IBGE revela escassez de estudos socioeconômicos na região de Marília
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que evidenciam a falta de diagnósticos e estudos setoriais em diversas cidades da Região Administrativa de Marília. Entre 2021 e 2022, apenas seis municípios da região realizaram análises mais aprofundadas sobre suas realidades socioeconômicas: Alvinlândia, Assis, Bastos, Chavantes, Paraguaçu Paulista e Platina. Já Marília, o município de referência, não desenvolveu estudos específicos no período, o que acende um alerta sobre a necessidade de planejamento estratégico.
De acordo com os dados do IBGE, Alvinlândia se destacou ao realizar estudos nas áreas de Agricultura, Assistência Social e Desenvolvimento Econômico, em 2022, o que evidenciaria um esforço em compreender as demandas e potencialidades desses setores.
Assis e Paraguaçu Paulista, por sua vez, concentraram seus estudos exclusivamente no Desenvolvimento Econômico no mesmo período.
Bastos realizou um diagnóstico em Assistência Social em 2022, enquanto Chavantes desenvolveu um estudo setorial ainda em 2021. Platina, no entanto, fez um estudo de Agricultura, também em 2022.
O levantamento do IBGE também revela que várias cidades da região não souberam informar se realizaram estudos setoriais no período ou sequer realizaram diagnósticos. Entre elas estão Arco-Íris, Borá, Canitar, Echaporã, Florínea, Júlio Mesquita, Lutécia, Óleo, Parapuã, Santa Cruz do Rio Pardo e São Pedro do Turvo. A falta de transparência nos dados é um indicativo de possíveis lacunas na organização e gestão das informações municipais.
Em um segundo grupo, diversos municípios não realizaram estudos, conforme os dados do IBGE. Cidades como Álvaro de Carvalho, Bernardino de Campos, Cândido Mota, Cruzália, Garça, Herculândia, Iacri, Ibirarema, Ipaussu, João Ramalho, Lupércio, Maracaí, Marília, Ocauçu, Oriente, Oscar Bressane, Ourinhos, Palmital, Pedrinhas Paulista, Pompéia, Quatá, Queiroz, Quintana, Ribeirão do Sul, Rinópolis, Salto Grande, Tarumã, Timburi, Tupã e Vera Cruz estão entre os municípios que não realizaram qualquer estudo setorial ou diagnóstico socioeconômico no período analisado.
AÇÕES DE INCLUSÃO PRODUTIVA
Apesar da ausência de estudos formais, muitos municípios têm adotado ações para promover a inclusão produtiva, como programas de geração de trabalho e renda. Marília, por exemplo, desenvolve programas nas áreas de Assistência Social e Desenvolvimento Econômico, com foco na geração de oportunidades de trabalho. No entanto, a cidade não possui registros de estudos setoriais ou diagnósticos recentes, o que pode prejudicar o direcionamento de políticas públicas mais eficazes para a população.
Além disso, o município de referência promove ações de inclusão produtiva rural, como iniciativas de acesso ao crédito e ao seguro rural, programas de fomento ao associativismo e cooperativismo, e ações voltadas à agricultura familiar, como a doação de sementes e matrizes de pequenos animais, além de programas de aquisição de alimentos como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Apesar de muitas cidades terem adotado ações de inclusão produtiva, algumas estão ainda aquém no que tange a programas voltados ao desenvolvimento rural e qualificação profissional. Municípios como Maracaí, Óleo e Quatá não possuem ações de inclusão produtiva, enquanto Canitar, Júlio Mesquita e Rinópolis não souberam informar sobre a existência de tais programas.
Em relação à qualificação profissional e à intermediação de mão de obra, a grande maioria dos municípios da região realiza ações nesse sentido, com exceção de Pompéia, que não possui tais programas, e Arco-Íris e Cruzália, que não souberam informar.
O fato de Marília, apesar de ser o principal município da região, não ter realizado qualquer estudo setorial ou diagnóstico socioeconômico nos últimos anos, levanta questionamentos sobre o planejamento e a gestão estratégica na cidade. A ausência de um diagnóstico detalhado pode dificultar a identificação precisa das necessidades e potencialidades da cidade, o que poderia otimizar a implementação de políticas públicas mais eficazes.
Marília, no entanto, tem se destacado pela implementação de programas de inclusão produtiva nas áreas de assistência social e desenvolvimento econômico, mas a falta de dados atualizados pode limitar a eficácia dessas ações. A cidade realiza investimentos na área rural, com programas voltados ao acesso ao crédito e apoio a pequenos produtores, mas sem um estudo aprofundado das necessidades específicas da população local, essas iniciativas podem não alcançar seu potencial máximo.
A falta de estudos e diagnósticos socioeconômicos em grande parte dos municípios da região administrativa de Marília aponta para um cenário de planejamento deficiente, o que pode dificultar a implementação de políticas públicas mais eficazes e alinhadas com as reais necessidades da população. Marília, apesar de ser um centro regional, também carece de uma análise mais detalhada de suas dinâmicas socioeconômicas.