Justiça agenda audiência de advogado acusado pela ex-comandante
A Justiça de Marília agendou a audiência de instrução, debates e julgamento, que será realizada por videoconferência, sobre o caso em que o advogado Marcos Manteiga responde por difamação contra a coronel da reserva Márcia Cristina Cristal Gomes, ex-comandante do Batalhão da PM de Marília.
A audiência ficou marcada para o dia 2 de março de 2023, às 15h30, ocasião em que o réu será interrogado. As testemunhas também devem ser ouvidas.
Manteiga representou o policial militar Alan Ferreira no caso que ficou conhecido como o “escândalo da carteirada”.
Em julho deste ano, o defensor chegou a pagar indenização para a coronel de reserva. Essa foi a única punição em todo o processo.
Na época, a Câmara de Marília rejeitou a instauração de Comissão Processante contra a vereadora Daniela D’Ávila Alves (PL), envolvida na polêmica. Os processos disciplinares contra o policial também acabaram extintos.
Um inquérito policial foi aberto após Cristal registrar um Boletim de Ocorrência contra o advogado. No documento, a ex-comandante alega que teria se envolvido em uma situação durante o serviço militar com um dos subordinados e que, a partir de então, Manteiga – que representa a outra parte – estaria a caluniando e difamando nas redes sociais.
A denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) foi recebida pela Justiça em maio deste ano. O caso segue pela 3ª Vara Criminal de Marília.
ENTENDA
Na madrugada do dia 16 de agosto de 2020, Alan Ferreira abordou um carro dirigido pela filha da vereadora Daniela D’Ávila Alves. O veículo acabou apreendido por estar com o licenciamento vencido e por supostamente estar com os pneus fora das condições de segurança.
Durante a apreensão, Alan recebeu um telefonema da ex-comandante do batalhão, a então tenente-coronel Márcia Cristina Cristal Gomes, com orientação para liberar o veículo. O telefonema foi gravado e o áudio divulgado nas redes sociais.
A repercussão do caso provocou o inquérito na PM, uma denúncia com pedido de cassação da vereadora e denúncias contra a oficial. A Câmara rejeitou a cassação, a parlamentar foi reeleita e Cristal foi transferida para Bauru. Em abril do ano passado foi aposentada e promovida a coronel.
Para a Comissão Processante (CP) da Câmara, o major da Polícia Militar Márcio Costa da Silva negou que os pneus do carro apreendido estavam carecas.
O sargento Alan, que na época da apreensão foi afastado do trânsito e enviado para um curso – em que foi premiado em São Paulo –, acabou reintegrado à corporação em Marília e teve os dois processos exoneratórios extintos.