‘Eu espero que a população olhe com coerência para esse cenário dos candidatos’, diz Nayara
Na série que busca ouvir os candidatos ao cargo máximo do Poder Executivo municipal e divulgar os esboços das propostas de campanha, o Marília Notícia conversou nesta semana com Nayara Mazini (Psol), que já anunciou a disputa pela Prefeitura.
Com uma trajetória de vida e carreira marcada pelo compromisso com a saúde pública e o bem-estar da comunidade, Nayara é formada em enfermagem pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), há vários anos tem atuado na gestão pública da saúde, junto ao Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília. É a segunda vez que disputa a eleição. Na primeira tentativa, em 2020, ficou em terceiro lugar com 5.498 votos.
Nascida em Lucélia, Nayara viveu seus primeiros 22 anos na pequena cidade próxima a Adamantina. Posteriormente, mudou-se para Londrina, onde cursou graduação em Enfermagem na UEL. Apesar de suas origens no município vizinho, Nayara sempre manteve uma forte conexão com Marília, cidade natal da família materna.
Desde a infância, visitava Marília regularmente, desenvolvendo um profundo vínculo com a cidade. Foi esse laço que a motivou a escolher Marília como local para construir sua vida e carreira após a conclusão da graduação.
Nayara iniciou sua carreira profissional trabalhando na cidade, focada na saúde materno-infantil. Mais tarde, trabalhou em Promissão, mas sempre mantendo residência em Marília. Em 2012, começou a atuar no Departamento Regional de Saúde, órgão que gere as políticas públicas de saúde para 62 municípios da área de referência. Com 12 anos de experiência na gestão pública de saúde, a enfermeira adquiriu um vasto conhecimento sobre as especificidades e desafios da região.
A candidatura de Nayara, segundo ela, é fruto de um momento de indignação e revolta diante das dificuldades enfrentadas por sua filha no acesso aos serviços de saúde e lazer. Essa experiência pessoal a motivou a participar de organizações não governamentais, movimentos sociais e conselhos, como o Conselho da Pessoa com Deficiência, o Conselho de Saúde e o Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas (Comad).
A candidata diz que acredita que a falta de vontade política tem sido um obstáculo significativo para a implementação de projetos que atendam às necessidades da população mais vulnerável. Assim, afirma que decidiu se candidatar à Prefeitura com o objetivo de promover uma gestão inclusiva, justa, humana e menos desigual.
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MN – Como foi sua infância?
Nayara – Eu sou nascida em Lucélia, uma cidadezinha bem pequenininha, próximo de Adamantina. Vivi 22 anos da minha vida lá e depois saí pra estudar, fui fazer minha graduação na UEL, em Londrina, mas a minha família sempre foi daqui de Marília, a família por parte da minha mãe. Então, desde criança, todo mês, a gente viajava e vinha para cá, brincava no bosque, que é próximo da casa da minha avó. Sempre tive esse contato com a cidade e pude acompanhar ao longo dos anos o desenvolvimento.
MN – Quando decidiu vir para cá?
Nayara – A partir do momento que eu me formei, Marília foi a cidade que eu escolhi para eu vir morar e fazer minha vida. Eu me formei em enfermagem na UEL. Fiz meu mestrado aqui na Famema e hoje curso meu doutorado em saúde coletiva na Unifesp.
MN – Você começou a trabalhar já em Marília?
Nayara – Aqui em Marília eu comecei trabalhando na Associação Beneficente Hospital Universitário (ABHU), na saúde materno-infantil. Depois eu fui trabalhar em Promissão, mas sempre morando aqui. Em 2012 eu comecei a trabalhar no Departamento Regional de Saúde, que é um órgão de gestão, que cuida dos 62 municípios da área de referência. Trabalho com gestão de políticas públicas de saúde há 12 anos.
MN – Como que é trabalhar nessa área?
Nayara – Nessa área você tem que ter um jogo de cintura muito grande, pois são 62 secretários de Saúde, de amplo espectro político. Você vai trabalhar com políticas públicas pelo SUS. Então você tem que ter um jogo de cintura para organizar, dentro das regiões de saúde, políticas públicas para a população, que atendam a ampliação do SUS e o seu fortalecimento, fazendo isso de uma forma regional. Cada cidade tem sua especificidade como, por exemplo, Marília que é referência para 19 municípios da região. Nós temos as cidades que são polos e que acabam recebendo, até pelo número de habitantes, serviços maiores, que ficam de referência para a região. Marília é uma grande referência dentro da região dos 62 municípios.
MN – Quando a política entrou na sua vida?
Nayara – A política entra na minha vida por um momento de dor e indignação. Uma certa revolta de ver que a gente trabalha tanto, estuda tanto e luta tanto. Eu tenho uma filhinha especial e ela me modificou pelo resto da minha vida, porque ela me colocou em lugares que eu precisei de muita luta para acesso à saúde, acesso ao lazer. Porque uma criança com deficiência hoje na nossa cidade tem poucas opções. Não se trata só de educação e saúde, mas de todos os direitos que uma criança tem de acesso. Participei de ONGs, de movimentos sociais e de conselhos também. Participei do Conselho da Pessoa com Deficiência, o Conselho de Saúde e o Comad. Eu pude ver e sentir na pele a dificuldade de implementar projetos na nossa cidade, que pudessem atender, principalmente, aqueles que mais precisam, que é a população mais carente e mais vulnerável.
MN – Você tem quantos filhos?
Nayara – Eu tenho o Miguel, de 14 anos, e tenho minha Letícia, com 11 aninhos, que é a minha filhinha especial. Ela nasceu com uma síndrome rara e, decorrente disso, ela tem autismo. Ela desenvolveu epilepsia refratária e com cinco anos de vida teve um prognóstico muito ruim. Eu a levei para São Paulo e cheguei a ter a notícia de que era para eu me preparar, que eu a perderia por conta dessa epilepsia, que já estava deixando ela acamada. Foi quando eu descobri o tratamento com a cannabis medicinal, que transformou a vida dela. Ela deixou de ser uma criança acamada para ser uma criança que anda e que frequenta a escolinha, que vai para as terapias. Então, mesmo ainda hoje, tendo algumas crises convulsivas, hoje ela é uma criança que consegue frequentar a sociedade, ir num shopping, ir em qualquer lugar como as outras. É isso que eu sonho para todas as nossas crianças. Que elas tenham esse acesso à cidade, como a minha filha pode ter hoje. Isso é o que eu mais espero.
MN – Conseguiu emplacar algum projeto quando participou de ONGs?
Nayara – A única resposta que eu tive de todos os projetos que eu protocolei – pois eu ajudei nas ONGs – é que eles não iam para frente por falta de vontade política. Como era falta de vontade política, eu me coloquei à disposição para que haja vontade política na nossa cidade, de transformação, de uma cidade mais inclusiva, mais justa, mais humana e menos desigual para todos.
MN – A última eleição foi a primeira sua?
Nayara – Isso. Foi em 2020, quando eu entro na política partidária. Eu me coloquei para a política institucional, porque a minha vida por si só, como as pessoas referenciam, ela é um ato político. A partir do momento que eu me posiciono na sociedade, que eu luto por direitos, por projetos para melhorias da nossa cidade, a gente transforma a nossa vida num ato político e passa a ser um agente público dentro da população. Então eu entro na política institucional para promover esses avanços que são tão necessários para a nossa cidade, pensando nas necessidades da nossa população.
MN – Como foi a sua primeira experiência numa eleição?
Nayara – Foi uma experiência em uma época muito difícil. Eu tinha acabado de perder meu pai em fevereiro, então ainda estava em um processo de luto. Então veio a pandemia, que dificultou ainda mais todas as ações que você poderia fazer com a população. Mas foi uma campanha muito linda, muito limpa, de olho no olho das pessoas, conversando, ouvindo a população e suas necessidades, conhecendo as dores da nossa população. Foi uma caminhada que a gente pôde fazer em todos os distritos, bairros, nossas comunidades, favelas, ouvindo de fato o que é a necessidade daqueles que mais precisam de políticas públicas. A gente vê que o centro da cidade continua se desenvolvendo com novos condomínios, mas existem áreas muito afastadas, que não são incluídas nessas políticas públicas. A gente pode ver de perto todo esse descaso com essa população.
MN – Você ficou em que lugar na última eleição?
Nayara – Em terceiro lugar. Eu acho que o resultado foi muito expressivo. A gente teve cerca de R$ 10 mil de financiamento de campanha. Não conseguimos aparecer para muitas pessoas. Até hoje eu encontro pessoas que nem ficaram sabendo que eu estava candidata. Concorrer com campanhas milionárias é muito difícil. Eles polarizam e aí parece que só existem dois candidatos que estão disputando, mas alcançar o terceiro lugar foi uma notícia de que a população vem refletindo e olhando para a gestão pública com bastante critério.
MN – O que fica dessa atual gestão para a população?
Nayara – A dívida de mais de R$ 1 bilhão é o que a gente vai receber de herança. Se a gente tivesse tido grandes obras, de impacto social para a nossa população, até poderia justificar um gasto desse, mas ninguém sabe nem para onde foi esse dinheiro todo.
MN – O que você ganhou de aprendizado e de experiência com sua participação na última eleição?
Nayara – Eu acho que o que eu trouxe de mais especial foi esse contato com as pessoas. Poder mostrar quem eu sou, uma pessoa idônea, trabalhadora, uma pessoa que tem consciência sobre a necessidade de tudo que a nossa cidade vive, da educação, cultura e esporte. Vejo as filas de espera que a gente tem e a falta de investimento. Por isso que a saúde não entrega um bom resultado. Temos uma desvalorização dos servidores públicos, porque nessas andanças, foi isso que eu tive de experiência, no contato direto com as pessoas. Eu acho que isso foi o mais precioso da minha campanha de 2020.
MN – Assumindo a Prefeitura de Marília, qual será sua principal prioridade?
Nayara – Minha prioridade número um, se eu for eleita e se eu entrar na Prefeitura, acho que será evitar os suicídios. Nós temos índices altos de suicídio na nossa cidade, que despontam e chamam muita atenção. Para as pessoas chegarem a uma fatalidade dessa na vida, é porque estão sofrendo muito. E isso nos diz muito sobre a nossa cidade. Isso está dizendo para mim, que a educação não está fazendo sentido para essa pessoa. A saúde não está dando conta e nós não temos capacidade instalada de lazer, de cultura, de esporte, que possa ressignificar a vida dessas pessoas. Que essas pessoas possam estar acolhidas nos espaços da nossa cidade. Eu acho que precisamos de uma política pública prioritária. Nós temos notícias de suicídio de crianças, de jovens, da população adulta, de muitos trabalhadores da saúde e de idosos. Essas pessoas estão no abandono do seu sofrimento, e essa é uma política prioritária.
MN – E quanto a concessão do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem)?
Nayara – Nós somos contra a privatização e a concessão do Daem, ele é um patrimônio nosso e essa concessão foi feita com valores de investimento muito aquém, que não vai resolver o problema de Marília. A nossa população já vai ter um aumento expressivo na conta de água para pagar. Foi uma jogada política, que não justifica em nada. Isso gerou uma instabilidade muito grande nas questões trabalhistas. A Matra também está se envolvendo em ações jurídicas para impedir essa concessão. Acho que tem que ter um olhar, de toda a população, se responsabilizando por esse bem que é um patrimônio público da nossa cidade e que não deve ser negociado assim, dessa forma, entregando completamente e de uma forma muito irresponsável com a nossa população. Porque quem vai sentir no bolso e na pele, mais uma vez, quem vai pagar essa conta é a população.
MN – Qual sua opinião sobre os radares aqui em Marília?
Nayara – Foi outra jogada de negociatas da gestão pública. Temos um gasto de mais de R$ 500 mil com essa empresa por mês. E qual é o retorno para a nossa população? É óbvio que a gente não pode se negar em dizer que, às vezes, um radar num local onde ocorrem acidentes, onde você tem índices maiores de acidentes de trânsito, ele é necessário. Mas a nossa população também é consciente dos seus deveres e das suas obrigações. Hoje a cidade mais parece um Big Brother. Você é filmado e isso virou uma indústria de multas, que não vem agregando nada para a nossa população, muito pelo contrário, só onerando ainda mais os motoristas que precisam trabalhar. Está tudo desadequado, até com relação aos índices de velocidade. Não foi feito um planejamento. Foi feito tudo errado.
MN – A cidade tem algum retorno com os radares?
Nayara – Eu só vejo o prejuízo da nossa população, que está sentindo mais uma vez no bolso a falta de comprometimento da gestão pública com as necessidades da nossa população. Você só onera a população. Vai criando essas situações para fazer o consumidor sentir no bolso, todo esse descaso com a sociedade mariliense.
MN – Como foi entrar para o Psol?
Nayara – Entrar para o partido é uma escolha e teve muito a ver com as minhas lutas sociais, que vem da luta pelo direito da pessoa com deficiência, pela cannabis medicinal, que é um medicamento que modificou e transformou a vida da minha filha. A luta pelos direitos das mulheres e também a pauta do meio ambiente. Eu também fiz parte da ONG Origem e pude ver de perto também a situação do meio ambiente, as causas ambientais que a gente passa em Marília e os projetos maravilhosos que essas ONGs e movimentos sociais trazem para a gestão pública.
MN – Você é praticamente a única representante da esquerda e vivemos em uma cidade que votou de forma expressiva no ex-presidente Jair Bolsonaro, que é de direita. Como reverter isso? É possível?
Nayara – Dá para reverter isso, porque eu acho que a pauta da esquerda, por vezes, foi muito “endemonizada” nessa polarização política que a gente teve de direita e esquerda. Hoje, muitas pessoas não sabem que a pauta da esquerda, na verdade, é diminuir as desigualdades sociais, lutar por políticas públicas que sejam para as pessoas, para atender a necessidade da população. Vivemos num sistema capitalista, mas nós precisamos fazer da nossa cidade um lugar que seja para todos, e não para grupos específicos. Eu acho que a maior bandeira da esquerda é a redução das desigualdades sociais. Não acho que é um confronto que existe entre as pessoas que se denominam hoje como de direita e como de esquerda, assim como as pautas conservadoras. Eu venho de uma família conservadora e religiosa. Isso nunca trouxe nenhum problema e nenhum conflito para mim em termos do que eu penso, da minha forma de agir e da forma que eu penso as melhorias para a nossa cidade, muito pelo contrário. Não podemos perder o foco do que de fato é necessário e é mais urgente, que a gente se organizar como uma sociedade, com uma pauta civilizatória, com coisas que sejam boas para todas as pessoas, além de se preocupar sempre com as necessidades daqueles que mais precisam e que menos são olhados para a nossa sociedade.
MN – Você acha que essa eleição pode mudar e mesmo na Câmara podem ser eleitos vereadores da esquerda?
Nayara – Olha, eu acho que muda sim. Eu acho que nós tivemos vereadores que se denominavam de direita, mas que na verdade, acabaram tendo posturas de pautas da esquerda, que se preocuparam com pautas que são essenciais da nossa população, como a reforma trabalhista que a gente teve e a pauta de concessão do Daem. Por isso que eu falo que hoje, se denominar de direita ou de esquerda, ainda é uma ilusão para as pessoas. O que a gente precisa ter foco é na responsabilidade que a gente tem com o outro, com o próximo, que é quem está do nosso lado.
MN – E o apoio que você tem recebido dos demais partidos?
Nayara – Além do Psol, o PT, o PC do B e o PV, são partidos que também se unificaram nessa luta pela nossa cidade e eu acho que formam uma grande potência para essas eleições, porque de fato, estão representando uma boa parte da nossa população e trazendo esse mesmo cerne, um conceito de benefícios para a nossa população, de preocupação, de participação social dentro da política pública e que não seja mais uma gestão de Prefeitura. Todos concordam nesse sentido, de que nós precisamos fazer uma gestão participativa, que converse com as pessoas e com a necessidade de cada bairro, de cada distrito, de cada favela, de cada organização, em todos os cantos de Marília.
MN – Você acha que dá pra retomar a questão do desfavelamento aqui em Marília?
Nayara – Claro que sim. Inclusive de regulamentação fundiária também. O que você precisa prestar atenção são as zonas de vulnerabilidade, zonas de APP, mas existe muitas casas que estão nas comunidades, que precisam é de regulamentação fundiária. Nesses últimos 10 anos, o Conselho de Habitação também vem discutindo propostas de moradia de interesse social, que faz parte dessa política, que as pessoas chamam de desfavelamento. Precisamos, junto com o Conselho Habitacional, estudar bairro a bairro, sobre o que é possível fazer.
MN – A população observou um crescimento grande nos últimos anos de pessoas em situação de rua em Marília. O que dá pra fazer para ajudar essa população?
Nayara – Eu já trabalhei com a população em situação de rua e existem pessoas maravilhosas, que a sociedade nem imagina. O meu violão, que comprei pra mim e me dei de presente no Natal de 2022, quem fez o primeiro uso foi um morador de rua. Estava em uma ação e, quando eu tirei ele do carro, a pessoa me pediu para tocá-lo, eu fiquei encantada. As pessoas não conseguem ter dimensão de quem são esses seres humanos, que estão na rua hoje e por qual motivo essas pessoas acabaram ficando nessa situação. Precisamos de uma política pública específica para a população de rua, que trabalhe com as questões, por exemplo, do uso abusivo de substâncias. Elas precisam do mínimo de acolhimento e de compreensão também da população,
MN – O que você está planejando a partir do início do governo, você sendo eleita?
Nayara – Negociar a dívida da Prefeitura. Eu acho que isso é algo gritante e que vai trazer grande impacto. Com essa coligação, a gente tem acesso ao governo federal, então dá para trazer muito recurso para Marília e dá para a gente ir amortizando nossa dívida. Um exemplo é a dívida do Ipremm. Não dá mais para funcionário público ter salário parcelado ou ficar na insegurança jurídica, que depois que aposenta não vai receber. Você se dedica uma vida inteira ao serviço público, para depois não ter segurança nenhuma? Isso é um absurdo. Existem várias políticas que são prioritárias em Marília, mas a gente precisa também promover uma auditoria cidadã das contas públicas.
MN – Em 2020 foi uma campanha diferente por causa da pandemia. Hoje como tem sido para você essa pré-campanha?
Nayara – É um início de campanha, mas a gente está recebendo muito apoio da população. As pessoas estão se engajando de forma orgânica na nossa campanha. Isso tem demonstrado que Marília quer mudança. Marília também nunca teve uma prefeita eleita. E em lugares que a gente vê que a mulher foi eleita como prefeita, assim como vários lugares que a gente tem da região, a gestão é diferente, porque a mulher traz esse olhar ampliado para as necessidades sociais. Eu já tenho essa vivência, que é da minha própria prática profissional. Esse olhar ampliado para políticas públicas. Então eu acho que é o momento que Marília espera uma mudança e eu acho que a mudança pode vir com o nome de uma mulher, com certeza.
MN – Qual mensagem você deixa para as pessoas de Marília?
Nayara – Tenho um sonho de uma cidade próspera, porque é isso que eu sonho para minha vida. É isso que eu sonho para a vida dos meus filhos. Marília é a cidade que eu escolhi para ficar e para criar os meus filhos. Para que eles também tenham um futuro aqui na cidade. Quando você tem uma criança especial, essa criança te faz olhar por lugares que você nunca olhou antes. Ver outras pessoas que estão na mesma condição e que não tem oportunidades nenhuma. Isso te traz uma nova visão de mundo. Por isso que o meu sonho hoje, de estar me colocando para o pleito político, é poder sonhar junto com a nossa população, que a nossa cidade se torne próspera novamente e que seja um polo de desenvolvimento, um destaque regional por bons motivos e não por questões tristes, como suicídio, como altos índices de acidentes ou outros problemas. Marília se tornou uma cidade ilhada, tanto pelos radares, como pelos pedágios. O que eu mais espero é que nossa população olhe com coerência para esse cenário dos candidatos e veja quem tem de fato tem caráter, que seja honesto, idôneo e que tenha uma vida de luta pela nossa população. Esse é meu sonho, um sonho de uma cidade feliz, onde as pessoas possam sonhar também.