Emaranhado de cabos prejudica estética urbana e atrapalha até motoristas
Quem anda por Marília, principalmente na região central da cidade, têm uma percepção unânime: a beleza da cidade muitas vezes se perde na confusão de fios e cabos que atravessam as ruas e avenidas.
O emaranhado não apenas obscurece a estética da paisagem, mas também afeta a qualidade do ambiente urbano, comprometendo a sensação de ordem e harmonia tão essenciais para a experiência dos marilienses no espaço público.
Além disso, a grande quantidade de fios nos postes instalados em Marília tem atrapalhado a visibilidade de alguns semáforos existentes.
Quem trafega pela rua Nove de Julho e para na esquina com a avenida Sampaio Vidal, por exemplo, tem dificuldade de visualização do semáforo existente na esquina.
O Marília Notícia apurou que um projeto-piloto deve ser feito pela Prefeitura de Marília, em parceria com a CPFL, para a regularização e despoluição dos cabeamentos na região central. Os trabalhos terão início no próximo dia 23, começando pela avenida Sampaio Vidal.
Posteriormente, após limpeza dos fios na principal avenida da cidade, os trabalhos serão feitos nas demais vias do centro e em seguida nos bairros.
De acordo com Prefeitura de Marília, a CPFL retirou quase 560 quilos de cabos irregulares, apenas entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, que estavam compartilhados em sua estrutura.
Uma reunião organizada pela administração municipal no auditório do Paço Municipal, em março deste ano, tratou sobre o disciplinamento do uso compartilhado da infraestrutura. As 23 empresas que usam a estrutura instalada pela CPFL foram convidadas, mas apenas quatro compareceram.
Juliano Bataglia, diretor do setor de fiscalização da Prefeitura de Marília, e Ronaldo Sérgio Duarte, procurador municipal, marcaram presença em nome do Poder Executivo, acompanhados pelo vereador Elio Ajeka (PP), representante da Câmara Municipal. Membros da sociedade civil também compareceram. O encontro técnico recebeu ainda a presença de representantes da CPFL.
Além dos fios que conduzem eletricidade e que ficam em uma parte mais alta, sem atrapalhar a visibilidade, a rede da CPFL, pelo pacto de compartilhamento, sustenta outros cabos, como os de telefonia, de internet e fibra óptica.
No ano passado, por exemplo, a CPFL emitiu 3.469 notificações, em uma ação administrativa para disciplinar esse uso.
“Regularmente estamos em tratativas com a CPFL e demais concessionárias que compartilham a infraestrutura para que possamos implementar esta limpeza dos cabos, deixando tudo harmonioso e dentro dos padrões das normas técnicas”, afirma Juliano Bataglia.
A CPFL informou ao Marília Notícia que a maioria dos cabos mencionados pela reportagem não são de energia, mas de telecomunicações e por isso a organização não seria de responsabilidade da companhia.