Estudante de medicina é preso por filmar corpo de alunas
O estudante de medicina da Famerp, Marcelo Mafra Campos Coelho, foi preso em flagrante pela Polícia Militar, nesta terça-feira, 10, por filmar o corpo e as partes íntimas de mulheres e alunas da faculdade que passavam próximo ao suspeito nas imediações do Hemocentro do Hospital de Base. Junto com uma vítima, o caso foi encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde o rapaz foi enquadrado por perturbação à tranquilidade e liberado em seguida.
“Acompanhando uma mulher, e sem que ela percebesse, o indivíduo aparentava estar filmando a região de suas nádegas”, afirma trecho do registro do caso feito pela PM. As imagens recém gravadas da vítima identificada pelos policiais e de outras mulheres foram encontrada sem um aparelho celular apreendido. Questionado pelos policiais, ele confessou os atos.
Já na casa dele, onde os militares da equipe de motos de trânsito da 2ª Cia realizaram buscas, outros cerca de 70 vídeos parecidos com as filmagens do celular feitas perto do Hemocentro foram encontrados em um notebook, também apreendido na DDM. Na casa do estudante os policiais também apreenderam R$ 10,7 mil e 2,1 mil dólares, “que segundo Marcelo são provenientes de sua estadia nos EUA (Estados Unidos da América) e da mesada conferida por seus pais.”
Depois de encaminhado a DDM, Marcelo foi ouvido pela delegada Dálice Ceron e enquadrado em um Termo Circunstanciado de perturbação à tranquilidade, baseado no artigo 65 da lei das contravenções penais. “O indivíduo andava e filmava o bumbum das mulheres. Na delegacia ele disse que gostava de filmar e focalizar as pernas das meninas”, disse a delegada. “É difícil de enquadrar essas situações em crime. Ele não filmava o rosto, não identificava”, complementou. “Agora vamos investigar se há conduta mais séria envolvida neste caso.”
Apesar do termo circunstanciado, a delegada determinou punições administrativas que devem ser aplicadas pela Faculdade. “Agora a direção da faculdade vai decidir ou por trabalho voluntário, ou suspensão ou até expulsão do aluno. Caberá a faculdade”. O celular e o notebook foram apreendidos pela Polícia Civil e o dinheiro localizado foi restituído.
Reincidência
Na delegacia, representantes da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) relataram a delegada Dálice Ceron que esta não é a primeira vez que o estudante é apontado por gravar as partes íntimas de mulheres. Segundo os responsáveis, outras 30 alunas que entraram para o curso neste ano o denunciaram por “importunação idêntica à flagrada nesta data”. A falta de denúncias, segundo porta vozes da Famerp, está relacionada ao medo de represálias.
Faculdade está tratando
Por nota a assessoria da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) afirmou que prestou assistência à aluna vítima nesta terça-fera, 10, e que tomará as medidas previstas no Regimento Interno da instituição. Segundo a faculdade, no final do ano passado, a direção recebeu denúncias de alunas e recomendou que as estudantes registrassem boletim de ocorrência para que o caso fosse investigado.
“No mesmo dia (primeiro relato em setembro de 2017), a faculdade iniciou a apuração e como medida administrativa proibiu o aluno de utilizar celular dentro do campus.” Depois disso, a faculdade afirma que não houve mais denúncias de dentro da faculdade e o estudante foi encaminhado à Assistência de Apoio ao Aluno para atendimento psicológico e psiquiátrico. “Na primeira sessão, admitiu o transtorno e aceitou o tratamento que segue com atendimento prestado regularmente até esta data”, finalizou a nota.