Juíza de Marília usa WhatsApp para ouvir parte
A segunda Vara do Trabalho de Marília inovou nesta terça-feira (6) com uma audiência feita com a ajuda do WhatsApp – popular aplicativo de comunicação.
A parte ouvida foi um profissional do futebol que já passou pelo MAC e hoje trabalha dos EUA (Estados Unidos da América).
A juíza Daniele Comin Martins chegou a brincar em sua página do Facebook: “Hoje fiz minha primeira audiência por WhatsApp. O reclamante, jogador de futebol, estava no EUA. Estou me achando a juíza tecnológica”.
A reportagem do Marília Notícia conversou com o advogado do reclamante na ação trabalhista, que aprovou a solução dada pela magistrada. De acordo com ele, o profissional na verdade é preparador de goleiros.
“Quando o reclamante não está presente na audiência trabalhista ele pode ser representado por um colega de profissão. A juíza não aceitou o indivíduo que indicamos, mas sugeriu ouvir meu cliente via WhatsApp. Eu adorei a ideia”, disse o advogado Vinícius Rezende.
De acordo com ele, a novidade salvou o processo de ser arquivado, o que aconteceria se a parte não participasse da audiência ou tivesse um representante habilitado.
“É a tecnologia sendo utilizada para ajudar a Justiça. Essa união pode trazer mais celeridade, o que é muito bom”, avalia Rezende.
PRÊMIO INNOVARE
Recentemente, um importante prêmio de inovação no Judiciário foi dado para uma juíza com projeto parecido.
A juíza Ana Cláudia Torres Vianna, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) foi finalista na categoria juiz do XIII Prêmio Innovare pelo projeto “mídia e mediação: utilização do aplicativo WhatsApp como instrumento de diálogo entre litigantes”.
A iniciativa foi pensada pela juíza e sua equipe do Centro Integrado de Conciliação do 1º Grau, em Campinas/SP com o objetivo de realizar a conciliação entre patrões e empregados de forma eficaz e mais rápida para solucionar conflitos.
Segundo Ana Cláudia, as audiências via Whatsapp foram bem recebidas pelo público e a procura para realizar conciliações pela rede social aumentou cada vez mais. A primeira audiência foi realizada em junho de 2016 e, como a juíza conta, “são inúmeras audiências realizadas nessa modalidade, com índice de conciliação superior a 80%”.
O projeto também já recebeu menção honrosa no Prêmio “Conciliar é legal” do Conselho Nacional de Justiça.
Para a magistrada, entre as vantagens de utilizar o Whatsapp como instrumento de diálogo entre litigantes está a facilidade de acesso, a economia de custos com deslocamento e a maior disponibilidade de tempo para a negociação, uma vez que os mediadores de toda a sede do TRT-15 podem mediar processos em qualquer lugar. “Ter um instrumento desse à disposição contribui muito para o diálogo”, enfatiza Ana Cláudia.
O Prêmio Innovare é a mais importante premiação da Justiça brasileira e procura valorizar iniciativas que buscam soluções para os enormes desafios enfrentados por todos que atuam no sistema de justiça, sejam eles de natureza administrativa ou judiciária.