Família denuncia negligência médica em morte de adolescente em Vera Cruz
A família de um garoto de 15 anos que morreu na manhã desta quinta-feira (15) acusa de suposta negligência médica o Pronto Atendimento de Vera Cruz, onde o adolescente foi atendido. O jovem teria dado entrada com sinais de parada cardiorrespiratória, a equipe médica teria tentado fazer a reanimação Cauê Gabriel Costa de Souza na própria unidade hospitalar. Contudo, para a família, a situação requereria transferência imediata para hospital especializado em Marília.
O paciente deu entrada entrada por volta das 11h, e já teria sido encaminhado para a sala de emergência do local. A família não pôde entrar e ficou do lado de fora. Enquanto aguardavam uma resposta do que estava acontecendo, um familiar começou a filmar, reclamando da demora no posicionamento a equipe médica sobre a situação.
“A gente quer saber o que está acontecendo. Faz mais de dez minutos que não dão retorno para a família. Já tem mais de dez minutos que estão estabilizando. Se não tem suporte aqui, tem que levar para Marília”, diz o tio da criança.
Quando a morte do garoto é informada, a mãe começa a gritar e chorar desesperadamente, enquanto a pessoa que filma começa a cobrar o motivo por não terem transferido a criança para atendimento médico em Marília.
“Vocês tiveram chance de levar para Marília. Vocês tiveram tempo para levar para Marília. Tem que fazer o protocolo, mas teve tempo para levar para Marília. Dez minutos vocês tiveram. Por isso, muita gente reclama desse hospital. Como pode acontecer um negócio desse dentro de um hospital da cidade. Isso tem que denunciar”, afirmava o tio.
A Polícia Civil foi acionada e esteve presente com uma viatura no Hospital São Vicente de Paulo. “Chamaram até a polícia, mas eu tenho tudo registrado. Fizeram negligência médica com o meu sobrinho. Ambulância parada e eles com o moleque dentro da sala” reafirmou.
O corpo de Cauê foi velado no Velório Municipal e o sepultamento ocorreu nesta sexta-feira (16), às 9h, no Cemitério de Vera Cruz.
OUTRO LADO
Em nota, o Instituto Beneficente Vitta de Assistência Social (IBV), responsável pela gestão do Pronto Atendimento de Vera Cruz, esclareceu que o adolescente era portador de adrenoleucodistrofia (doença genética rara que afeta o sistema nervoso e a glândula adrenal – produtora da adrenalina), insuficiência adrenal e encefalopatia crônica progressiva (doença degenerativa progressiva do cérebro).
“O jovem deu entrada na unidade às 11h01 já em parada cardiorrespiratória, com ausência de pulso e ritmo de assistolia (ausência completa de atividade elétrica e mecânica cardíaca) confirmado pela monitorização cardiológica. A equipe médica imediatamente iniciou manobras de reanimação cardiopulmonar, realizando 15 ciclos ao longo de 30 minutos. Infelizmente, não houve retorno da circulação espontânea, e o óbito foi constatado às 11h31.”
Ainda de acordo com a unidade, o caso teria sido encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), pois o paciente já teria chegado ao Pronto Atendimento sem sinais vitais. “Durante todo o processo, a equipe do IBV tentou prestar acolhimento à família do adolescente, expressando suas sinceras condolências pela perda”, afirma.
O documento aponta ainda que o “IBV repudiou veementemente as alegações de negligência que circulam nas redes sociais, reafirmando que todos os protocolos médicos foram seguidos com a máxima dedicação e profissionalismo. A instituição reiterou seu compromisso com a transparência e a excelência no atendimento, destacando que a saúde e o bem-estar dos pacientes são suas prioridades absolutas.”