Jardim do Jazz fomenta intercâmbio cultural
Com a presença de músicos renomados, exposições de trabalhos artísticos e discotecagem, a quinta edição do Jardim do Jazz, evento cultural que fomenta o gênero musical na cidade, garantiu mais uma experiência única para o público no último sábado (29).
A convite do guitarrista Renato Alves, o experiente Cuca Teixeira, baterista conceituado nacionalmente, e o pianista Gabriel Gaiardo, um dos nomes da linha de frente da cena paulista do jazz contemporâneo, compuseram a atração principal da noite.
O evento, organizado por Renatinho, como é carinhosamente chamado o guitarrista, faz de Marília uma das poucas cidades capazes de proporcionar essa troca cultural. “Eu não teria outra coisa para fazer que não fosse investir no som que eu acredito. Tudo surgiu a partir do ímpeto de uma vontade de fazer um som”, conta o instrumentista.
Não demorou muito para o público mariliense “comprar” a ideia, fato comprovado pelos ingressos que se esgotam cada vez mais rapidamente. “Superou todas as expectativas, com lotação total. A cada edição aprendemos e melhoramos aspectos da organização”, declara Alves.
Com o objetivo de fomentar a arte jazzista no município, a expectativa é que entusiastas e novos músicos possam se inspirar e levar o gênero adiante. “Uma galera mais nova vai crescer com a possibilidade de conhecer esse som e vivenciar o jazz”, narra Renato.
INTERCÂMBIO
A iniciativa do mariliense Renato Alves ainda proporciona um intercâmbio cultural com artistas de outras regiões. Formado no Conservatório de Tatuí, com 10 anos de experiência na cena da capital, o instrumentista viabiliza a vinda de amigos e ídolos musicais para Marília.
“O Cuca Teixeira é um cara que conheço desde que eu tinha 12 anos e lia as revistas de músicas dele. Já fui em muitos shows dele em São Paulo e é a primeira vez que tenho a oportunidade de tocar junto”, conta Renatinho.
Rogerio Plaza, Nema Antunes, Guilherme Carvalho, Jota P, Fernando Amaro, Carlinhos Noronha, Rodrigo Digão Braz e Adauto Dias são alguns dos nomes que já passaram pelo Jardim do Jazz, que já conta com cinco edições realizadas.
DIÁLOGO
“O jazz é uma batalha de rimas, só que com notas e melodias”. É assim que Renatinho define o gênero que tem a improvisação como base. Comemorado neste domingo (30), o Dia Internacional do Jazz celebra a musicalidade do ritmo não linear nascido no final do século XIX sob a cultura afro-americana.
“É sobre construir uma história através de uma conversa. Hoje a gente combinou três músicas de um repertório que já roda há muitos anos, mas o resto a gente foi decidindo na hora. Eu nunca toquei com o Cuca, mas tudo foi fluindo e dando certo. A conversa acontece”, diz Alves.
A magia do jazz, de acordo com o musicista, é a possibilidade de manter um diálogo com uma pessoa que não necessariamente fala a mesma língua. “Pode ser um músico de qualquer lugar do mundo. Você toca e conversa com o cara. É uma sinergia, uma troca, através desse bate papo que é universal”, finaliza o guitarrista.
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