MN Logo

11 anos. Mais de 100 mil artigos.

  • Capa
  • Polícia
  • Marília
  • Regional
  • Entrevista da Semana
  • Brasil e Mundo
  • Esportes
  • Colunas
  • Anuncie
Brasil e Mundo
sáb. 23 mar. 2024
MASSA FALIDA

Governo fecha acordo com Varig para pagar R$ 4,7 bi e quitar dívidas trabalhistas

Acordo foi fechado como indenização por prejuízos causados pelo congelamento dos preços de passagens aéreas.
por Folhapress

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechou um acordo para pagar R$ 4,7 bilhões à massa falida da Varig como indenização por prejuízos causados pelo congelamento dos preços de passagens aéreas entre 1985 e 1992, em virtude do Plano Cruzado.

Desse valor, cerca de R$ 1 bilhão será usado para quitar dívidas trabalhistas da companhia com pelo menos 15 mil trabalhadores. Outros R$ 560 milhões serão destinados à regularização de débitos com o FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço) dos ex-funcionários.

Segundo a AGU (Advocacia-Geral da União), a Justiça Federal já pediu a expedição do precatório, que será pago à vista em 2025.

A negociação foi conduzida pela CCAF (Câmara de Mediação e de Conciliação da Administração Pública Federal) e autorizada pela 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde tramita o processo de falência da companhia.

Os termos do acordo foram assinados pelos ministros Jorge Messias (AGU) e Fernando Haddad (Fazenda) e pelos administradores da massa falida da Varig. O Centro Judiciário de Conciliação da Justiça Federal do Distrito Federal homologou a negociação na quinta-feira (21).

O acordo põe fim a uma disputa judicial de mais de 30 anos da Varig contra a União. A companhia, que pediu recuperação judicial em 2005 e teve a falência decretada em 2010, alegou ter sofrido prejuízos com a política tarifária instituída no país entre outubro de 1985 e janeiro de 1992, no bojo dos planos econômicos que tentavam controlar a inflação.

A União já havia sido condenada pela Justiça Federal do DF a pagar a indenização, mas até o momento havia uma divergência sobre os valores devidos.

Cálculos anteriores chegaram a indicar uma dívida de R$ 6 bilhões da União com a empresa. O governo conseguiu minimizar o tamanho da fatura, mas reconheceu que o pagamento será importante para dar condições à massa falida de regularizar passivos que estão há anos sem resolução.

O diretor da CCAF, José Roberto da Cunha Peixoto, disse à reportagem que o acordo dá um “desfecho social e econômico” para a ação, protocolada pela Varig ainda em 1993, e permite “ganhos mútuos” para as partes envolvidas. As negociações correram ao longo dos últimos dois anos.

O advogado da União contou ainda que houve um “grande elemento motivador” para União e Varig se empenharem no acordo: o interesse do BTG Pactual em adquirir os direitos sobre os créditos da ação tarifária. Nesse tipo de operação, a instituição fica com o direito de receber os valores no futuro, em troca do pagamento de um valor à vista menor e sujeito a descontos.

Segundo Peixoto, a entrada do BTG nas discussões acendeu o alerta para a possibilidade de a cessão desses créditos acabar resultando em prejuízo não só para a massa falida, mas também para seus credores (o que inclui os trabalhadores).

O banco fez uma oferta inicial de R$ 735 milhões pelo crédito, uma espécie de preço mínimo pelo ativo, que seria pago à vista. Uma segunda parcela seria repassada à massa falida, proporcional à diferença entre a primeira prestação e o valor final obtido com a ação tarifária.

No entanto, as condições da oferta previam descontos e cobranças sobre esses valores que, na prática, diminuiriam o montante a ser recebido pela Varig e seus credores -incluindo a própria União, que tem dívidas tributárias a receber da companhia. Quanto maior fosse a demora na resolução da ação, menor o valor a ser recebido pela companhia como segunda parcela.

Os termos também asseguravam garantias ao BTG caso outros concorrentes quisessem cobrir sua oferta. O banco teria o direito de cobrir os eventuais lances posteriores e assegurar a aquisição do crédito.

Em agosto do ano passado, AGU e PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) ingressaram com um pedido para a Justiça suspender a proposta do BTG, o que foi acatado em novembro de 2023.

“Isso com certeza foi um grande elemento motivador para que União e Varig evoluíssem com mais vigor [na negociação]”, disse Peixoto. “Quando tem um terceiro ator tentando comprar um ativo, isso faz as partes pensarem em como elas querem que a coisa evolua.”

Segundo o advogado, caso a cessão do crédito tivesse acontecido, haveria “prejuízo aos trabalhadores”. A dívida com o FGTS, por exemplo, dificilmente seria saneada. “Tentamos trabalhar dentro da janela de oportunidade”, afirmou.

A reportagem procurou o BTG Pactual via assessoria de imprensa, mas não teve resposta até o momento da publicação deste texto.

No acordo, a União instituiu uma cláusula que proíbe a cessão do precatório de R$ 4,7 bilhões para terceiros e determina que os valores sejam utilizados para o pagamento dos credores listados no processo de falência.

“O acordo evitou que o direito creditório da massa falida fosse alienado a terceiros, em prejuízo a todos os credores e à própria União, e garantiu que quantia bilionária remanesça para quitação de outras dívidas, cuja definição dependerá de decisões judiciais futuras. O desfecho positivo somente foi possível pelo alto grau de comprometimento dos envolvidos”, disse a procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize Almeida.

Além de quitar dívidas trabalhistas e com o FGTS, parte do dinheiro do acordo da União com a Varig também deve servir para resolver dívidas da companhia com o Aerus, fundo de pensão dos profissionais da aviação civil. Os débitos somam cerca de R$ 2 bilhões.

Uma ação judicial movida pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas e pela Associação dos Aposentados e Pensionistas da Transbrasil pede que a União seja responsabilizada por, na visão das entidades, ter falhado na fiscalização do plano de previdência.

Desde 2014, o governo federal repassa mensalmente cerca de R$ 50 milhões para pagar os benefícios do Aerus, uma vez que o fundo não tem mais ativos suficientes para honrar suas obrigações.

Os R$ 2 bilhões devem ficar resguardados como garantia da ação judicial, já que a União pede que o valor seja considerado no cálculo final da controvérsia.

Segundo a AGU, o caso também foi submetido à CCAF. “Embora não tenha sido possível chegar a um acordo até o momento, a União espera que as negociações com as partes possam ser retomadas em breve”, diz o órgão.

***

POR IDIANA TOMAZELLI

Compartilhar

Mais lidas

  • 1
    Homem morre atropelado na Rodovia do Contorno em Marília
  • 2
    Polícia identifica vítima de atropelamento na Rodovia do Contorno em Marília
  • 3
    Idoso que pode ter tentado contra a própria vida morre em Marília
  • 4
    Jovem é sequestrado e obrigado a realizar transferências Pix por dois dias

Escolhas do editor

TRAGÉDIA
Polícia identifica vítima de atropelamento na Rodovia do Contorno em MaríliaPolícia identifica vítima de atropelamento na Rodovia do Contorno em Marília
Polícia identifica vítima de atropelamento na Rodovia do Contorno em Marília
FRAGILIDADE URBANA
IBGE expõe desigualdades e falta de acessibilidade em regiões carentes de MaríliaIBGE expõe desigualdades e falta de acessibilidade em regiões carentes de Marília
IBGE expõe desigualdades e falta de acessibilidade em regiões carentes de Marília
FATAL
Homem morre atropelado na Rodovia do Contorno em MaríliaHomem morre atropelado na Rodovia do Contorno em Marília
Homem morre atropelado na Rodovia do Contorno em Marília
Bild entrega o Villá e marca transição do segmento premium em MaríliaBild entrega o Villá e marca transição do segmento premium em Marília
Bild entrega o Villá e marca transição do segmento premium em Marília

Últimas notícias

Polícia identifica vítima de atropelamento na Rodovia do Contorno em Marília
Marília reestrutura Serviço de Inspeção Municipal e reforça controle de alimentos em 2025
Danilo da Saúde destaca que reforma da USF Parque dos Ipês garante cuidado mais eficiente
Governo atualiza regras do BPC e reforça exigência de revisão cadastral em 2025

Notícias no seu celular

Receba as notícias mais interessantes por e-mail e fique sempre atualizado.

Cadastre seu email

Cadastre-se em nossos grupos do WhatsApp e Telegram

Cadastre-se em nossos grupos

  • WhatsApp
  • Telegram

Editorias

  • Capa
  • Polícia
  • Marília
  • Regional
  • Entrevista da Semana
  • Brasil e Mundo
  • Esportes

Vozes do MN

  • Adriano de Oliveira Martins
  • Brian Pieroni
  • Carol Altizani
  • Décio Mazeto
  • Fernanda Serva
  • Dra. Fernanda Simines Nascimento
  • Fernando Rodrigues
  • Gabriel Tedde
  • Isabela Wargaftig
  • Jefferson Dias
  • Marcos Boldrin
  • Mariana Saroa
  • Natália Figueiredo
  • Paulo Moreira
  • Ramon Franco
  • Robson Silva
  • Vanessa Lheti

MN

  • O MN
  • Expediente
  • Contato
  • Anuncie

Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial.
MN, Marília Notícia © 2014 - 2025

MN - Marília NotíciaMN Logo

Editorias

  • Capa
  • Polícia
  • Marília
  • Regional
  • Entrevista da Semana
  • Brasil e Mundo
  • Esportes

Vozes do MN

  • Adriano de Oliveira Martins
  • Brian Pieroni
  • Carol Altizani
  • Décio Mazeto
  • Fernanda Serva
  • Dra. Fernanda Simines Nascimento
  • Fernando Rodrigues
  • Gabriel Tedde
  • Isabela Wargaftig
  • Jefferson Dias
  • Marcos Boldrin
  • Mariana Saroa
  • Natália Figueiredo
  • Paulo Moreira
  • Ramon Franco
  • Robson Silva
  • Vanessa Lheti

MN

  • O MN
  • Expediente
  • Contato
  • Anuncie