Número de escorpiões preocupa marilienses
Em diferentes regiões de Marília o surgimento de escorpiões tem assustado a população nos últimos meses. Queixas relacionadas ao aparecimento destas pragas urbanas foram registradas no Nova Marília, Palmital, Marajó, Santa Antonieta e Maracá.
Entre 2007 e 2015 – período com dados disponíveis no DataSUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) – Marília registrou 184 casos de picada de escorpiões.
O ano com maior número de casos foi 2013, com 31 picadas. Em 2014, foram 25, e em 2015, 16 ocorrências. Segundo o banco de dados do SUS, nenhuma morte em decorrência de ataque de escorpião foi registrado no período.
Morador da rua rua Carlos Santilli, na zona Sul, o empresário Eduardo Augusto Ramos Junior, 28 anos, conta que já encontrou 18 escorpiões desde fevereiro de 2017. Mais um foi achado nos últimos dias, distante cerca de um metro de sua filha, de três anos.
“Estou apavorado e quero que tomem providências. Minha filha estava brincando descalça. Já avisamos a Zoonoses da Prefeitura. Esse escorpião é perigoso. Se picar uma criança, pode matar”, alerta o empresário.
De acordo com ele, os escorpiões saem de dentro do Clube dos Bancários, que fica nas proximidades de sua residência. Ali dentro os animais estaria se reproduzindo em meio a tábuas de uma sauna desativada. Uma chácara próxima também seria foco.
Priscila Caputi de Jesus, moradora do bairro Palmital, também afirma que já comunicou a Zoonoses sobre o problema dos escorpiões no bairro, mas não viu resultados.
“Encontrei muitos escorpiões em casa, levei para a Zoonoses e nada de providências, comuniquei a Prefeitura e também nada aconteceu. Não só no meu bairro Palmital, mas sim em vários outros estão encontrando escorpiões”, reclamou.
Outro lado
Por meio da coordenadora, veterinária Ticiana Donatti dos Reis, a Divisão de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de Marília, informou nesta quarta-feira (18) que já realiza, desde o início do ano, uma série de ações, juntamente com a população, para o combate a escorpiões nas imediações do Parque São Jorge (zona sul). Entre as medidas estão visitas domiciliares, bloqueio da região, autuação para remoção de materiais e orientação para uso de inseticida.
De acordo com a Prefeitura, o aparecimento do animal peçonhento em ambientes domésticos pode ocorrer, de forma mais frequente, com o aumento da temperatura. Na região citada, segundo a veterinária, nos meses de março e, recentemente, há cerca de um mês, foram recebidos relatos de moradores.
“Foi feito um trabalho de bloqueio, com visitas domiciliares, notificação para limpeza de alguns locais, remoção de alguns objetos que estavam acumulados. O Clube dos Bancários foi um dos imóveis verificados e foi necessário manejo ambiental, com a retirada de madeiras que no passado eram usadas para aquecimento de piscina. Estas providências já foram tomadas, inclusive com uso de inseticida”, explicou.
Segundo a administração municipal, em virtude de novas chamadas, equipe da Divisão esteve no bairro novamente e verificou domicílios, áreas públicas e o entorno. “Em relação às áreas internas das casas e quintais, há a orientação do uso de inseticida com princípio ativo lambda-cialotrina, que de acordo com a marca comercial, pode ser adquirido a partir de R$ 5 em lojas especializadas”, afirma o município.
“Estamos à disposição da população, para verificação de situações mais pontuais de locais que possam favorecer a proliferação desse ou de outros aracnídeos. Mas é importante ressaltar que a Divisão de Zoonoses, em trabalho conjunto com os supervisores de saúde, está atenta e presente no bairro”, declarou a veterinária.
Prevenção
Não é preconizado o uso de inseticida de forma indiscriminada. Venenos matam não apenas o animal ou vetor que incomoda, mas também pode causar acidentes com animais domésticos e humanos, além do impacto ambiental. O uso é exceção, conforme orientações específicas.
Tanto para área urbana quanto para o campo, as recomendações do Ministério da Saúde, para se evitar acidentes com escorpiões, são: manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros (no ambiente rural); combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins; preservar predadores naturais como seriemas, corujas, sapos (área rural); limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.
No caso da região onde há relato da presença de escorpiões, o uso de inseticida com o princípio ativo lambda-cialotrina é recomendado. Mais informações podem ser obtidas por meio da Divisão de Zoonoses atende pelo telefone 3401-2054. O serviço está localizado à avenida João Ramalho, 1130, Parque São Jorge, próximo a Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe.