Golpes crescem e Marília registra média de 10 crimes por dia em 2023
Marília tem registrado um significativo aumento no número de casos de estelionatos nos últimos cinco anos, com crescimento gradativo que “explodiu” em ocorrências registradas em 2023. Com 3,6 mil ocorrências consumadas, Marília teve uma média de 10,1 crimes por dia no ano passado.
Os golpes aplicados em Marília são os mais variados possíveis, mas nos últimos anos, houve alta expressiva nos que são praticados de forma online. Ainda existem os “crimes presenciais”, como no caso do golpe do bilhete premiado, mas eles têm acontecido em menor número.
A facilidade de aplicar centenas de golpes ao mesmo tempo, sem precisar se deslocar para outras cidades, nem se expor e correr o risco de ser identificado e preso, faz com que as práticas ilícitas cresçam pela internet.
A possibilidade de ganhos multiplicados faz com que os criminosos prefiram este tipo de delito.
De acordo com dados obtidos com exclusividade pelo Marília Notícia, o número de casos tem crescido ano a ano em Marília. Foram 729 crimes na cidade em 2019, 1.236 em 2020 e 2.075 em 2021. As informações foram confirmadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo a pedido da reportagem.
Curiosamente, em 2022, os números da SSP indicam uma expressiva redução, totalizando apenas 585 golpes. Já em 2023, o aumento foi retomado de forma massiva, fechando o ano com 3.688 registros de estelionatos. Neste início de 2024 já foram 435 crimes do tipo.
Os crimes são bem distribuídos entre homens e mulheres, o que indica que não existe um público-alvo específico. Foram 363 homens em 2019, contra 346 mulheres. No ano seguinte, em 2020, os bandidos enganaram 611 homens e 612 mulheres. Em 2021, novamente os homens foram maioria, com 1.059 vítimas, contra 1.006 mulheres.
Marília teve 262 homens caindo em golpes em 2022 e 318 mulheres. Em 2023, as mulheres foram maioria, com 1.978 registros, contra 1.703 por parte dos homens. Já neste ano, os dados mais recentes indicaram 207 homens e 227 mulheres caíram em golpes.
No total, foram 4.205 homens enganados, contra 4.487 mulheres. Marília ainda teve 56 vítimas que não informaram o sexo durante o registro do boletim de ocorrência.
Entre 2019 e 2024 foram 1.088 tentativas, com 604 mulheres vítimas e 484 homens. Houve ainda nove que não declararam o sexo.
De acordo com o delegado Flávio Augusto Therezo Rodrigues, responsável pelo Setor de Investigações Gerais (SIG), os crimes de estelionato apresentaram crescimento durante o período de pandemia.
“As pessoas ficaram mais em casa e os meios digitais passaram a ser muito utilizados para transações, pagamentos e principalmente houve um enorme crescimento de compras online. Tudo isso deu a oportunidade para que os criminosos passassem a cometer mais estelionatos pela internet e WhatsApp”, afirma o delegado.
O responsável pelo SIG orienta que as pessoas devem ficar atentas, observando sinais de alerta de que estão caindo em golpes.
“Em primeiro lugar, nunca forneça sua senha. Se for perguntada a senha é um claro sinal de golpe. Desconfie quando falarem que é urgente. Os criminosos inventam algum problema e pedem pressa. As vítimas ficam em desespero e acabam fornecendo senhas, sem pensar no prejuízo que isso pode causar. Tal conduta ocorre principalmente no golpe do PIX”, explica Rodrigues.
O delegado também alerta que outro sinal para desconfiança é o preço baixo. Normalmente, a vítima acredita que está fazendo um grande negócio, quando na verdade, está caindo em um golpe. A forma de abordagem e a maneira como a conversa transcorre também é motivo para a desconfiança.
“Desconfie do linguajar dos golpistas, que muitas vezes são totalmente diferente de um atendimento padrão de bancos ou outras empresas. Também deve haver a cautela de verificar o destinatário do pagamento, para que seja checado se o nome que consta no boleto ou no PIX é o mesmo da loja ou da empresa recebedora do pagamento”, diz o delegado.
A recomendação da Polícia Civil é que, caso seja enganado em um golpe, a vítima procure imediatamente a Central de Polícia Judiciária (CPJ) para registro do boletim de ocorrência.
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