Fumaça toma conta de Marília mais uma vez após série de incêndios
Diversas áreas de Marília amanheceram encobertas por uma espessa nuvem de fumaça, resultado de uma série de incêndios que atingiram diferentes regiões da cidade entre esta quarta (25) e quinta-feira (26).
Na zona norte, as chamas, que tiveram início em chácaras e propriedades rurais, se alastraram rapidamente por um vale que liga as regiões norte e leste, gerando grande preocupação entre moradores e sitiantes da área.
O avanço do fogo no bairro Figueirinha foi intensificado pelo vento, que empurrou as chamas em direção ao vale, colocando em alerta os residentes da zona leste e do distrito de Dirceu, que já enfrentaram uma estiagem severa neste ano.
Na manhã desta quinta-feira, as chamas continuavam consumindo a vegetação na área do Figueirinha, atingindo a região do bairro Alcides Matiuzzi e aproximando-se da Vila Barros.
Outra área bastante atingida foi a região do Altaneira, onde o fogo chegou próximo às chácaras que produzem hortifrútis, perto da rua Tenente Antônio João. Já na área atrás do Residencial Green Valley, próximo à rua José Bonifácio, o incêndio também se alastrou, elevando os níveis de fumaça na cidade.
Na zona leste, o bairro Jardim Tropical, uma área nobre de Marília, foi tomado por fumaça proveniente de um incêndio em uma área verde entre a represa Cascata e avenida das Esmeraldas. A situação preocupou os moradores, que se viram cercados pela névoa que dominava o céu.
A densa fumaça provocada pelos incêndios tem agravado os problemas respiratórios da população, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com condições preexistentes, como asma e bronquite.
Com o ar saturado de poluentes e partículas tóxicas, os moradores de Marília relatam dificuldade para respirar, irritação nos olhos e na garganta, além de um aumento nas buscas por atendimento médico devido a crises respiratórias.
O tenente Fernando Calógero do Corpo de Bombeiros explicou que os incêndios que atingem os itambés de Marília são de difícil combate por causa da topografia dos locais. Além da preocupação com a extinção das chamas, evitando que se alastrem para imóveis próximos das áreas de mata, os bombeiros precisam se preocupar com a própria segurança.
“Nosso treinamento é constante. Quando chegamos em um incêndio, precisamos considerar o clima, temperatura, umidade do ar, presença dos ventos, direção dos ventos e a topografia. Precisamos definir uma tática e quais as formas para combater o fogo, além das medidas de segurança para a equipe, que pode ser ver cercada pelo fogo, para evitar tragédias”, conta o tenente.
Calógero também revelou que existe um estudo do Corpo de Bombeiros de Marília para solicitação do apoio de aeronaves para auxiliar no combate aos incêndios.
“A ferramenta da aeronave é disponível para o Corpo de Bombeiros. Temos o conhecido Águia, que nos apoia muito, além de aeronaves de asa fixa disponibilizados pela Defesa Civil. Analisamos cada ocorrência, levando em conta todas as variáveis. A partir dessa análise, verificamos se é viável. Estamos estudando alguns incêndios na área de Marília e qual seria mais necessário o uso deste importante recurso”, finaliza Calógero.