Empresário que atirou em PMs é declarado inimputável
O Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc) concluiu o laudo psicológico do empresário Francis Vinícius Bez Angonese, de 31 anos, acusado de atirar contra dois policiais militares na madrugada de 30 de setembro do ano passado, na rua Monteiro Lobato, Centro de Marília.
O exame apontou incapacidade por insanidade mental, o que classifica o empresário como inimputável. Se condenado por homicídio tentado, Angonese pode cumprir pena em estabelecimento de saúde mental.
O exame no Imesc foi requisitado pela Justiça em dezembro após pedido do advogado de defesa Ricardo Carrijo Nunes. O acusado continua encarcerado no setor de enfermaria do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Penitenciária de Álvaro de Carvalho (distante 44 quilômetros de Marília.
Francis é atirador esportivo registrado e possuía em casa uma pistola calibre 9mm e outra calibre .380, além de uma espingarda 12, bem como várias munições e apetrechos para a recarga.
Na data dos fatos, o empresário estaria irritado por uma discussão anterior com o vigilante da rua. Após ingerir bebida alcoólica, o acusado passou a efetuar disparos de dentro de casa para o alto – inicialmente no jardim de inverno e posteriormente no quintal -, enquanto gritava “hoje eu mato ou eu morro.”
De acordo com o MP, a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência de disparo e, ao chegar ao endereço, os militares tocaram a campainha.
Neste momento, o empresário teria ido armado até a garagem, onde falou “se eu for sair daqui, é para matar ou para morrer” e disparou em direção à via pública.
Os policiais teriam tentando fazer Francis se render. Mas o empresário abriu o portão, empunhando uma pistola 9 mm – equipada com mira laser -, dizendo que mataria a todos, momento em que passou a efetuar disparos. Mesmo abrigados atrás de postes, os militares acabaram alvejados.
Um dos policiais foi atingido por quatro projéteis – coxa esquerda, pé esquerdo, braço esquerdo e costas. O outro por duas vezes – coxa e perna esquerdas. Em apoio, outros pms revidaram e atingiram o acusado, que acabou contido.
O MP denunciou Angonese por dupla tentativa de homicídio com as qualificadoras de assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; e contra autoridade ou agente descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela. O exame de sanidade mental foi expedido pelo juiz da 3ª Vara Criminal, Fabiano da Silva Moreno.