Indicado de Daniel, Mustafá chefia departamento com super salários
A política salarial dos procuradores jurídicos da Prefeitura de Marília tem sido um tema de constante discussão na cidade, especialmente com a aproximação das eleições municipais de outubro. Para apimentar o debate, o atual procurador-geral, Ricardo Mustafá (PL), anunciou sua candidatura a prefeito neste fim de semana, o que promete acirrar ainda mais os debates sobre os altos vencimentos na Procuradoria do Município.
Chefe do departamento jurídico da Prefeitura, Mustafá atualmente recebe um salário bruto que varia entre R$ 21 mil e R$ 50 mil mensais. Após os descontos, seu salário líquido fica entre R$ 13 mil e R$ 33 mil, dependendo do mês. Se eleito, deve ganhar R$24.369,40, atual vencimento do chefe do Executivo. Embora seja um dos procuradores com menor remuneração dentro da categoria, ele terá que enfrentar críticas relacionadas aos salários elevados de seus colegas.
A polêmica não é recente. Diversos procuradores têm registrado salários que ultrapassam os R$ 90 mil brutos mensais. Em caso extremo verificado pela reportagem, em fevereiro de 2023, uma procuradora do Instituto de Previdência do Município de Marília registrou um salário bruto superior a R$ 102 mil, resultando em um salário líquido de R$ 53 mil.
Em outro exemplo, um procurador recebeu mais de R$ 92 mil brutos em setembro de 2023 e março de 2024, com salários líquidos de R$ 61 mil e R$ 77 mil, respectivamente. Outro caso destacado foi o de um procurador que, em novembro do ano passado, teve um salário bruto de R$ 90 mil, com líquido de quase R$ 61 mil.
Os altos vencimentos são alvo de críticas tanto pela população quanto por opositores políticos, que questionam a moralidade e a sustentabilidade financeira desses pagamentos. Com a candidatura de Mustafá, os questionamentos tendem a ganhar mais destaque.
Reportagem especial do Marília Notícia explicou recentemente como são compostos os pagamentos na procuradoria.
Apesar das controvérsias, Ricardo Mustafá conta com o apoio do atual prefeito Daniel Alonso (PL). O respaldo do chefe do Executivo pode ser um trunfo importante na campanha de Mustafá, mas também o associa diretamente à uma administração que vem sendo criticada por boa parte da população.
A candidatura será um teste de fogo na sua capacidade de articular uma defesa convincente e de propor soluções, entre outras coisas, que atendam aos anseios da população por mais transparência e equidade nos gastos públicos.