiu suspender a diplomação do prefeito eleito de Fernão, Éber Rogério Assis (PL), após identificar indícios de fraude eleitoral e abuso de poder público. Na decisão, o juiz Felipe Guinsani acata denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) e interrompe ainda a diplomação do vice eleito, Luiz Alfredo Leardini (Pode), e do vereador eleito Daniel Ferrato (PP).
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), movida pelo MPE, aponta que os candidatos eleitos estariam envolvidos em um esquema de transferência irregular de eleitores para garantir a vitória de Éber e Luiz Alfredo.
A denúncia aponta que Éber, atual vereador e médico veterinário, teria utilizado sua posição para arregimentar eleitores, facilitando a transferência fraudulenta de títulos eleitorais. As irregularidades incluem o uso de telefones pessoais dos investigados em requerimentos de transferência, o preenchimento dos documentos pelos próprios candidatos e o pagamento de multas eleitorais por Éber.
Além disso, o texto cita supostos indícios de compra de votos. Em depoimento, uma testemunha teria afirmado ter recebido a oferta de um emprego em troca da transferência de seu título eleitoral para o município de Fernão. Também teriam sido identificados diversos eleitores que votaram no município, mas que supostamente não residem na cidade, o que corroboraria as suspeitas de fraude.
A pequena diferença de apenas um voto (522 contra 521) entre os candidatos, para a Justiça Eleitoral, também reforçaria a importância de investigar a lisura do processo eleitoral.
Diante do risco de diplomação e posse ilegítima dos eleitos, o juiz responsável concedeu uma tutela de urgência, determinando a suspensão da diplomação de Éber, Luiz Alfredo e Daniel Ferrato enquanto o caso não for concluído.
Os investigados foram citados e deverão apresentar defesa nos próximos dias.
OUTRO LADO
O Marília Notícia não conseguiu contato com os citados na decisão do Ministério Público até a publicação da reportagem. Caso houver respostas, o texto será atualizado.