Julgamento avança a madrugada e trio é condenado por matar adolescente

Terminou por volta das 2h30 da madrugada desta quarta-feira (9) o julgamento dos três acusados pelo assassinato do adolescente Rafael Ferreira Pozzani, de 15 anos, em Marília. Ele foi morto de forma brutal em setembro de 2020, após dias de desaparecimento e desespero da família.
Ryan Patrocínio dos Santos, Guilherme Henrique de Jesus Dias (conhecido como Coruja) e Luiz Gustavo Alves foram condenados pelo Tribunal do Júri ao cumprimento de 22 anos, dois meses e 20 dias de prisão, em regime fechado.
Eles foram condenados por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), além de ocultação de cadáver e corrupção de menor.
CRIME
Rafael foi assassinado na madrugada de 23 de setembro de 2020, em um pasto nas proximidades da rua Arnaldo Spachi, no bairro Marina Moretti (zona norte). As investigações apontaram que ele foi atraído para uma emboscada e, sob ameaça de arma de fogo, levado para o local.

Quatro pessoas participaram do crime, um deles tinha menos de 18 anos. Na área de mata, espancaram o adolescente e dispararam tiros contra ele. O corpo foi foi encontrado cinco dias depois, coberto por folhas.
A motivação do homicídio teria sido um desentendimento envolvendo ciúmes de uma garota. Rafael teria chamado um dos autores de “talarico” – termo popular para descrever alguém que se envolve com a companheira de outra pessoa.
CHACINA NA FRONTEIRA
Entre os envolvidos havia um adolescente de 16 anos à época. O rapaz já era conhecido por envolvimento com o tráfico de drogas. Após o crime, ele chegou a ser apreendido, mas foi solto durante o processo, antes de receber sentença sobre seu ato infracional.
Depois, fugiu para o Paraná com Ryan. O jovem acabou executado a tiros em uma chacina na cidade de Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai, em outubro de 2023.

SENTENÇA
Atualmente, todos os condenados estão presos. Ryan foi capturado em março de 2021 em Guarapuava (PR), junto com o adolescente. Guilherme havia sido preso em flagrante logo após o crime por tráfico e posse de arma.
Luiz Gustavo foi localizado apenas em agosto de 2022 e está detido no Paraná, onde também responde por tráfico de drogas e já foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão.
A sentença foi proferida após mais de 15 horas de julgamento no Fórum de Marília. Rafael, segundo a perícia, apresentava sinais de execução sumária, e seu corpo foi encontrado com ferimentos compatíveis com espancamento e possível disparo de arma de fogo.
Os três devem cumprir pena em regime inicialmente fechado. A defesa e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) – para eventual aumento de pena – ainda podem recorrer.