Grupo de Camarinha tenta desgastar Daniel na Câmara
A Câmara de Marília, que em função do feriado de 2 de novembro (segunda) teve sessão adiada para terça-feira (3), deve votar novo pedido de Comissão Processante. O alvo dessa vez será o prefeito Daniel Alonso (PSDB), candidato à reeleição.
A denúncia foi protocolada pelo ex-assessor político Eduardo Garcia, conhecido como “Alemão Lobato”, carnavalesco de Marília ligado ao ex-prefeito Abelardo Camarinha (Podemos).
Ele pede – pela terceira vez nesta legislatura – que a Câmara Municipal instaure Comissão Processante contra Alonso.
Dessa vez, Garcia aponta suposta compra de tênis escolar infantil com velcro, para os alunos da rede municipal de Educação, mediante suposto superfaturamento. Em 2018, a Prefeitura de Marília pagou R$ 55,50 por cada par de calçado infantil.
Perícia do Ministério Público (MP), após denúncia de Abelardo Camarinha (Podemos), comparou o preço pago em Marília com uma licitação feita pela Prefeitura de Paulínia, na região Campinas.
Naquele município, o Poder Público municipal teria licitado tênis escolar com velcro por R$ 34,77 – de outro fornecedor e de menor qualidade –, o que segundo Camarinha caracterizaria Improbidade Administrativa cometida por Daniel Alonso, com dano ao erário público.
A denúncia gerou inquérito civil – instaurado em abril do ano passado e ainda em andamento. O órgão ministerial ainda faz diligências, que podem resultar em arquivamento ou mesmo virar denúncia à Justiça (como pretende o adversário de Daniel).
Véspera de eleição
Entre vereadores ouvidos pela reportagem, a denúncia é taxada como eleitoreira. Na semana passada o Legislativo arquivou pedido de Comissão Processante contra os vereadores Luiz Eduardo Nardi (Podemos) e Danilo Bigeschi (PSB).
Nardi contratou – sem licitação – a empresa de Fauzi Fakhouri, cunhado de Danilo, para fazer uma consultoria de telecomunicações em 2014. O empresário assinou contrato com a Câmara após “cobrir orçamentos” apresentados por empresas que ele mesmo controlava.
Já Danilo foi denunciado pelo “escândalo dos tablets”, que desviou mais de R$ 600 mil da Saúde e já virou ação penal e cível, por corrupção e dano ao erário.
A única Comissão Processante acolhida pela Câmara Municipal, nos últimos anos, foi contra a vereadora professora Daniela D’Ávila (PL), investigada por suposta quebra de decoro.
Ela telefonou para a comandante do Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Márcia Cristina Cristal, na noite em que um carro registrado em seu nome foi apreendido, por licenciamento vencido. A parlamentar nega tráfico de influência.