Homem é preso pela DIG por extorsão contra familiar de suposto mandante de homicídio
A Polícia Civil prendeu um homem de 40 anos em flagrante no final da tarde desta sexta-feira (1º), acusado de extorsão contra um familiar do empresário Ralf Tadeu Inforzato Gaspar, apontado como mandante do crime que tirou a vida de Walter Luiz Aparecido Marcondelli Junior, de 40 anos, em frente a uma garagem de veículos no bairro Fragata, em Marília.
O homem teria cobrado R$ 120 mil desse parente para que Anderson Ricardo Lopes, o ‘Ricardinho Kong’, supostamente inocentasse o acusado de contratar o crime. Ainda não foi esclarecida qual a ligação do suspeito de extorsão com o caso.
Segundo a vítima, o homem teria feito contato dizendo que precisava conversar e não poderia ser pelo celular. Eles teriam se encontrado no dia 28, sendo que o suspeito teria mostrado uma cópia da defesa protocolada pelos advogados de Ralf Tadeu Inforzato Gaspar, de 61 anos.
O suspeito teria dito ao familiar do acusado que a defesa só o prejudicaria ainda mais e alegou que a única saída para obter a liberdade e posterior absolvição seria pagando para que ele intermediasse um contato com ‘Ricardinho Kong’.
O objetivo seria isentar Ralf, durante instrução processual, de qualquer responsabilidade, colocando a culpa da contratação em outras duas pessoas.
O homem ainda teria afirmado saber que Ralf seria inocente e que esse seria o único meio de livrá-lo da prisão, exigindo R$ 120 mil para realizar essa intermediação.
Ele teria insistido, através de mensagens, em receber o dinheiro por meio de aplicativo. Dada a gravidade da suposta extorsão, o parente do empresário realizou contato com o Ministério Público e com a Polícia Civil, apresentando a gravação e a troca de mensagens.
O encontro foi marcado em um imóvel na zona Leste de Marília. Policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) foram até o local e permaneceram observando a movimentação. O suspeito chegou por volta das 17h.
Durante a reunião, ele afirmou que, na próxima visita ao sistema penitenciário, a esposa de ‘Ricardinho Kong’ conversaria com o marido, para que ele relatasse em juízo a inocência de Ralf.
A vítima então entregou R$ 10 mil em dinheiro para o homem e saiu do estabelecimento, quando então os policiais entraram no local e deram voz de prisão ao suspeito.
Ele foi autuado pelo crime de extorsão, permanecendo detido na carceragem da Central de Polícia Judiciária (CPJ), onde aguarda transferência para alguma unidade prisional da região.
As informações contidas nas declarações do suspeito preso não foram confirmadas e ainda devem ser investigadas pela Polícia Civil.
O Marília Notícia tenta contato com a defesa de Anderson Ricardo Lopes, o ‘Ricardinho Kong’, e o espaço permanece aberto para manifestações.
INVESTIGAÇÃO
Durante o trabalho de investigação sobre o crime, a Polícia Civil teria apurado que uma agressão física sofrida pelo filho do empresário teria motivado a revolta. O suspeito tinha a suposta intenção de revidar a agressão, mas o objetivo não seria matar o agressor, que acabou sendo confundido com Walter.
Um intermediário, que não teve o nome divulgado, teria contratado Anderson Ricardo Lopes, o ‘Ricardinho Kong’, para fazer o serviço. Ele teria sido ameaçado de morte por Gaspar, que teria exigido que ele mudasse o seu depoimento para a Polícia Civil.
O juízo da 2ª Vara Criminal de Marília, que determinou a prisão preventiva, entendeu que Ralf teria demonstrado o efetivo intuito de interferir na instrução criminal.
Após ser preso por policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Gaspar foi encaminhado para a Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Marília e posteriormente transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Álvaro de Carvalho.
O CASO
O crime foi registrado na rua Doutor Reinaldo Machado, às 8h13, próximo ao Hospital das Clínicas, em dezembro de 2022. Segundo a polícia, o assassino chegou em uma moto e atirou na vítima.
O homem, posteriormente identificado como Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, caiu entre dois veículos que estavam estacionados na rua. A arma do crime – um revólver calibre 38 – foi abandonada no local pelo autor.
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Luís Marcelo Sampaio, o criminoso efetuou ao menos cinco disparos. Testemunhas relataram que a vítima descia pela calçada da via pública, quando o autor chegou na moto, com mochila de entregador nas costas, desembarcou do veículo e começou a atirar.
A vítima teria tentado se esconder, mas caiu. O assassino foi na direção de Walter efetuando mais disparos, segundo a polícia. Imagens de câmeras de segurança flagraram a ação. O Samu chegou a ser acionado, mas o óbito foi constatado. Walter foi atingido no braço, abdômen e cabeça.