Especialista orienta sobre cuidados até a chegada da emergência
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Os primeiros minutos de cuidado para um paciente que necessita de socorro médico podem ser vitais. Por isso, saber como agir na hora de chamar um serviço de emergência pode fazer toda a diferença – entre manter uma vida ou mesmo evitar sequelas mais graves.
A pedido do Marília Notícia, a enfermeira Elizandra Milan, que é especialista na área de emergência e instrutora de um curso americano que ensina primeiros socorros para médicos e enfermeiros, citou algumas dicas importantes para aqueles que precisam recorrer ao serviço de emergência.
“Sempre treinei profissionais, mas me incomoda demais saber que existem casos em que as pessoas poderiam ter sobrevivido, porém quem está acompanhando não soube o que informar ao serviço de emergência. Às vezes a gente não consegue reverter a situação porque a pessoa não recebeu uma massagem cardíaca, por exemplo”, afirmou Elizandra.
A enfermeira explica que o mais importante é saber informar o real estado do paciente, verificando se ele está ou não respirando.
“O Samu precisa definir prioridade, é preciso identificar quem está em estado mais grave, já que existem situações em que a pessoa pode falecer se não for socorrida em poucos minutos”, diz.
No caso das crianças, os casos mais graves envolvem situações de asfixia, seja por ingestão de alimento ou no caso de algum objeto colocado na boca. Ela orienta que quem estiver acompanhando a criança comece a fazer as manobras para desengasgamento e, sendo possível, peça a uma outra pessoa para fazer a ligação ao serviço de emergência.
No caso dos adultos, geralmente os problemas mais graves estão ligados ao coração. Segundo Elizandra, “é importante identificar e informar se a pessoa está falando, se está acordada e se ela respira ou não, para que o médico possa identificar a gravidade, e assim enviar a equipe específica para o atendimento, como por exemplo, a UTI Móvel”.
MANOBRAS DE DESENGASGAMENTO
Para criança de até um ano, vítima de engasgamento (normalmente ficam roxinhas, molinhas e não conseguem respirar), o ideal é colocá-la com a cabeça mais baixa com relação ao bumbum, e bater nas costas (na região entre os dois ombros) por cinco vezes. Se a criança chorar em algum momento, provavelmente já estará desengasgada. Nesse caso, é importante verificar se as condições estão voltando ao normal.
Caso não tenha conseguido desengasgar com os cinco golpes, vire-a de barriga para cima e, com os dedos médio e indicador, pressione na linha dos mamilos, entre as mamas, por cinco vezes. A pressão deve ser correspondente a um terço da altura do tórax.
Se for necessário, o procedimento pode ser reiniciado, partindo dos golpes nas costas.
A primeira manobra, mantendo a cabeça para baixo, também pode ser praticada em crianças maiores e em adultos engasgados. Nesse caso, se não funcionar, é indicado tentar compressões abdominais na região do estômago, pressionando as mãos para dentro e para cima.
COMPRESSÕES CARDÍACAS
Se a pessoa estiver caída no chão, sem respirar, o primeiro passo é acionar o serviço de emergência e informar essa situação. Desligando, devem ser iniciadas as compressões cardíacas. As mãos devem ser apoiadas no osso entre as mamas, na altura dos mamilos.
As compressões devem ser feitas sem parar, até a chegada do serviço médico. Se for necessário, faça as compressões por pelo menos dois minutos e depois troque com alguém.
A compressão deve ser de pelo menos cinco centímetros (ou seja, profundas – sem medo de machucar) e os movimentos devem ser realizados de 100 a 120 vezes por minuto. “Isso salva vidas”, conclui a enfermeira.