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22, mar / 2025, 6:09h Bom dia
Um homem apontado como liderança do tráfico na zona sul, dois irmãos e até a mãe foram presos nesta quarta-feira (19) em cumprimento a mandados de prisão expedidos pela Justiça. A maioria foi cumprido na zona sul da cidade, perto da área de domínio da família, que atualmente está em escombros.
As prisões viram mais uma página da história do antigo conjunto habitacional Paulo Lúcio Nogueira, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Durante o período de envolvimento no crime, a família foi alvo de monitoramento da Polícia Militar e investigações da Polícia Civil, que terminaram com uma sentença.
PENAS PESADAS
Em abril de 2021, a Justiça reconheceu os crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Os réus receberam penas de até 10 anos de prisão. A sentença foi mais dura para a matriarca.
Durante o processo, concessões permitiram a liberdade, mas com o fim dos recursos, a Justiça mandou prender cinco réus do caso, incluindo Roseli Aparecida Machado, de 45 anos; os filhos Elton Aparecido Machado, 25, o “Tom”, Ewerton Henrique Aparecido Jorge, 26, e Enrico Aparecido Jorge, 30.
Segundo a denúncia, a família liderada por “Tom” dominava a venda de drogas na região dos predinhos. O grupo mantinha endereços em mais de um bloco, empregava um menor e tinha colaboração de um vizinho, contra quem também foi expedido mandado de prisão.
Três prisões, nesta quarta, ocorreram em bairros da zona sul. A PM afirma ter localizado todos em vias públicas – sem busca domiciliar – e constou os registros como “patrulhamento de rotina”.
A mãe foi presa no bairro Estância Uberlândia. Elton Machado Jorge foi capturado no Parque dos Ipês. A pena dele é de nove anos e quatro meses em regime fechado.
A Justiça constou no processo que ele era responsável por todas as decisões da família, sendo inclusive consultado pela mãe na rotina do tráfico. Ela, porém, foi sentenciada a cumprir 10 anos de cadeia.
Condenado a oito anos e um mês, Ewerton Jorge foi preso em um dos cruzamentos da avenida Durval de Menezes. Ele também respondeu por tráfico de drogas e associação para o crime.
Outro irmão, Enrico Jorge se apresentou espontaneamente no plantão policial, acompanhado de um advogado. No mesmo processo, ele responde por vender drogas e participar da associação criminosa.
SEM NOVOS RECURSOS
As investigações contra a família, que incluíram interceptações telefônicas autorizadas, demonstraram a organização do grupo. Segundo a sentença, Roseli era a “gerente da comercialização” e também atuava como olheira, monitorando a movimentação policial.
Elton era considerado o “patrão” e tomava as decisões finais sobre o negócio ilícito. Ewerton e Enrico exerciam a função de vendedores de drogas. Um vizinho responsável por guardar entorpecentes para o grupo aparece no processo e foi condenado a dois anos e seis meses de reclusão.
Com a sentença transitada em julgado, ou seja, sem possibilidade de novos recursos, os réus foram encaminhados à carceragem da Central de Polícia Judiciária (CPJ). Eles aguardam audiências de custódia, para que um juiz designe os presídios para cumprimento das penas.