Explorar politicamente morte em rodeio mostra falha de caráter
A tragédia que ocorreu no Marília Rodeo Music, resultando na morte de Hamilton Olímpio Ribeiro Junior, choca pela brutalidade. Um evento que deveria ser de celebração e diversão foi transformado em um pesadelo, deixando marcas de dor e tristeza. No entanto, tão lamentável quanto o próprio ocorrido é a postura de alguns setores políticos em Marília que, em vez de respeitar o luto e a dor alheia, optam por explorar o episódio para atacar adversários.
Antes de mais nada, acho fundamental ressaltar que o rodeio em Marília, organizado em parte pela Prefeitura Municipal, foi um dos eventos mais bem estruturados que a cidade viu nos últimos tempos. Estava claro que a população ansiava por diversão na cidade. Como os Titãs cantam, “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte”.
Mesmo sendo realizado em ano eleitoral, o que inevitavelmente levanta suspeitas, o evento não foi utilizado como palanque político para promover o candidato Ricardinho Mustafá (PL), sucessor apoiado pelo atual prefeito Daniel Alonso (PL). Pelo contrário, a organização se manteve focada em garantir uma experiência segura e agradável para os participantes.
Contudo, após a tragédia, alguns adversários políticos não perderam tempo em tentar denegrir a imagem do prefeito e, consequentemente, prejudicar a candidatura de Ricardinho. É completamente legítimo que não se goste do governo Daniel. Em outubro, quem quer mudança, terá uma excelente oportunidade para mostrar isso. Misturar os fatos é uma atitude baixa. Utilizar uma situação de luto e dor para ganhos eleitorais não é apenas antiético, mas revela uma falha profunda de caráter. Ao invés de unir a comunidade em solidariedade às vítimas e suas famílias, esses indivíduos preferem semear a discórdia, buscando apenas o benefício próprio.
Felizmente, eles são minoria. É importante destacar que adversários como Vinicius e Garcia da Hadassa, ao contrário de outros, não recorreram a esse artifício. Ponto para eles.
Transformar a morte em uma arma política é desrespeitoso e cruel. Fui testemunha de que a organização do evento fez o que estava ao seu alcance para garantir a segurança e o sucesso do rodeio. Como alguém poderia prever que um policial militar, totalmente despreparado e sem nenhum controle emocional, pudesse fazer uma besteira tão grande e colocar em risco a vida de tantas pessoas?
É importante ressaltar também que o autor do crime foi identificado na portaria do evento. A legislação permite que ele entre armado por ser um agente de segurança. O que a organização faria nesse caso? Nada. Fez o que tinha que ser feito e cumpriu a lei.
Usar esse triste acontecimento como munição política apenas mancha ainda mais o processo eleitoral, que já sofre com a falta de ética e transparência em muitos aspectos. Devemos exigir mais dos nossos representantes e candidatos, tanto em termos de competência quanto de caráter. Afinal, é em momentos como este que se revela a verdadeira índole de uma pessoa.
O ocorrido no Marília Rodeo Music não deve ser esquecido, mas também não deve ser explorado politicamente. Precisamos de uma política que valorize a vida e respeite o luto, não de uma que se aproveite da dor para conquistar votos. Que essa tragédia sirva de alerta para todos nós sobre a importância de manter a humanidade e a dignidade acima das disputas eleitorais.