Homem que teve faca cravada na cabeça fará ‘plástica’ no crânio
O trabalhador rural Antônio Carlos Gonçalves, de 39 anos, que teve uma faca cravada na cabeça depois de uma tentativa de latrocínio em janeiro deste ano, em Agudos, irá passar por uma cirurgia de reconstrução do crânio nesta semana, em Bauru. Em março, a Polícia Civil prendeu dois suspeitos e apreendeu um adolescente por envolvimento no crime.
De acordo com o médico responsável pelo tratamento do trabalhador rural, Antônio será internado no Hospital de Base de Bauru nesta segunda-feira (16), onde passará por exames pré-operatórios. “O Antônio passará por uma ‘plástica’ no crânio. É uma reconstrução para recuperar uma falha depois que a parte óssea atingida pela faca foi retirada”, explica o neurocirurgião Lauro de Franco Júnior.
A faca penetrou o crânio do trabalhador atrás da orelha e na altura do pavilhão superior auricular. A lâmina de quase 15 cm fez uma trajetória ascendente, com a parte cortante virada para cima, o que permitiu que a lesão na região temporal esquerda do cérebro não fosse tão grave.
“Nós tentamos preservar a parte óssea atingida pela faca. No entanto, como o objeto estava contaminado, não foi possível e tivemos que retirar o fragmento logo na primeira cirurgia de emergência”, diz o médico. Apesar da complexidade do caso, a cirurgia não é de risco e possui apenas fins estéticos, já que Antônio se recuperou do trauma sem sequelas.
Trauma
Após a agressão, “Xuxa”, como é conhecido na cidade, tomou algumas preocupações para superar o trauma pelo qual passou: deixou de morar sozinho e manteve distância de facas. “Pus minha casa para alugar e fui morar com a minha mãe. Mas mesmo assim não chego nem perto de uma faca. Só almoço e janto com colher.” Ele retornou ao trabalho na fazenda de produção de laranja ainda em março.
No dia do crime, “Xuxa” informou que foi perseguido depois de sair de um bar. “Estava no bar e depois fui para casa. Eles me seguiram e bateram na porta de casa. Dois entraram e um ficou do lado de fora. Pediram dinheiro para comprar droga. Como disse que não tinha dinheiro, eles revistaram tudo e disseram que iam me matar. Além da facada na cabeça fui agredido nas costas, no pescoço e no ombro”, lembra.
O trabalhador rural também afirmou que os suspeitos moravam no mesmo bairro, mas nunca teve amizade com eles. “Conheço eles de vista na vila onde moro, mas não tenho amizade. E não mexo com drogas, só gostava de beber cerveja.”
O homem que teria atingido a vítima com a faca de destrinchar carne não tem passagens pela polícia, já o outro homem e o menor envolvidos no caso, têm passagem por roubo e tentativa de homicídio, respectivamente. Os dois maiores foram encaminhados para cadeia de Avaí e o menor para Fundação Casa.
Fonte: Reprodução G1