Homicídios de negros cresce proporcionalmente
Apesar de representarem 32% da população de Marília, segundo o último Censo Demográfico, os negros totalizaram 51% das vítimas de homicídio na cidade entre os anos de 2011 e 2015 de acordo com dados do DataSUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde).
Nesta segunda-feira (20) foi celebrado o Dia da Consciência Negra e o assunto, como os números revelam, exigem reflexão na cidade. O IBGE, responsável pelo Censo, classifica como negros a somatória de pretos e pardos.
Os dados levantados pela reportagem do Marília Notícia mostram que o percentual de negros como vítimas de homicídios na cidade cresceu significativamente em comparação aos cinco anos anteriores. Entre 2006 e 2010 os negros computaram 40,9% dos assassinados na cidade.
Os dados do último Censo indicaram 140.695 marilienses brancos, exatos 70 mil negros (10.071 pretos e 59.929 pardos), 5.808 amarelos e 240 indígenas.
A soma dos grupos de pretos e pardos – os negros, portanto – representou um total de 56 mortos nos cinco últimos anos com dados disponíveis para consulta no DataSUS.
O banco de dados do Ministério da Saúde mostra que entre 2011 e 2015 Marília computou 107 vítimas de homicídio – mais especificamente mortes por causas externas derivadas de agressões. Do total, 52 eram brancos, 46 pardos e nove pretos (55 negros).
No período anterior, entre 2006 e 2010, foram 83 vítimas de homicídios na cidade. Entre eles, 48 brancos, 26 pardos e oito pretos (34 negros). No período houve também um caso em que não foi informada a cor/etnia da vítima.
Brasil
Em todo o Brasil os negros representam 54% da população, mas são 71% das vítimas de homicídio, segundo dados apresentados pelo levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nos últimos dias.
A pesquisa revelou que o ‘abismo’ entre brancos e negros como vítimas do homicídio aumentou nos últimos dez anos.
Entre os mortos nos homicídios registrados de 2005 a 2015, o número de brancos caiu 12%. E o de negros, aumentou 18%.