“Façam aquilo que as deixem felizes”, diz fundadora da Ale Idiomas
Alessandra Ferreira Fernandes é a fundadora de uma das maiores marcas do seu ramo em Marília e região, a escola de línguas Ale Idiomas, que completa 20 anos em 2019 com centenas de alunos.
Para chegar onde está hoje, a professora e empresária precisou vencer muitas barreiras e aconselha outras mulheres a fazerem “aquilo que as deixem felizes”. Caso contrário, “a vida não faz sentido”.
Foi o que no final da década de 1990, com 23 anos, decidiu fazer. Ir atrás do que lhe dava prazer.
“Meus pais queriam que eu prestasse concurso público, algo assim. Eu escolhi ser professora e abri minha escola”, relembra. “Fui contra o que esperavam de mim e cheguei até aqui”.
Entre as cobranças que Alessandra diz ainda sentir mesmo sendo uma mulher considerada extremamente bem sucedida, é por não ter filhos. “É como se você fosse obrigado a seguir um roteiro”, diz ela.
“Eu não quis ter filhos, foi uma escolha e sou muito feliz com meu marido”, afirma. Sua opção não significa, diz ela, que ter ou não filhos levará outras mulheres a serem mais ou menos felizes.
“Não existe receita, hoje a mulher se casa se ela quer, tem filhos se ela quiser”, completa. A questão é como a sociedade lida com isso.
Para Alessandra, no momento a as relações sociais passam por um “ajuste” o que inclusive provoca certo “mal-estar” em certos setores.
Emancipação
Atualmente, observa a empresária, as mulheres querem equidade em relação ao sexo masculino, direitos iguais e divisão das tarefas.
“Isso acontece depois que as mulheres chegam ao mercado de trabalho. Em gerações anteriores a mulher era criada para cuidar do marido, de casa”, observa Alessandra.
Um dos caminhos para a emancipação feminina passa, de acordo com ela, pela profissionalização, o que inclui a aprendizagem de outras línguas, “uma porta que se abre”.
“As alunas que já tem certa idade e uma profissão seguem carreira dentro de banco, de empresas que contratam para a parte administrativa, donas de empresas correndo atrás da segunda, terceira língua”, diz Alessandra.
O problema, diz ela, ainda é justamente o acúmulo de funções que acaba limitando muitas mulheres e dando privilégios para os homens.
“Tive um caso que a mulher precisou parar seu curso porque o marido não ficava sozinho com a criança. Temos que educar os meninos para saberem cuidar”, comenta.
Dia da Mulher
Na avaliação de Alessandra, o dia 8 de março acaba sendo apenas mais uma data comercial caso não sejam mobilizadas forças frequentes para que as mulheres ganhem mais espaço.
“Hoje vemos que as mulheres não estão mais caladas, com casos de violência doméstica, de abusos. São muitos casos vindo à tona, mas temos muito o que avançar”, afirma.
Nesse sentido ela reforça a ideia presente no começo deste texto e recomenda para que outras mulheres “não temam buscar a felicidade”.