‘Superdoadores’ movimentam Hemocentro e ajudam a salvar vidas
No dia 14 de junho é comemorado em todo o mundo o Dia do Doador de Sangue, uma data importante na busca por conscientizar a população sobre a importância do ato e reconhecer o gesto altruísta daqueles que salvam vidas por meio da ação. A doação é um ato simples, mas de extrema relevância para a sociedade. Em Marília, alguns ‘superdoadores’ são exemplo.
O motorista de caminhão Ademir da Silva Prattes, de 48 anos, doa sangue há cada 90 dias, desde os 20 anos. Ele conta que primeiro foi para um conhecido, mas se sentiu bem fazendo a doação e não quis mais parar.
“O meu objetivo é ajudar a salvar vidas. Além de doar sangue, no ano passado fui abençoado em ser compatível para doar medula óssea. Fui comunicado, fiz uma bateria de exames e a doação em São José do Rio Preto”, relata Prattes.
O mariliense contou que apesar de manter a regularidade com doações a cada três meses, total de quatro por ano, já fez antes do período em um caso de urgência.
“Já teve uma vez que me ligaram, pedindo esse apoio antes do prazo de três meses, em um caso muito urgente. Meu propósito é realmente ajudar quem está precisando de sangue, geralmente em situações bem críticas”, afirma o doador.
Como vai fazer 49 anos em agosto, está perto de completar 161 doações de sangue. Levando em consideração que cada bolsa de sangue doada pode ajudar a salvar até quatro vidas, Prattes pode ter ajudado mais de 460 pessoas ao longo dos últimos anos. Ele quer passar esse exemplo para o filho, que tem sete anos e ainda não pode ser doador.
“Ele já foi comigo quando tinha uns três anos e achou diferente. Quero que o Otávio siga esse exemplo quando tiver idade para ser doador”, comenta Prattes.
A cada ano, a demanda por sangue aumenta. E é fundamental que haja um suprimento adequado para atender as necessidades dos pacientes. No entanto, mesmo com os avanços da medicina e a conscientização sobre a importância da doação, ainda há escassez de sangue em muitos lugares do mundo.
O biomédico Rodrigo Faria Cola, de 44 anos, começou a doar sangue há apenas quatro anos. Ele tinha medo de passar mal durante as doações, mas desde que começou, nunca mais parou de ajudar.
“Por insistência de uma colega e por trabalhar em um dos laboratórios dentro do próprio Hemocentro, comecei a doar e não parei mais. Doei sangue umas duas vezes e, depois, passei a doar plaquetas, pelo processo de aférese. Nesse processo é permitido realizar doações com mais frequência e as faço a cada dez dias, em média”, conta Cola.
Por estar dentro do Hemocentro, o biomédico entende das dificuldades que existem em manter o estoque adequado de sangue para atender toda a demanda da região.
“Sem contar a necessidade dos pacientes politransfundidos, principalmente àqueles portadores de doenças hematológicas. Fico muito feliz e satisfeito por poder fazer parte da esperança de cura ou de melhora da saúde de uma pessoa que nem conheço”, diz Cola.
É importante ressaltar que a doação de sangue é um ato seguro e voluntário. Os bancos de sangue seguem rigorosos protocolos para garantir a saúde e a segurança tanto do doador quanto do receptor. Antes de realizar a doação, são feitas triagens para verificar a elegibilidade do doador, garantindo que o sangue esteja livre de doenças infecciosas e seja seguro para transfusão.
Além disso, a doação de sangue não traz nenhum prejuízo para a saúde do doador. O corpo humano possui a capacidade de regenerar o volume de sangue doado em pouco tempo, o que permite que o doador possa contribuir várias vezes ao longo do ano, sempre respeitando o intervalo mínimo exigido entre as doações.
O funcionário público estadual Claudemir Aparecido Fontana, de 56 anos, começou a doar sangue em 1986, quando estava no Tiro de Guerra. Desde a primeira doação, nunca mais parou. Até 2013 ele doava sangue, mas então houve necessidade de doação de plaquetas e ele passou a doar apenas isso.
“São poucos doadores de plaquetas e como o meu sangue é O-, estou sempre doando. A frequência é muito maior do que uma doação de sangue, mas o processo é mais lento e difícil. Costumo doar uma vez por semana as plaquetas. Daria para fazer isso a cada dois dias, mas não teria veia pra isso. Sempre me chamam para doar e nunca nego. Se estão pedindo, alguém está precisando muito”, afirma Fontana.
Os doadores de sangue são verdadeiros heróis anônimos, que dedicam parte do seu tempo e esforço para salvar vidas. Cada doação pode fazer a diferença e oferecer esperança para alguém em necessidade. A solidariedade e o espírito de ajudar o próximo são valores essenciais que devem ser cultivados na sociedade.