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Marília
seg. 19 out. 2020

Entidade canábica de Marília ajuda pacientes de todo o Brasil

por Leonardo Moreno

Danielle sentia dores neuropáticas desde 2019 (Foto: Redes Sociais/Arquivo Pessoal)

“Meu nome é Danielle, sou nova por aqui. Ainda vou iniciar o tratamento com a cannabis, então, tudo para mim é novidade”, relata a mulher de 43 anos, que é moradora de Salvador/BA, sobre o tratamento oferecido pela associação mariliense Maria Flor.

“Sinto dores neuropáticas desde 2019, muito espasmo, dificuldade para andar, formigamento e parestesia”, detalha Danielle, que tem o diagnóstico de mielite transversal – inflamação na medula. Sua esperança está no uso de canabinoides como medicação.

No Instagram da Maria Flor são vários os relatos de pacientes de todo o Brasil, que ajudam a explicar a expectativa da soteropolitana Danielle. Um exemplo é o caso de Júlia Marino Agostinho, de 42 anos, moradora de Campos dos Jordão (distante 606 quilômetros de Marília).

Há 26 anos Júlia convive com a esclerose múltipla (Foto: Redes Sociais/Arquivo Pessoal)

Ela é historiadora, museóloga e arquivista, porém foi aposentada por invalidez e, há 26 anos, convive com a esclerose múltipla.

“Até chegar o óleo, eu não fazia nada. Ele chegou há um mês e, nesse tempo, consegui melhorar o meu andar”, conta. Desde 2017, quando teve seu filho, ela praticamente não conseguia mais se movimentar.

“Andava carregada por alguém ou me segurando pelas paredes. Passei para o andador, arrastando os pés. Agora, após o óleo, consigo levantar os pés. O equilíbrio virá ao longo das gotas”, espera Júlia.

Outro caso é do pequeno Luccas, de cinco anos, que tem grau dois de autismo. Ele e a família vivem em Tijuca, no Estado de Santa Catarina.

Lucas, de Santa Catarina, que tem grau dois de autismo (Foto: Redes Sociais/Arquivo Pessoal)

“Iniciamos o tratamento com ele há menos de um mês e ele mudou completamente. Todos os comandos que antes ele não respondia, de repente, começou a fluir. Parte de comportamento, interação social e a troca positiva com o irmão, Augusto, foi incrível. Ele não brincava e agora a relação deles é magnífica”, conta a mãe do menino, Marisa.

“Aumento do vocabulário, pedir as coisas, começou a dar sentido nas coisas. Teve uma aceitação maior também com os alimentos, o que foi muito importante para a alimentação dele. Muita evolução para pouco tempo, e a gente acredita que, a longo prazo, vamos surpreender muito ainda”, afirma Marisa.

MARIA FLOR

A Maria Flor Bem-Estar Cultivado nasceu da iniciativa da terapeuta canábica Fernanda Peixoto, preocupada em dar suporte a Mateus Castelazi, hoje com 13 anos, no tratamento da síndrome de West e da epilepsia de difícil controle.

 

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Em 2018, o menino, que chegava a ter 80 convulsões ao dia, já fazia tratamento com óleo de canabidiol (CBD) importado, antes de conhecê-la. Porém, foi apenas após a administração do óleo de espectro amplo, produzido pela terapeuta, que as crises convulsivas finalmente cessaram, no surpreendente prazo de quatro dias.

Desde então, a mãe de Mateus, Claudia Marin, não tem medido esforços para estimular o uso do medicamento entre outras mães e portadores de condições a quem a cannabis medicinal possa ser útil. A dificuldade do acesso ao produto industrializado no Brasil torna o trabalho artesanal das associações ainda mais importante.

Em 2020, a Maria Flor formalizou seu compromisso com a causa da cannabis medicinal na forma de associação. Com isso, a atuação do projeto se expandiu, compreendendo hoje não apenas o atendimento a crianças com síndromes convulsivas, mas o suporte a centenas de pessoas com diferentes patologias, como Parkinson, Alzheimer, dores crônicas, fibromialgia, ansiedade, depressão, autismo, TDAH, câncer e HIV e outras.

O propósito da associação vai além do acesso ao tratamento com a cannabis medicinal. Ela busca oferecer um ecossistema de bem-estar e acolhimento às pessoas com diferentes anseios, necessidades e aspirações.

ACOLHIMENTO

Com atenção especial ao aspecto comunitário, ao cultivo sustentável e à produção artesanal, o trabalho da Maria Flor abrange todas as pontas da operação: plantio, cultivo, colheita, extração, preparação, acolhimento de pacientes e distribuição do óleo.

Maléli/MariaFlor, no Shopping Iguatemi, em São Paulo, para a estreia do filme “Cannabis: o investimento do bem” (Foto: Redes Sociais/Arquivo Pessoal)

Fundada e gerida por quatro mulheres, a entidade tem nos atributos femininos seu principal diferencial. Ao entrar em contato com a associação, o paciente é encaminhado inicialmente ao setor de acolhimento.

“Quando procuram pelo óleo, as pessoas precisam ser bem recepcionadas, acolhidas. Precisam se sentir abraçadas”, diz Claudia, que se tornou vice-diretora de acolhimento da entidade.

No processo, o paciente também é orientado sobre como conseguir o habeas corpus (HC) necessário, e entrar com o pedido judicial para o uso do óleo à base de cannabis. A Maria Flor disponibiliza ainda uma lista de médicos que avaliam casos clínicos e prescrevem o medicamento.

CADASTRO

Após passarem pelo acolhimento, os pacientes são orientados a realizar um cadastro e se tornarem membros da associação – ou Marias, como as fundadoras gostam de dizer.

Para viabilizar a aquisição legalizada do óleo, o processo compreende três etapas: preenchimento de ficha cadastral, entrega de documentação e o envio da receita e do relatório médico.

Lutas que unem mulheres valentes (Foto: Redes Sociais/Arquivo Pessoal)

Por se tratar de uma associação, onde há inúmeras questões burocráticas quanto à autorização do cultivo, todos associados têm que arcar com uma taxa justa anual.

ALÉM DO CDB

Nos últimos anos, tornou-se comum associar produtos de cannabis exclusivamente ao CBD, ao ponto de os dois parecerem sinônimos. Porém, o CBD é apenas um dos 98 canabinoides presentes na flor da cannabis.

A ascensão do CBD se deve – em grande parte – ao fato de a substância não causar potenciais alterações de consciência como outros canabinoides – especialmente o THC, o “primo” mais famoso e polêmico.

Com isso, setores da indústria farmacêutica e do mercado viram no CBD a possibilidade de ofertar um produto de efeitos mais controlados e previsíveis em um amplo recorte de usuários, além de contornar o tabu social que ainda persiste em relação a produtos derivados da planta.

Porém, ao remover todos os outros canabinoides, a extração química do CBD resulta em um medicamento de eficácia significativamente menor.

Pacientes autorizados ao plantio estão fazendo história (Foto: Redes Sociais/Arquivo Pessoal)

A ação combinada das substâncias presentes na flor ativa equilibra com mais eficiência o sistema endocanabinoide, parte do sistema nervoso central responsável por funções como memória e aprendizagem, apetite, sono, reprodução, imunidade e percepção da dor.

SEGURANÇA

Há muitas histórias, como a do Mateus, em que o tratamento apenas com CBD não surte os efeitos desejados. Na maioria dos casos, a administração do óleo de espectro amplo é mais eficaz.

Na contramão dessa perspectiva, as associações propõem o uso do óleo de espectro amplo, composto com todos os canabinoides em proporção controlada e sob supervisão médica.

Com o acompanhamento de um profissional, é perfeitamente possível produzir medicamentos não apenas seguros, mas de ação personalizada, criados sob medida para cada caso e sem efeitos inconvenientes para o paciente.

Além de oferecer um medicamento mais eficiente, as associações entregam o produto por um preço que chega a ser 95% mais baixo do que o praticado nas farmácias. Esse é outro diferencial importante no trabalho das associações: ao reduzir significativamente o preço final, entidades como a Maria Flor promovem democratização real de acesso.

Eficácia, segurança, personalização, democratização e acolhimento: com esses pilares, associações como a Maria Flor estão promovendo uma verdadeira revolução no tratamento de saúde com medicamentos à base da cannabis.

Acompanhe o trabalho da Maria Flor pelo @vemsermariaflor_ no Instagram e no facebook.com/vemsermariaflor.

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