Inquérito de crime em motel aponta ‘rede de traições’ e intrigas
A morte do funcionário de um motel, já cercada de surpresas por envolver um policial de alta patente – aposentado -, tem detalhes ainda mais reveladores. O inquérito aponta indícios de que o coronel Dhaubian Braga, de 57 anos, preso por homicídio, mantinha relações extraconjugais e teria sido delatado pela vítima, seu funcionário.
Na fundamentação do pedido de prisão, além da fuga e do risco do militar coagir testemunhas, a Polícia Civil de Marília fez constar relato da esposa do oficial, a também policial militar Adriana Luiz da Silva, que figura como testemunha no caso.
A mulher afirmou que Daniel Ricardo da Silva, 37 anos, morto pelo coronel, lhe contou que Dhaubian tinha relacionamentos fora do casamento.
Ele mesmo teria feito ao funcionário relatos sobre os casos extraconjugais. Adriana, então, teria pedido ao empregado que gravasse as confissões do patrão.
No início de outubro – quase um mês antes do crime –, ela recebeu de Daniel gravações supostamente comprometedoras em relação à traição do marido.
A mulher não soube dizer se o coronel descobriu ou não que havia sido gravado. Ela estava voltando de Assis, no dia do crime, quando foi comunicada que o homem havia sido baleado por Dhaubian.
Daniel foi abordado pelo coronel no momento em que chegava no motel – onde ocupava um dos quartos como moradia. Ele foi alvejado três vezes por disparos de calibre 32, pelas costas. A vítima acabou caindo em uma via de acesso interna do motel e morreu por hemorragia.
Adriana relatou que viu a cena após acessar as imagens de câmeras de segurança. O filho dela também foi ouvido e reconheceu o padrasto, apesar da baixa qualidade das gravações.
No pedido de prisão contra o militar não consta informações sobre envolvimento da esposa com o funcionário.
Entretanto, conforme a Polícia Civil, a mulher admitiu que estaria tendo um relacionamento com Daniel. O próprio Dhaubian também teria citado a traição ao ser ouvido no inquérito.
A polícia considerou o local do crime prejudicado para perícia, devido a possíveis adulterações. A expectativa é que o laudo referente ao celular – que pertencia a Daniel Ricardo – possa trazer revelações.
À MARGEM DA LEI
Quando se apresentou à polícia, o coronel Dhaubian já era um homem foragido da Justiça. O mandado de prisão contra ele foi expedido no plantão judicial da Comarca de Marília em 1º de novembro, dia seguinte ao crime.
O policial da reserva fez uso de algemas, já que não houve uma apresentação meramente espontânea, mas sim em cumprimento de mandado de prisão, após fuga do local do crime. Ele passou a primeira noite sob custódia na sede do 9º Batalhão da Polícia Militar, em Marília.
O coronel segue recolhido no Presídio Militar Romão Gomes, na Capital do Estado.
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