Instalação do AME vira disputa política entre Alonso e Camarinhas
A instalação do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) em Marília, uma antiga demanda local, virou tema de disputa política entre o prefeito Daniel Alonso (PSDB) e seus adversários, o deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB) e o ex-prefeito Vinícius Camarinha (PSB).
Ontem (20) eles se reuniram no gabinete do prefeito para tratar justamente deste assunto. Em entrevista ao Marília Notícia, Vinícius explicou a situação e deu sua versão.
“Fomos levar a proposta do governador Márcio França (PSB) de instalar o AME, que é um mini-hospital. O Estado identificou como o único prédio para instalação desta unidade de saúde, um prédio da Prefeitura. Fomos pedir esse prédio, que está em desuso, abandonado” disse Vinícius.
Trata-se do bloco 10, que fica dentro da Unimar, prédio que há alguns anos passou a ser propriedade da Prefeitura. De acordo com Vinícius, o prefeito Alonso ficou de pensar na proposta.
O projeto prevê oferta de 24 especialidades médicas, além de sala de cirurgia e outros serviços. “Um baita equipamento de saúde com custeio de quase R$ 50 milhões por ano pagos pelo estado”, detalha o interlocutor do governador.
Vinícius explica que o Estado precisa de 3 mil metros quadrados de área construída de um prédio público para a instalação do AME.
“Segundo a Regional de Saúde lá é o único prédio que seria possível a instalação do AME. Será totalmente reformado pelo Estado. É um pedido que fiz em 2013 quando fui prefeito. O governador só depende disso [do aval da Prefeitura] para autorizar”.
Daniel Alonso
O atual prefeito também falou sobre a reunião e disse que basta o governador protocolar um ofício que “as portas serão abertas para ele”. “Mas é preciso que essa ordem venha das mãos do governador, não da forma como eles fizeram hoje”.
Alonso também disse que, se o Estado faz questão do bloco 10 que foi solicitado pelos Camarinhas, é possível sim que o prédio seja cedido. Mas o chefe do Executivo municipal afirmou também que existem outros prédio disponíveis.
“Temos a área da Codemar com mais de 6 mil metros quadrados, temos mais de 20 áreas à disposição”, comentou.
Alonso sugeriu ainda que pode ser feita uma enquete com a população para definir a região da cidade onde a instalação do AME tenha o maior impacto positivo possível.
A reportagem do Marília Notícia apurou que Daniel não quer que a AME seja instalada dentro da Unimar. Para o prefeito, existem dúvidas sobre questões de mobilidade urbana envolvendo o prédio e a área almejada pelo Estado.
Além disso, Alonso prefere que a unidade atenda uma região onde há um déficit maior na área da saúde.
Na avaliação do pessoal do alto escalão da Prefeitura, segundo fontes ouvidas pelo MN, o grupo político dos Camarinhas teria tentando colocar Daniel em uma ‘saia justa’.
A administração municipal também teria outros planos para o prédio, que passou por reforma recente. Entre esses planos estão a instalação de dezenas de empresas do Parque Tecnológico ou a concentração de secretarias e departamentos municipais.