Em palestra inédita em Marília, presidente do Ciesp discute segurança tecnológica e tendências
A exemplo do que acontece com a segurança alimentar e energética, a segurança tecnológica e do setor de saúde se tornaram prioridade nas estratégias dos países líderes. A afirmação foi feita em Marília, nesta quinta (10), pelo empresário Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), durante sua palestra “Macrotendências Mundiais até 2040”, que foi apresentada para mais de 100 empresários e lideranças da região.
Baseado no cruzamento de mais de 400 bancos de dados do Ciesp e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a apresentação trouxe as principais tendências em nove setores: saúde, alimentos, energia, infraestrutura, urbanização, perfil do consumidor, trabalho e qualificação, entretenimento e turismo e segurança.
Segundo ele, a evolução tecnológica ganhou importância no contexto geopolítico e as grandes potências mundiais buscam assegurar o domínio tecnológico e fortalecer as cadeias produtivas domésticas nas indústrias de alta intensidade tecnológica.
O presidente do Ciesp também falou sobre a importância das terras raras e minerais estratégicos utilizados na fabricação dos chamados “novos materiais”, como o grafeno e a cerâmica avançada.
“Quando olhamos para as macrotendências, contribuímos para avaliar futuras oportunidades de negócios, auxiliamos na antecipação das necessidades dos consumidores e na orientação dos investimentos produtivos”, afirma Cervone.
COMPORTAMENTO
Sobre o comportamento do consumidor, o presidente ainda chamou a atenção para a valorização do ambiente interno das residências a partir da popularização do home office, com a busca por conforto e funcionalidade. Ele também destacou a força do e-commerce e do metaverso nos negócios.
No quesito mercado de trabalho, as macrotendências apontam para a valorização das habilidades comportamentais (soft skills) dos profissionais, para as frequentes trocas de carreira e o fortalecimento do empreendedorismo, além dos impactos da inteligência artificial em todos os setores.
A empresária Darlene de Pádua Mello Spila do setor de fabricação de embalagens pet em Marília disse ter ficado “impactada” com a palestra e contou que, apesar da percepção geral da sociedade de uma evolução grande, não havia imaginado o quanto o mundo estará tecnológico.
“Se você não estiver caminhando junto, se você não preparar sua equipe, sua empresa, você não vai conseguir se manter competitivo no mercado”, disse Darlene.
Para Silvio Zilio diretor regional do Ciesp Alta Paulista, a palestra é uma espécie de “chacoalhada” nas empresas. “Eu tenho certeza de que muitos vão parar para fazer uma reflexão, avaliar, ver se estão no caminho certo, se essas tendências estão em simetria com os planejamentos estratégicos das empresas”, disse Zilio.
O diretor também celebrou a primeira visita de Cervone à Marília e a postura do Ciesp ao levar conhecimento aos empresários, que, de acordo com ele, ficaram “satisfeitos” e “entusiasmados” com a palestra.
À tarde, o presidente e Zilio visitaram a fábrica da Marilan.