Horários bancários divergem, mesmo com trégua na pandemia
Era mais simples antes da crise sanitária, quando a rede bancária em Marília mantinha atendimento ao público das 11h às 16h. Os horários alternativos estão longe de acabar. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou que, com a flexibilização do isolamento social no país, as empresas terão autonomia para definir abertura e fechamento de agências.
Sem uma norma mais específica do Banco Central (BC), o retorno ao horário antigo parece distante. Em defesa da flexibilidade, a entidade que representa o setor tem utilizado como argumento a adesão à internet e mobile banking, além do autoatendimento.
Em Marília, a Caixa Econômica Federal segue com atendimento presencial das 08h às 13h, pelo menos até o dia 23 deste mês. O banco segue deliberação da presidência da instituição e o horário é válido para todo o território nacional.
Já nas agências do Banco do Brasil e do Bradesco (um dos maiores, entre os privados), o público só entra das 10h às 14h.
Devido à pandemia, o atendimento atual é inferior – em número de horas – ao estabelecido em resolução do BC, que estipula jornada mínima de cinco horas para atendimento pessoal.
Vale lembrar que a resolução 4.880, de dezembro de 2020, com previsão de vigência a partir de março desse ano, restabelecia não apenas as cinco horas mínimas ininterruptas, mas também a obrigação do período escolhido incluir das 12h às 15h, o que geraria relativa uniformidade.
TECNOLOGIA
Em nota enviada ao Marília Notícia, a Febraban – entidade que representa a categoria – cita tecnologia e hábitos dos clientes e usuários de serviços bancários.
“No período de isolamento social, a utilização dos meios digitais teve grande expansão, consolidando essas plataformas como majoritárias na preferência dos consumidores brasileiros”, respondeu a Federação ao MN.
A entidade diz que, ao longo dos últimos anos, os bancos aumentaram os seus investimentos em tecnologia como forma de “acompanhar a aceleração da digitalização de seus serviços e de seu modo de trabalhar, com mais facilidade, conveniência e segurança aos consumidores”.
Apenas entre 2019 e 2020, os investimentos passaram de R$ 23,9 bilhões para R$ 25,7 bilhões, de acordo com dados da Pesquisa de Tecnologia Bancária 2021, da Febraban/Deloitte.
A Federação diz ainda que, entre 2016 e 2020, os meios digitais passaram de 52% do total das operações para 62% em 2019 e 67% em 2020.
No celular, o volume passou de 43% para 51% entre 2019 e 2002. A participação das transações em agências bancárias vem caindo nos últimos anos, de 9% em 2016 para 3% em 2020.
DIREITO AO ATENDIMENTO
O supervisor do Procon em Marília, Guilherme Moraes, afirma que o uso das plataformas não isenta a empresa de oferecer atendimento presencial, com horário divulgado de forma ampla e ostensiva.
“Muitas pessoas ainda não têm acesso a estas tecnologias ou necessita de auxílio para a utilização. Por isso, os bancos não podem se eximir da responsabilidade de proporcionar o atendimento, inclusive com qualidade satisfatória, sob pena de estar violando o Código de Defesa do Consumidor”, destaca.
Moraes lembra ainda que o Código de Posturas do Município não estipula jornada mínima com portas abertas. Vale a regra apontada pelo Banco Central e o bom senso.
“Com a questão da pandemia, não temos como exigir que as agências cumpram as cinco horas – conforme resolução do BC -, mas não dá para admitir desinformação ao cliente e nem precarização do atendimento”, alerta.
SERVIÇO
O Procon Marília está localizado na avenida das Indústrias, 294, Centro. Informações pelos telefones 3401-2466 ou (14) 9 8108-0624 (WhatsApp) [clique aqui para iniciar uma conversa] ou ainda pelo e-mail [email protected] e facebook.com/mariliaprocon.