Juiz mantém ‘irmãs do saco’ na cadeia e cobra Instituto pela demora em perícia criminal
A Justiça de Marília decidiu manter a prisão preventiva de Wania Santos Silveira e Andréia de Sousa, que ficaram conhecidas como as “irmãs do saco”, no caso do homicídio de um idoso na região central da cidade. As duas seriam as responsáveis por tentar ocultar o corpo. Elas foram flagradas arrastando o cadáver em pleno Centro da cidade. O crime aconteceu em novembro de 2022.
O juiz Fabiano da Silva Moreno, da 3ª Vara Criminal, determinou também que o Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc) apresente o laudo referente à Wania, após perícia realizada em 24 de maio deste ano, em um prazo de 30 dias, sob pena de responsabilização criminal por desobediência.
Na decisão, o magistrado enfatizou a urgência na entrega das conclusões, “considerando a natureza grave do crime e a situação das rés”, que permanecem encarceradas.
O documento é necessário devido ao pedido de Incidente de Insanidade Mental, feito pela defesa das irmãs. Em relação à Andréia, o Instituto já enviou o laudo.
O juiz apontou que a demora “é inaceitável, especialmente em um processo que envolve rés presas e que já se arrasta por tempo considerável”. O magistrado pediu que a solicitação seja tratada como prioridade absoluta, destacando que o não cumprimento pode acarretar consequências legais para os responsáveis.
CRIME
A morte do idoso, que ocorreu entre os dias 30 de outubro e 8 de novembro de 2022, chocou a população pela brutalidade e ousadia. Donizeti Rosa foi encontrado morto, em sacos plásticos e tecidos, perto do apartamento onde morava, na região central.
Antes de morrer, ele estaria sendo mantido debilitado e em condições degradantes, sem alimentação ou hidratação, o que causou intenso sofrimento físico e psicológico. A dupla teria se beneficiado de recursos financeiros do idoso, inclusive benefício do INSS.
Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), as irmãs, que residiam com Donizeti em um apartamento na rua Quatro de Abril, mantiveram um relacionamento que inicialmente seria de cuidado, mas se transformou em abusos, com indícios de negligência alimentar, levando a vítima a um estado de desnutrição severa.
Na noite de 9 de novembro de 2022, após a morte dele, Wania e Andréia foram flagradas por câmeras de segurança arrastando o corpo em sacos plásticos pela rua. Elas teriam tentando embarcar em um veículo de aluguel, mas o motorista se recusou a transportar o volume suspeito.
Diante da situação e a impossibilidade de concluir a ocultação, elas acabaram abandonando o homem morto – já com sinais de decomposição – próximo ao próprio apartamento.
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