Marília tem 52 vítimas da Covid com até 59 anos em um mês
No mês mais letal da pandemia – abril – quando 158 moradores de Marília morreram com Covid-19, o avanço e gravidade da doença entre os mais jovens ficaram evidentes. Do total de vítimas, 52, ou seja, 32% tinham até 59 anos.
A cidade perdeu para o vírus 25 pacientes com idades entre 50 e 59 anos. Outras 19 famílias ficaram em luto pela perda de marilienses da faixa etária de 40 a 49 anos.
A Covid-19 foi fatal para oito moradores que sequer tinham completado 40 anos; o mais jovem, morreu com 30, sem comorbidades, segundo o boletim emitido pela Secretaria Municipal da Saúde.
Levantamento feito pelo Marília Notícia mostrou ainda que a segunda quinzena de abril foi mais letal para a maioria das faixas etárias, principalmente para os mais jovens.
Em apenas 15 dias, 58 pessoas morreram antes de completar 69 anos. Na primeira quinzena de abril, foram registradas 43 mortes no mesmo grupo etário.
REVERSÃO
Dados da Fundação Sistema de Análise de Dados do Estado de São Paulo (Seade) apontam que, desde o início da pandemia, os jovens se infectam mais, porém os idosos são mais acometidos pelos agravos da doença.
Em Marília, as pessoas entre 20 e 39 anos respondem por 49,9% das infecções. Do total de mortes, apenas 3,8% estão nesta faixa etária.
Na totalidade de contaminações, 14,8% acontecem entre pessoas que têm 60 ou mais. Na soma de óbitos, esse grupo populacional representa 71,1% das vidas ceifadas.
Estes números representam os 13 meses de crise sanitária. Recentemente, tem sido observada uma mudança no padrão.
A ampla propagação do vírus na população jovem – por simples princípio matemático de proporcionalidade – tem gerado casos graves e mortes entre pessoas com menos idade. Por outro lado, o vírus tende a encontrar parte dos idosos já imunes, com duas ou uma dose da vacina.
Somado a estes fatores está a propagação das variantes consideradas mais agressivas, como a P1 de Manaus, que já responde por praticamente metade das infecções em Marília.