Júri é adiado para 2026; família de gestante morta clama por Justiça

Com semblante que expressa a dor revivida e com camisetas estampadas com a foto de Carla da Silva de Moraes, familiares da gestante assassinada em um bar na zona sul de Marília, em novembro de 2020, compareceram ao Fórum de Marília nesta terça-feira (19), onde aconteceria o julgamento dos seis homens acusados pelo crime bárbaro, que comoveu a cidade. A sessão, porém, foi adiada para fevereiro de 2026.
Entre os presentes, estavam o marido de Carla, Vinícius de Moraes, o pai dela e outros parentes. A imagem da jovem sorridente, prestes a dar à luz, contrasta com a dor estampada nos rostos de quem busca Justiça pela tragédia que mudou o destino da família.
Após grande expectativa e presença do público – entre familiares e pessoas da comunidade -, o julgamento foi remarcado. O motivo teria sido o atestado médico de última hora de um dos advogados envolvidos no caso, o que poderia comprometer o direito de defesa.
Carla, de 25 anos e grávida de oito meses, foi atingida por disparos dentro do bar e morreu junto ao bebê que esperava. O zelador Manoel da Silva Barreto, de 36 anos, também foi morto na mesma ação criminosa.

EXPECTATIVA NO JÚRI
Os seis réus foram denunciados por duplo homicídio qualificado, aborto provocado por terceiro e duas tentativas de homicídio qualificadas, já que outras duas pessoas — o marido de Carla e a esposa de Manoel — também foram alvos de disparos, mas sobreviveram.
As qualificadoras citadas incluem motivo torpe, recurso que dificultou a defesa das vítimas e emprego de meio que resultou em perigo comum. As penas somadas podem ultrapassar 110 anos de reclusão em regime fechado.
O CRIME
Segundo as investigações, o alvo do grupo seria Manoel, apontado como possível defensor do irmão, supostamente envolvido com uma organização criminosa. O crime teria sido motivado por um desacerto relacionado ao tráfico de drogas.
De acordo com o MP, três dos acusados planejaram o ataque durante uma festa, recrutando outros três para executar o plano. Uma motocicleta e um carro Fiat Uno, emprestado da companheira de um dos réus, foram usados na ação.
Na noite do crime, dois dos acusados chegaram ao bar de moto e abriram fogo contra Manoel. Mesmo após cair, ele foi atingido por diversos disparos. Durante a ação, Carla também foi alvejada e morta. Seu bebê não resistiu.
Os acusados foram identificados e presos ao longo de meses, durante uma complexa investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Marília. O trabalho da polícia se concentrou em delimitar a responsabilidade de cada um.