Enem mobiliza 3,6 mil estudantes em Marília
Se esta realmente preparado, o mariliense João Pedro Ruy, de 17 anos, só saberá quando estiver diante da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que começou a ser aplicado neste domingo (21). Mas nas últimas horas, antes de abrir o caderno de questões, ele sabia que o mais importante era ter tranquilidade. A expectativa era que a prova fosse técnica, sem interferências políticas.
O alvo de João é a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), mas para o mariliense – que como outros milhares na cidade se prepara há três anos –, o Exame é apenas uma etapa, para inúmeras possibilidades.
“É muita pressão. Fiz pela primeira vez no 1º ano. Tive uma boa nota, mas não sei se foi por não ter [sido com] pressão nenhuma. Agora é diferente. A responsabilidade aumenta”, afirma o jovem, que pretende cursar Ciências da Computação.
Cada estudante tem uma forma de relaxar e aproveitar. Para João Pedro, vale até sair com os amigos para descontrair e evitar sobrecarga de estresse. A regra em casa, conta, é chegar cedo.
Um ingrediente a mais de tensão foi acrescentado nas últimas semanas para a prova. “Esse negócio de ‘prova com cara de governo’ foi muito estranho. Eu acho que o Enem tem que ser imparcial, avaliando o conhecimento, sem interferência política nenhuma”, opina.
ESTRUTURA
A prova na cidade foi aplicada na Universidade de Marília (Unimar). Uma faixa da avenida Hygino Muzzi Filho, em frente à instituição, foi interditada no sentido bairro-Centro, para as tradicionais barracas de estabelecimentos de ensino e também para a passagem e segurança dos alunos.
Os portões dos locais de prova foram abertos ao meio-dia e fechados às 13h, no domingo (21). A primeira prova teve duração total de 5h30. O horário de aplicação foi das 13h30 às 19h.
Os candidatos precisaram permanecer por pelo menos duas horas na sala de aplicação de exames e só puderam deixar o local da prova após as 15h30. Só puderam levar o caderno de provas para casa aqueles que ficarem na sala até as 18h30.
QUEDA RECORDE
Marília registrou, para a edição 2021, o menor número de inscritos no Enem dos últimos 11 anos. A prova contou com até 3.629 pessoas, número 40% menor que no ano anterior.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela elaboração do Exame. Em Marília, os indicadores apontam retrocesso na participação. O pico de candidatos em dez anos foi em 2016, com 7.363 inscrições na cidade.
O Enem já substitui, em algumas universidades, o tradicional vestibular. A prova foi criada em 1998, sendo usada inicialmente para avaliar a qualidade da educação nacional.
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