Foto das duas irmãs suspeitas de morte no Centro é revelada
O Marília Notícia obteve com exclusividade uma foto que mostra o rosto das irmãs Wania Santos Silveira, de 52 anos, e Andrea Santos Silveira de Sousa, de 49 anos. As duas são suspeitas de envolvimento na morte do aposentado Donizeti Rosa, de 60 anos, que teve o corpo colocado em sacos plásticos e foi abandonado no Centro de Marília, em novembro do ano passado.
Outras imagens obtidas pela reportagem do MN também mostram as irmãs durante a tentativa de colocar o corpo dentro de um táxi.
A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) tinha concluído o inquérito no início de dezembro de 2022. Contudo, os autos do processo – que corre em segredo de Justiça – retornaram para a Polícia Civil, devido à necessidade de laudos complementares para esclarecer se o idoso teve morte natural ou foi vítima de homicídio. Por enquanto, o caso segue nesta fase.
O MN também teve acesso ao laudo necroscópico, que aponta que não é possível concluir a causa da morte.
“Diante do exposto e observado, podemos concluir que examinamos o cadáver de um adulto em estado de morte real, cuja causa da morte não pôde ser identificada no exame necroscópico”.
O texto ainda afirma que “não foram observados sinais de violência externa ao exame físico, tampouco de tortura e de atos libidinosos diversos. A avaliação de sinais de asfixia ficou prejudicada, não sendo, portanto, possível identificar sinais sugestivos de asfixia mecânica por sufocamento e nem, tampouco, afastar essa possibilidade.”
O laudo conclui que a morte do idoso ocorreu entre três e dez dias antes do momento em que se iniciou a necrópsia.
INQUÉRITO
Antes de retornar, o inquérito tinha sido concluído pela Polícia Civil no início de dezembro. Segundo a DIG de Marília, comandada pelo delegado Luís Marcelo Perpétuo Sampaio, o laudo necroscópico e a coleta de depoimentos de testemunhas, que tiveram contato tanto com a vítima quanto com as indiciadas, indicam que Rosa foi morto por meio cruel.
A polícia apenas aguardava o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para apontar qual ferimento foi decisivo para a morte do idoso.
As investigações tiveram início na manhã do dia 9 de novembro, no momento do encontro do corpo. Naquele mesmo dia foi possível estabelecer que o cadáver estava no prédio onde viviam a vítima e as suspeitas do crime, de onde teria sido arrastado pelas suspeitas até a rua Quatro de Abril.
Os policiais civis apuraram que o apartamento por eles usado estava abandonado, onde foram localizados alguns documentos da vítima.
Os indícios obtidos com as investigações e as circunstâncias do fato possibilitaram a elaboração de uma representação, por parte da Polícia Civil, para a decretação da prisão temporária das suspeitas.
Wania e Andrea, que ficaram conhecidas como “irmãs do saco”, foram presas pela Polícia Militar (PM) no dia 10 de novembro, no Centro da cidade. A identidade da vítima só foi confirmada por meio da análise das impressões digitais.
A dupla foi detida e apresentada na DIG. Com as duas, foram apreendidos o documento pessoal e um cartão bancário da vítima.
Os policiais civis também descobriram que Donizeti Rosa era debilitado e não tinha condições mínimas de se defender. De acordo com a Polícia Civil, uma das suspeitas confessou ter agredido fisicamente o idoso pouco antes da morte e o mantinha amarrado no apartamento.
Para a polícia, a apreensão do cartão bancário da vítima com as irmãs, mesmo após o encontro do corpo, indica que elas tentariam continuar os saques da bancária de Rosa, podendo, inclusive, causar prejuízos ao INSS, uma vez que o falecido era aposentado.