“Hoje eu vou matar ou morrer”, teria dito empresário
“Hoje eu vou matar ou morrer”. Foi essa a frase que o empresário do setor de alimentação Francis Vinicius Bez Angonesse, de 31 anos, teria dito um pouco antes de balear dois policiais na madrugada desta quinta-feira (30), na rua Monteiro Lobato, Jardim São Geraldo, região central de Marília.
Francis está sendo indiciado em flagrante por dupla tentativa de homicídio e se encontra internado sob custódia policial no Hospital das Clínicas de Marília (HC/Famema).
Segundo nota oficial da Polícia Militar, o homem teria sofrido um aparente surto psicótico. Já a Polícia Civil informou que o acusado estava mentalmente confuso, após ingerir medicamento controlado e bebida alcoólica juntos.
A ameaça de “matar ou morrer” foi ouvida pela equipe que atendeu a uma denúncia, feita por vizinhos, de disparo de arma de fogo em uma residência localizada na rua Monteiro Lobato. O caso aconteceu por volta das 4h, conforme apurou o Marília Notícia.
A mãe do empresário teria aberto a cortina assim que os policiais tocaram o interfone e a equipe pôde ver que ele segurava uma escopeta calibre 32. Imediatamente os militares se esconderam atrás de postes e árvores próximas.
Francis então teria disparado com a arma longa de dentro da garagem da casa e retornado para dentro do imóvel, junto com sua mãe. Os policiais teriam orientado, do lado de fora, que a mulher pedisse para seu filho sair com as mãos para cima e entregar a arma.
Os militares disseram ainda que só queriam ‘conversar’, mas o empresário teria saído mais uma vez do interior da residência, dessa vez com uma arma de pequeno porte e mira laser acoplada em punho. Neste momento, ele teria dito que “mataria todo mundo” e o portão eletrônico foi destravado.
Em seguida, Francis saiu da moradia atirando na direção de dois policiais, que ficaram feridos. Outros dois militares, que estavam próximos, teriam utilizado um escudo balístico para interceptar o homem.
Um dos PMs em ação na ocorrência chegou a disparar na direção do empresário. Outro militar efetuou mais seis tiros, do outro lado da rua, com o objetivo de deter o acusado, que caiu no chão e foi finalmente algemado.
Uma pistola nove milímetros, da marca STI, foi apreendida. Além da escopeta calibre 32, também foi localizada outra pistola 380 da marca Glock no imóvel.
Ao todo três armas foram encontradas, além de materiais como pólvora e munição. Também foram localizados carregadores, espoletas e artefatos explosivos.
Todo o material, no entanto, a princípio seria legalizado. Francis, segundo nota oficial da Polícia Militar, é atirador profissional. Em suas redes sociais existem fotos exibindo armamento de alto poder de fogo em estandes de tiros.
Um dos policiais foi levado ao Hospital das Clínicas por sua própria equipe, já que sangrava muito. Ele foi atingido com dois tiros na perna esquerda, um deles na coxa.
Outro policial, socorrido por uma unidade do resgate, também foi baleado na parte esquerda do corpo – coxa, braço e pé.
O acusado, igualmente socorrido pelo Corpo de Bombeiros, foi atingido por disparos do lado direito do corpo e no abdômen.
O HC/Famema confirmou que recebeu os pacientes para atendimento de ferimentos provocados por disparo de arma de fogo, mas informou que não pode dar detalhes sobre o estado de saúde de pacientes, a não ser para familiares.
O local dos disparos passou por perícia da Polícia Científica e também recebeu equipes da Polícia Civil, que investiga o caso.
DELEGADO
Em entrevista coletiva com a presença do Marília Notícia, o delegado Cleber Pinha Alonso, que registrou o caso durante seu plantão, disse que Francis faz uso de medicamentos controlados e teria ingerido bebida alcoólica, o que alterou seu estado mental, conforme apuração inicial.
Segundo o delegado, antes da chegada da Polícia Militar o acusado já teria se desentendido com um vigilante, que foi até o local para verificar se estava tudo bem.
“Segundo a versão apurada, ele [Francis] entendia que não se tratava de policiais, e sim esse vigilante que ele teria se desentendido. Então, a motivação [dos disparos] seria essa”, comentou Pinha Alonso.
O responsável pelo registro do flagrante também afirmou que o empresário deve responder às acusações na prisão. Ainda foi informado que os documentos das armas passarão por uma checagem para averiguação da validade, assim como a procedência de todo o material apreendido. A princípio Francis não teria outras passagens policiais.
POLÍCIA MILITAR
Veja a íntegra da nota emitida pela PM sobre o caso no começo da manhã:
Na madrugada desta quinta-feira, 30, por volta das 4h, durante atendimento de ocorrência de disparo de arma de fogo na Rua Monteiro Lobato, região central de Marília, os policiais militares ao chegarem no local presenciaram o morador armado no quintal da residência. A equipe buscou abrigo atrás de um poste para iniciar as negociações, nesse momento o homem, atirador profissional em surto psicótico, saiu com uma pistola 9mm atirando contra os policiais. Após intensas trocas de tiros, um policial foi atingido na perna, sendo que o projétil transfixou, causando fratura óssea, o outro policial atingido por 3 disparos, no pé, no quadril, ombro e braço, aguardando cirurgia para retirada dos projéteis alojados. O causador da crise foi atingido por 3 disparos e aguarda cirurgia. Nenhum dos 3 corre risco de morte. A ocorrência está em atendimento e será registrada na Central de Polícia Judiciária.
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