Faixas questionam Ajeka sobre acusações contra assessor
Ao menos quatro faixas espalhadas por diferentes pontos de Marília questionam o vereador Elio Ajeka (PP) sobre uma das polêmicas levantadas na oitiva do prefeito Daniel Alonso (PSDB), realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os gastos do Executivo com a Covid-19.
“Presidente da CPI, vereador Elio Ajeka explica para nós, você tem um lobista no seu gabinete ou não?”, questionam as faixas espalhadas principalmente na região central do município.
Na última sexta-feira (21), já no final da oitiva na Câmara, o assessor especial do gabinete do prefeito Daniel Alonso, Alysson Alex, fez denúncias no mesmo sentido.
Lobista é o nome dado a mediadores entre empresas e o Poder Público, atividade não regulamentada no Brasil. Segundo Alysson, o funcionário de Ajeka supostamente teria tentado fazer negociação com a Prefeitura.
“Convoque o secretário da Saúde para o povo de Marília saber a verdade, que seu assessor é lobista e foi oferecer máscara para a Saúde, em tempo de pandemia”, disse Alysson.
O Marília Notícia apurou que a denúncia – ainda não formalizada – aponta para o assessor Davi Yoshida, também advogado e desafeto de Alysson. Yoshida nega que tenha oferecido produtos antes de novembro do ano passado, época de eleições.
A reportagem do MN teve acesso a uma notificação extrajudicial encaminhada por Alysson ao presidente da CPI. “Ao ser confirmado [os fatos] em depoimento deverá o vereador ora notificado pedir renuncia do cargo de presidente da CPI ou solicitar a exoneração de seu assessor”, diz o documento endereçado a Ajeka.
PRÓXIMOS PASSOS
O prefeito Daniel Alonso foi o primeiro a ser ouvido pela CPI. Fora seu nome, um requerimento assinado pelo vereador Ivan Negão (PSB), relator da comissão, pede a oitiva de outras 17 pessoas.
Entre elas está o secretário da Saúde, Cássio Luiz Pinto, que afirmou em entrevista exclusiva estar pronto para falar sobre a polêmica “e muitas [outras] coisas”.
Membros da CPI e assessores ouvidos pela reportagem, contudo, afirmam ainda não existir prazo para o depoimento de Cassinho, como é chamado o chefe da pasta em discussão.
Esta semana a Câmara deve realizar ao menos duas audiências públicas sobre outros temas, o que deve atrapalhar a agenda da CPI.
Ainda sem confirmação oficial, a retomada das oitivas deve acontecer a partir do dia 1º de junho. Os próximos a prestarem depoimento devem ser Juliana Bortoletto, responsável técnica pela distribuição de vacinas do programa municipal de imunização, e o diretor do Fundo Municipal de Saúde, Rodrigo Pegoraro.
OUTRO LADO
Desde sexta-feira, o MN aguarda manifestações de Ajeka e Yoshida sobre as acusações de Alysson, ainda sem retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.