‘Irmãs do saco’ não devem passar por exames de sanidade mental
A Justiça de Marília homologou o pedido de desistência, por parte do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), de instauração de incidente de insanidade mental nas duas irmãs suspeitas da morte do idoso Donizeti Rosa, de 60 anos, que teve o corpo encontrado embalado em sacos plásticos, no último dia 9 de novembro, no Centro de Marília.
Neste momento, é aguardado o laudo pericial do confronto genético para prosseguimento do caso. Wania Santos Silveira, de 52 anos, e Andrea Santos Silveira de Sousa, de 48 anos, permanecem presas.
De acordo com publicação no Diário Oficial desta terça-feira (18), o MP desistiu do pedido de exame pericial que geralmente é instaurado quando há dúvidas sobre a saúde mental dos acusados e cujo objetivo é de verificar se, à época dos atos, os suspeitos do crime eram ou não inimputáveis.
Foi enviado ainda um ofício para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), requisitando o protocolo do laudo pericial de confronto genético aos autos.
Com o laudo juntado ao processo, será encerrada a fase de instrução na Justiça, dando-se vistas às partes, sucessivamente, para que se manifestem sobre o laudo pericial e apresentem as alegações finais.
Depois, o processo deve ficar concluso para prolação da sentença, que pode ser de pronúncia ou não ao Tribunal do Júri.
O Marília Notícia questionou a defesa das irmãs, que demonstrou interesse na instauração de incidente de insanidade mental. A própria advogada deve, portanto, fazer o pedido do procedimento.
O CASO
Wania e Andrea ficaram conhecidas como “irmãs do saco” após serem consideradas suspeitas da morte do idoso Donizeti Rosa, de 60 anos, encontrado embalado em sacos plásticos, no dia 9 de novembro de 2022, na região Central de Marília.
Imagens de câmeras de segurança ajudaram os policiais civis no esclarecimento do homicídio, menos de 12 horas após a descoberta do crime.
Elas foram detidas pela Polícia Militar (PM) por volta das 8h30, após um chamado sobre um possível roubo. As duas irmãs supostamente seriam vítimas de um assalto, mas se enrolaram ao explicar o ocorrido para os policiais, que passaram a suspeitar delas.
Os militares logo desconfiaram que as mulheres fossem as possíveis autoras do homicídio descoberto no dia anterior, levando as duas para a Central de Polícia Judiciária (CPJ).
Já na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), foram apreendidos com elas o documento pessoal e um cartão bancário do idoso.
Os policiais civis também descobriram que Donizeti Rosa era debilitado e não tinha condições de se defender. Uma das suspeitas confessou ter agredido fisicamente a vítima pouco antes da morte e a mantinha amarrada no apartamento.
O idoso era aposentado e a polícia localizou alguns extratos bancários que indicavam empréstimos somados em R$ 25 mil em seu nome.
Para a Polícia Civil, a apreensão do cartão bancário de Donizeti com as irmãs, mesmo após o encontro do corpo, indica que elas tentariam continuar os saques de sua conta bancária, podendo, inclusive, causar prejuízos ao INSS.