‘Escândalo dos tablets’ na Saúde de Marília tem repercussão nacional
A denúncia do Ministério Público, aceita pela Justiça, que transformou em réus dois ex-secretários da Saúde em Marília, um empresário e pessoas ligadas a uma empresa de informática, repercutiu no país. O “escândalo dos tablets” foi notícia no Estadão e no portal UOL.
Em tempos de pandemia de coronavírus, o caso que envolve o desvio de recursos da saúde, com superfaturamento de produtos e fraude em licitação, ganha destaque.
A denúncia originada pela Operação Reboot foi aceita pelo juiz da 3º Vara Federal de Marília, Fernando David Fonseca Gonçalves.
São réus dois ex-secretários na gestão Vinícius Camarinha (PSB), Danilo Bigeschi (mesmo partido) e Hélio Benetti (DEM).
O processo inclui o empresário Fauzi Fakhouri Junior, cunhado de Danilo e dono da empresa que vendeu os 450 tablets ao custo, superfaturado, de R$ 2.350 cada para a Secretaria da Saúde de Marília.
Segundo a publicação do Estadão, “parte dos valores obtidos com a fraude na licitação teriam sido usados na campanha de Danilo Bieschi à Câmara dos Vereadores, em 2016”.
Na época Danilo era assessor especial na secretaria da Saúde e foi um dos responsáveis por “arquitetar as fraudes” na secretaria de Saúde. Danilo teria sido o responsável pelos termos da licitação, que resultaria na escolha da empresa de Fakhouri para a compra dos tablets.
Além de Danilo, o então secretário, Hélio Benetti e o empresário, a denúncia da procuradoria inclui o então coordenador administrativo da Secretaria de Saúde, Fernando Roberto Pastoreli e pessoas que teriam agido em conluio com o esquema, para dar ares de legalidade à licitação.
O grupo vai responder – em liberdade – por corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
As investigações que deram origem à operação Reboot devem continuar, envolvendo crimes que teriam sido cometidos fora da região de Marília, por pessoas ligadas ao esquema.
Na semana passada, quando a Justiça Federal aceitou denúncia, o vereador se manifestou, reclamando de perseguição política.
“Me causa estranheza a exploração desse assunto novamente em período pré eleitoral, pois sempre estive a disposição durante todos esses anos. Sofro ataques e perseguições constantes devido a minha atuação combativa na câmara, denunciando irregularidades e cobrando transparência”, garantiu.
Danilo disse ainda “desconhecer qualquer irregularidade na compra de equipamentos ou serviços e diz que nunca participou de processos licitatórios e é servidor público concursado na saúde”.