Holanda x Austrália: Golaço, sofrimento e jogo muito bom
Foi muito mais difícil que o esperado, mas a embalada Holanda conseguiu a sua segunda vitória na Copa do Mundo ao derrotar a Austrália nesta quarta-feira, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, e encaminhou a classificação no Grupo B. Em um jogo cheio de alternativas e imprevisível, o time europeu abriu o placar, levou a virada, mas voltou a ficar à frente para vencer por 3 a 2.
Robben e Van Persie voltaram a marcar e se igualaram na artilharia da Copa com três gols, ao lado de Thomas Müller, da Alemanha. Memphis Depay marcou o terceiro dos holandeses, que chegaram a seis pontos. Pelo lado australiano, que permanece sem pontuar, os gols foram de Tim Cahill e Jedinak.
A Holanda voltará a campo para enfrentar o Chile na segunda-feira, no Itaquerão, podendo já estar classificada, dependendo do resultado da partida entre chilenos e espanhóis ainda nesta quarta, no Rio. A seleção de Louis van Gaal, no entanto, não poderá contar com o atacante Van Persie, suspenso pelo segundo cartão amarelo.
Já a Austrália vive situação inversa e pode enfrentar a Espanha também na segunda, na Arena da Baixada, em Curitiba, sem chances de classificação. Para piorar, seu principal jogador, Tim Cahill, também está fora por suspensão.
O JOGO – Jogando a sobrevivência no grupo, a Austrália começou dando trabalho para a Holanda, apertando a marcação no campo de ataque e obrigando o adversário a trabalhar com homens menos habilidosos, como os zagueiros e o volante De Jong. Isso fez com que os australianos roubassem diversas bolas. Em uma delas, Bresciano recebeu na meia-lua e encheu o pé, mas foi travado.
A pressão australiana deixava o setor defensivo desguarnecido e foi assim que a Holanda abriu o placar. Aos 19 minutos, Martins Indi se antecipou, roubou a bola e ela sobrou para Robben. O atacante deu drible de corpo em Jedinak e arrancou do meio de campo sem ser incomodado, até bater de esquerda, cruzado, para o gol.
Não deu nem tempo para comemorar porque no lance seguinte a Austrália chegou ao empate em lance de rara felicidade de Cahill Aos 20 minutos, McGowan recebeu pela direita e lançou o atacante. De primeira, com a canhota, ele encheu o pé da entrada da área. A bola tocou o travessão e entrou, sem chance para Cillessen.
O jogo se tornou imprevisível. A Holanda até ficava mais com a bola no pé e mostrava ter mais qualidade, mas deixava espaços na defesa que a Austrália aproveitava, como fez aos 30 minutos, novamente pela direita. Leckie fez boa jogada e rolou para o meio. Bresciano chegou batendo de primeira, mas jogou por cima. No lance seguinte, foi a vez de Spiranovic perder boa chance após cobrança de falta, batendo fraco em cima do goleiro.
O segundo tempo começou com a Austrália marcando logo de cara, mas o árbitro viu bem a falta de Leckie em Blind e anulou. A Holanda respondeu na sequência com a boa jogada de Sneijder, que cortou para o meio e bateu firme, exigindo boa defesa de Mat Ryan.
O início movimentado tornou tudo novamente imprevisível e aos nove minutos o árbitro marcou pênalti polêmico para a Austrália. Ele viu toque de mão de Janmaat quando Bozanic tentou alçar a bola na área. Jedinak cobrou no canto direito de Cillessen, que pulou para o esquerdo, e marcou.
Como aconteceu no primeiro tempo, não tardou para o empate sair. Desta vez, foram os holandeses que reagiram rapidamente. Aos 12 minutos, Robben recuperou a bola e tocou para De Guzmán, que enfiou para Van Persie. Davidson bobeou e deu condições para o atacante, que, sozinho, encheu o pé.
Ambas as seleções apostavam na marcação pressão e ela surtiria efeito para a Austrália, que perdeu chance incrível aos 20 minutos. Jedinak conseguiu roubar a bola quase dentro da área e deixou para Oar, que cruzou para Leckie. O meia inventou e tentou finalizar de peito, facilitando para Cillessen.
O preciosismo de Leckie cobraria seu preço no lance seguinte. Depay recebeu na intermediária e arriscou. A bola não foi tão forte nem tão no canto, mas Ryan foi mal para ela e aceitou, aos 21 minutos. O goleiro se redimiria aos 28, defendendo chute forte à queima-roupa de De Jong.
Superior tecnicamente, a Holanda não vacilaria mais e conseguiria segurar o resultado até o fim sem sofrer novos sustos.