Eleições 2024: MN entrevista João Pinheiro, pré-candidato à Prefeitura de Marília
Nascido em Echaporã, mas criado desde os primeiros anos em Marília, o empresário João Henrique Pinheiro da Sugar Brazil entrou na disputa eleitoral deste ano, se tornando pré-candidato a prefeito pelo PRTB.
Sua jornada começou ao lado do pai, aprendendo os ofícios desde a infância. Segundo Pinheiro, enquanto outras crianças brincavam, ele estava nas fazendas auxiliando nas tarefas. Seu ingresso no mundo profissional ocorreu cedo, quando começou a se aventurar no desenho técnico mecânico, mas foi com as usinas de álcool que encontrou o caminho para a riqueza, intermediando negociações.
Em sua visão para o futuro da cidade, João Pinheiro afirma que irá priorizar a geração de empregos e o desenvolvimento econômico sustentável. Ele pretende atrair investimentos, desburocratizar processos e revitalizar setores importantes da economia local, como a indústria alimentícia.
Apesar do sucesso empresarial, com aquisição de aeronaves e carros esportivos de luxo, ele também acumula polêmicas, com várias acusações de estelionato na Polícia Civil.
João recebeu o Marília Notícia e falou sobre a infância, o início da carreira, a queda de um avião na Venezuela e as acusações que enfrenta na Justiça, além das pretensões políticas em Marília. O empresário também comentou sobre um vídeo em que faz manobras perigosas de carro no centro da cidade.
MN – Você nasceu em Echaporã e logo se mudou para Marília?
João Pinheiro – Nasci em Echaporã e com dois anos de idade meus pais vieram para Marília. Meu pai, Manuel Pinheiro Neto, é carpinteiro, pedreiro, faz tudo, né? E a minha mãe, Nilva Pinheiro, é dona de casa. Meu pai ensinou para a gente, para mim e para os meus irmãos, sempre trabalhar. Trabalhar de verdade mesmo. Quando era molequinho, quando tinha as férias escolares, ao invés de soltar pipa, a gente ia para as fazendas, nas mangueiras, para fazer as coisas com ele. Com oito anos de idade, acordava cedo nas férias para ajudar meu pai a pegar as ferramentas. Meu pai ensinou a gente muito cedo a trabalhar. Até hoje eles moram aqui em Marília.
MN – Você tem mais irmãos?
João Pinheiro – Sou o irmão do meio. Tenho um irmão mais velho e uma irmã mais nova.
MN – Como foi sua infância aqui em Marília?
João Pinheiro – Morei na zona norte. Sabe onde é o Lavínia? Não tem aquela rua que é dos coqueiros? Um pouquinho para baixo dali, perto da rua Salmourão. Ali antes tinha um campão de futebol. Foi há muito tempo. Estou te falando de coisa de 25 ou 30 anos atrás. Foi ali que a gente cresceu, fazendo tudo.
MN – Estudou em quais escolas?
João Pinheiro – Na escola Antônio de Batista e depois no Reginato.
MN – Você gostava de fazer o que na sua infância e adolescência?
João Pinheiro – Eu sempre fui aquele cara criado com o pai e com a mãe. Só brincava lá em casa mesmo, perto dali. Na época de brincar, nas férias, eu sempre ficava com o meu pai trabalhando, mas gostava de brincar de pipa, futebol com a molecadinha na rua.
MN – No começo então você ajudava seu pai?
João Pinheiro – Meu pai é muito amigo do pessoal do posto Gigantão, do seu Mário. Desde muito menininho a gente sempre ia na casa deles e trabalhava lá, porque meu pai era uma pessoa de confiança. Eu batia massa pro meu pai na rua, não era essas coisas de betoneira. Hoje é chique o negócio, não faz força, mas na época tinha que fazer massa mesmo, pegar a carriola lá, colocar pedra, areia, cimento. Eu ia lá e ajudava meu pai.
MN – Como deu seus primeiros passos profissionais?
João Pinheiro – Quando eu já estava nos 15 ou 16 anos, comecei a fazer desenho técnico mecânico, com ideia de fazer projetos e o meu primeiro trabalho foi na Estruturas Metálicas Brasil. Eu comecei lá nesse trabalho como desenhista. Era aquela época que a internet era discada. No meu tempo livre, quando chegava em casa, eu fazia pesquisas, principalmente sobre sustentabilidade. Quando eu tinha um tempo mais vago, ficava pesquisando o que era interessante, qual era o futuro. Comecei a analisar a questão do combustível. O petróleo um dia vai acabar. Comecei a pesquisar sobre etanol e entrei nessa parte de usina.
MN – Um desenhista técnico começou a se interessar por usinas de álcool?
João Pinheiro – Era muito complicado você ter um equipamento novo. Negócio difícil de andar. Comecei a fuçar e entrar na internet, fui tendo muito contato e fui ligando as pontas. Achava um equipamento pela internet e achava também a pessoa que queria comprar o equipamento. Eu ligava as pontas, intermediava o negócio.
MN – Você se especializou em encontrar equipamentos parados?
João Pinheiro – Um equipamento demorava um ano pra entregar, mas eu encontrava a máquina para o cara. Essa era a minha mineração. Conseguia achar e tinha que fazer uma manutenção do equipamento. Eu conseguia organizar a venda toda e fui conhecendo muita gente. O meu sonho era ter uma moto. O primeiro negócio que eu ganhei dinheiro legal, tinha 20 anos e ganhei R$ 50 mil. Para quem tinha um salário de desenhista técnico, quando ganhei aquele dinheiro achei que estava rico.
MN – E você realizou o seu sonho?
João Pinheiro – Meu sonho era ter a moto esportiva. É uma coisa que a escola não ensina, só a vida ensina. Já tinha R$ 50 mil e a moto era na época uns R$ 35 mil. Eu pensei, se colocar todo o capital aqui, vou ficar descapitalizado. O que adianta eu ter o helicóptero e não ter dinheiro pra colocar combustível? Dei uma parte e o banco financiou o resto para mim. Comprei e não deu três meses, eu bati a moto. Estava muito rápido, uns 220 quilômetros por hora, no final da Esmeralda.
MN – O acidente foi grave?
João Pinheiro – Bati essa moto e me machuquei. Eu trinquei o pé, porque eu estava batendo marcha. Bati bastante a cabeça. Estava de capacete aberto, mas conforme eu bati, caí de costas e fui arrastando. Perdi uns 70% da audição do lado direito. Eu tenho um barulhinho, fica sempre zumbido. Faz 20 anos que eu durmo e acordo com ele, todo dia.
MN – Você tinha pouca experiência em andar de moto?
João Pinheiro – Eu era molecão, com 20 anos. Pensava que sabia frear, que era o Valentino Rossi. Essas motos são outra realidade também. Uma coisa surreal. Era domingo, dia 26 de novembro. Eu tinha acabado de comprar o jornal de domingo e estava indo para a igreja. Eu participei por 17 anos do grupo de louvor da Igreja Presbiteriana do Brasil.
MN – Você tocava algum instrumento?
João Pinheiro – Piano e bateria. Aprendi o baixo, guitarra e violão.
MN – Ainda toca alguma coisa?
João Pinheiro – Eu tenho em casa um piano, um violão e uma bateria eletrônica. Quando dá vontade de louvar a Deus, eu pego os instrumentos. Fiquei 17 anos participando do grupo de louvor, até que quando eu bati a moto, estava indo ensaiar com a turma. Eu ainda tenho vários amigos desse tempo, só que não participo mais da igreja. Hoje eu vou na Igreja Batista. Quando eu bati essa moto, meu pai e meu irmão foram ver o acidente e acharam que eu tinha morrido. A moto rachou no meio. Foi o meu segundo nascimento. Foi um livramento. Acredito muito em Deus e nesse período que eu fiquei lá no hospital, eu falei, Deus, a minha vida é sua. Depois disso eu me recuperei. Trabalhei em outra empresa com estruturas metálicas e continuava fazendo alguns negócios. Conheci os donos das plantas de usinas e eles viam a força de vontade. Sempre fui muito curioso. Fui fazendo pequenos negócios e com 25 anos já entrei em participação de uma usina.
MN – Por qual motivo decidiu entrar para a política?
João Pinheiro – Se for da vontade de Deus. Eu não falo que é só política, é um propósito. É um propósito, porque 30 anos vendo a mesma coisa e não muda.
MN – Mas quando surgiu essa vontade?
João Pinheiro – Já faz alguns anos. Tem muitos projetos que a gente participa. Eu sempre fui uma pessoa que gostava de ajudar. Gosto de ajudar e fazer as coisas. Tanto é que eu participei 17 anos da equipe do louvor da Igreja e sempre tentava ajudar em alguma coisa, na medida do possível. Eu sou um cara que já precisou do SUS, já andou no famoso Mercedão, com 40 pessoas, o conhecido ‘buzão’. Já estive lá, sei como é. Eu sei o que é passar necessidade, entende? Eu sempre tive no coração essa vontade de ajudar. Graças a Deus, hoje não preciso de política para viver, já tenho minha vida, graças a Deus, estabelecida.
MN – Nos seus negócios, como as pessoas enxergam essa possibilidade de ingressar para a política?
João Pinheiro – Marília é a capital nacional do alimento e eu trabalho com a questão do açúcar, exportação. É tanta gente que vem aqui falar comigo, chineses principalmente, querendo fazer parcerias. Já perguntaram o que eu achava deles montarem uma indústria aqui de placas de energia solar fotovoltaica. Acontece que confiam em mim e a ideia é montar uma indústria considerada de médio/grande porte para eles, com cerca de 10 mil empregos, com investimento em torno de US$ 4 bilhões. Perguntaram se eu confiava na atual gestão e eu disse que infelizmente a nossa atual gestão não está preparada para ouvir um número desse. Eu falei que não era o momento.
MN – Você acredita que se ganhar vai conseguir isso para Marília?
João Pinheiro – A única forma de você ajudar é fazer o quê? Gerando emprego. O capitalismo que faz a coisa movimentar. Qualquer pessoa, seja mais simples, da classe mais humilde que for, o cara hoje tem um smartphone na mão e acessa a internet, tem uma rede social. Foi a direita que constituiu tudo isso.
MN – Tem muita gente que não gosta de você?
João Pinheiro – Eu administro frotas de avião, de helicóptero, empresas, negócios, e graças a Deus muitas pessoas são beneficiadas com isso. Mas tem muita gente que, infelizmente, também odeia a gente. Muitas pessoas querem nos prejudicar. Às vezes, parte para o outro lado, quer sair do lado comercial e envolver a gente com outras coisas que não tem nada a ver. Eu vou fazer o quê? Se as pessoas querem partir para o lado da ignorância, é questão jurídica. Advogado foi feito para fazer isso. Só que a partir do momento que parte para o outro lado, esquece, não fala mais com a gente, não vou ser um canal de ganhos para você.
MN – Você acha que entrando na Prefeitura consegue trazer esses investimentos para Marília?
João Pinheiro – Eu falo para você e comprovo. Não era o momento de falar certas coisas, mas esses são os chineses. Fora os árabes. Eles já queriam fazer uma carta, um ofício para apresentar para a mídia. Uma carta de interesse, né? De intenção.
MN – Marília precisa de mais empregos?
João Pinheiro – Precisa de emprego. Quer fazer uma coisa girar? Tem que ter emprego. Você vê tantas indústrias aqui, mas parou. Cadê as indústrias daqui? As pessoas querem trazer as coisas para cá, mas existem umas certas burocracias. Tem que pensar no coletivo e fazer a ciranda da economia rodar. Todo mundo é beneficiado. Marília parece que há muito tempo se travou, se fechou. São só os caciques.
MN – Como que surgiu o PRTB?
João Pinheiro – Já conhecia o PRTB pelo Levi Fidelix. A gente começou a sondar alguns partidos, vendo a questão política aqui de Marília também, que é muito complicada. Fui também verificando os outros partidos. O PRTB está se reestruturando. Faço parte do Diretório Nacional de Brasília. Isso é muito importante para a gente. Ter essa ligação direta com Brasília. Porque é tudo mais fácil. Para a cidade mudar, tem que ser uma gestão nova e eficiente. É o que a gente pretende fazer aqui para Marília. Aplicar o que deu certo e está dando certo para a nossa gestão empresarial. Porque a Prefeitura também é como uma grande empresa
MN – Como você viu a questão da concessão do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem)?
João Pinheiro – Desde o começo me posicionei contra. O Daem é como se fosse uma Petrobras. Precisa de gestão. Não fazer que nem outras pessoas aí fizeram. Não é deixar largado para as traças, para acontecer justamente o que estão querendo fazer agora. Se você colocar outra empresa aqui para cuidar vai ficar tudo mais caro.
MN – Como você pretende administrar uma cidade com uma dívida que ultrapassa R$ 1,3 bilhão?
João Pinheiro – Tem jeito. Trazendo indústria para cá. Tudo a gente consegue resolver como? Na parceria. Quem é parceiro consegue fazer as coisas. Fazendo algumas isenções de imposto para algumas empresas, de gente que quer fazer investimento aqui. Se chamassem as pessoas, eles entenderam o potencial que vem da cidade. Marília tem que voltar a ter aquele nome, a Capital Nacional do Alimento. E aí fazer com que a cidade prospere. A cidade prosperando, todo mundo prospera e faz a coisa girar. O problema é colocar pessoas que não têm a mínima noção. Não estou querendo me engrandecer. Hoje eu tenho uma empresa que só o capital social dela é R$ 3 bilhões. Declarada há anos e anos. Hoje a gente sabe o que é um número desse. Mas será que essas outras pessoas que estão para entrar lá sabem o que é R$ 1 bilhão? É muito dinheiro. Só que a gente já vive isso. É um número que eu vivo. Isso assusta se o cara não tiver conhecimento.
MN – Quando mudou o patamar da sua vida?
João Pinheiro – Quando eu tinha 30 anos, casei com a minha primeira esposa, a Cristiane. Eu sempre tive uma vida muito tranquila. Vivia com os pais, tranquilo. Tinha um dinheiro para fazer o que eu queria. Muito tranquilo. Depois do meu casamento, comecei a entender a responsabilidade de ser o homem da casa. A minha falecida esposa era médica ginecologista e obstetra. Ajudava muito. Chegou um tempo que os equipamentos pararam. Parou a indústria. Só que o que não parou foi o quê? A exportação. Tive que mudar a estratégia aqui e comecei a me atentar mais nessa questão da produção, entender mais como é que funciona isso tudo. Com 30 anos participei de alguns leilões, comprei indústria desativada e fui fazendo esses investimentos. Já sabia onde colocar as máquinas, não só em usina, mas tinha outras indústrias também. Temos vários clientes esparramados aí no Brasil e mundo. Já tive máquina que eu desmontei daqui do Rio Grande do Sul e mandei para a Bolívia. Máquina que eu desmontei aqui de São Paulo e foi para Venezuela.
MN – E como você recebeu a notícia da queda do avião na Venezuela que tinha sido seu?
João Pinheiro – Eu sou muito sortudo. Esse avião era meu. Eu vendi aqui em setembro e ele caiu lá na Venezuela. Na hora que eu recebi a notícia, vi a foto, eu sou tão abençoado, só sobrou o nome.
MN – Já sabem o motivo da queda?
João Pinheiro – A gente vendeu para um grupo lá de Tocantins. Tanto é que o Rodrigo e o outro piloto levaram lá pra Palmas. O pessoal lá pagou a gente e aí depois de lá, eles foram parece que pra Manaus. Eu fiquei sabendo no sábado, depois na segunda-feira a Polícia Federal estava me ligando já. Mandei todas as documentações. O que chamou a atenção até da mídia também foi essa história do piloto. Eu não sabia quem que era o piloto. Compraram meu avião e não sei quem vai pilotar. Você me pagou, já era. O piloto que faleceu eles estão verificando se são os mesmos pilotos que derrubaram um avião aqui em Birigui e tinha fugido. Eu realmente não sei falar o que pode ter derrubado o avião. Pelo horário que eles falam, parece que foi de noite, mas com esse tipo de avião, voando monomotor é muito perigoso você voar à noite.
MN – Você parou para pensar que podia ter caído com você?
João Pinheiro – Eu só voava de dia com ele. Esse avião é mais seguro do que voar em um jato. Se dá um problema no motor e se tiver de dia, você consegue planar. Você vai segurando e consegue ver. Você não vai bater, não vai cair de uma vez. O piloto consegue ir levando até pousar. É a mesma coisa que o planador. Você mantém uma velocidade e vai diminuindo até ver um lugar que dá para descer.
MN – Você já passou algum apuro no ar?
João Pinheiro – Já, vários. Uma vez voltando de uma feira, com outro avião, ele parou o motor. A gente já estava chegando aqui. Eu não sou o Pablo Marçal, não tenho essa habilidade. Só perguntei para o piloto se estava tudo bem e ele falou que perdeu o motor. Estava a Vitória (esposa), a avó da Vitória, meus dois pequenininhos Maria Eduarda e João Eduardo, além de um casal de amigos, a filha do piloto e o namorado dela. A gente tinha um excelente piloto e conseguiu pousar.
MN – Qual foi o primeiro avião que você comprou?
João Pinheiro – Na verdade tenho muita participação. Depois dos 30 anos eu comecei também a entrar nessa parte de alguns leilões, participando de algumas empresas e comecei depois também a fazer a comercialização do produto do açúcar. Em 2014 a gente fez uma modificação do nome da empresa. Era Justin Sugar Brazil, mas por causa de uma empresa de fora que acabou trazendo uns problemas gigantescos para a gente, eu tive que tirar esse Justin aí e ficou só Sugar Brazil. Depois disso eu comecei a comercializar de forma independente, fui fazendo as coisas e eu sempre tive participação em aeronave, mas deixava em São Paulo. Nunca tinha nada aqui. Eu tinha uma vida muito fechada, reservada. Em 2021 eu perdi minha primeira esposa, devido a uma fatalidade que aconteceu. Na minha opinião uma besteira, que nem a própria imaginava que ia acontecer. Eu tive que reorganizar toda minha vida, reestruturar tudo. Esse hangar aqui estava parado fazia 20 anos. Quando eu perdi a esposa, quis ficar mais perto dos meus filhos.
MN – Qual era a idade dos seus filhos na época?
João Pinheiro – A Maria Eduarda tinha quatros anos na época e ela é autista. O meu filho tinha quatro meses. Eu tive que ser pai e mãe durante quase 5 meses da minha vida. Eu tive que organizar toda a minha vida.
MN – Hoje você está casado novamente?
João Pinheiro – A Vitória eu conheci cinco meses depois, quando aconteceu tudo isso. E isso é uma coisa muito legal você falar. Eu não acredito em coincidência. Eu acredito em Jesus. Na coisa de Deus. Quando eu conheci a Vitória, ela nasceu exatamente no dia que eu bati a moto e tive a segunda chance na minha vida. Ela nasceu dia 26 de novembro. Vitória, no dia 26 de novembro.
MN – Quando trouxe as aeronaves para cá?
João Pinheiro – Em 2021 eu montei aqui e trouxe essas aeronaves pra cá, para ter mais uma praticidade. Tempo é dinheiro e quem ganha tempo, ganha dinheiro. Eu tinha uma participação já nesse helicóptero, que acabei comprando 100%. A ideia era ter mais tempo mesmo, tranquilidade e conforto para ver os filhos crescerem. A primeira aeronave de 100% foi o helicóptero mesmo, e depois foi essa daqui que caiu, que foi 100%, que eu comprei e que depois eu vendi. Administro hoje umas 12 aeronaves e dois helicópteros. Eu só administro. O negócio de ser dono é muito difícil.
MN – Como é que você lida com essas acusações de estelionato?
João Pinheiro – É chato a gente ouvir, claro que é chato. A política aqui em Marília, não só em Marília, em outros lugares também, a gente observa que é suja, né? Mas eu sei já quem fica fazendo isso. Eu acho ridículo só. As pessoas são pagas para fazer. Entende? Tem pessoas que querem te prejudicar na polícia. Você tem que ir lá e prestar um esclarecimento. Só que eu acho um absurdo. Envolver as vezes até o Ministério Público, pra ficar lá com 500 páginas, verificando o negócio de uma pessoa que está trabalhando, tentando fazer as coisas. É imbecil um cara que faz um negócio desse. Esse cara tentou fazer um negócio com a gente, colocou R$ 120 mil num negócio mas acabou dando um problema com a própria usina. A pessoa colocou R$ 120 mil no negócio. Eu dei depois um terreno, uma avaliação, R$ 670 mil. Não quero nem xingar, porque tudo volta pra mim. Tem gente que precisa de Deus no coração, só isso. Eu não levo pro lado pessoal. Pra mim é só negócio.
MN – Outro assunto polêmico é um vídeo que viralizou com você fazendo manobras perigosas no centro de Marília ao lado de um hospital. Pode se explicar?
João Pinheiro – É incrível, parece até conversa, mas eu já tive uma Lamborghini Huracan e uma Lamborghini Gallardo. Esses carros, cara, são incríveis. O cara tem que ser piloto para andar mesmo, viu?No dia que eu tava lá em frente ao barzinho, ali do lado do hospital, isso era umas duas horas da manhã, não tinha movimento nenhum. Eu ia fazer uma curva para voltar e acelerei, foi até muito engraçado porque eu não tinha noção. Eu não sou piloto. Acelerei para virar e o que aconteceu? Ele é tão grande e tão rápido que deu dois giros. Eu não me atentei a isso. A minha ideia era só virar, pegar e descer a avenida. Foi uma ‘cagada’ aquilo. O cara tem que ser muito bom para fazer aquilo na verdade. Até porque tinha uns carros estacionados por perto. As pessoas falam, metem o pau em mim por causa disso aí, mas foi um erro. Foi um erro. Se fosse a minha intenção também, pegar e dar um giro naquele lado, ia ser um erro também.
MN – Você gosta de velocidade?
João Pinheiro – Eu gosto desses carros. Eu gosto de velocidade e a gente está até apoiando aqui no autódromo de Marília. É uma iniciativa privada fazendo a coisa andar, porque se você esperar a iniciativa pública, não acontece.
MN – Você acha que é possível reverter decisões como a venda do Daem ou instalação dos radares em Marília?
João Pinheiro – Falar é fácil. A gente só tem que ver como é que está essa questão. Porque não é simples chegar lá e dar uma canetada. Existe multa contratual. Não é simples assim. A Prefeitura é uma grande empresa e ela tem as responsabilidades dela. Tem que analisar.
MN – Você teve um desentendimento com o Eduardo Nascimento? Teve alguma briga com ele?
João Pinheiro – Eu não sou político. Entende? Eu não sou político. Eu sou um gestor, sou um administrador. E que graças a Deus as coisas dão certo. Eu sou muito prático e não tenho rabo preso com ninguém. Eu não tenho o que ficar pedindo pelo amor de Deus, ou seja, eu não preciso disso. Essa questão do título de Cidadão Mariliense, o Eduardo achou interessante a minha história e ia ser concedido.
MN – Ele queria um apoio seu? Ele te pediu alguma coisa?
João Pinheiro – O que eu percebi? Que queria fazer alguma coisa, alguma junção política. Só que se eu vou fazer alguma coisa, é algo novo. Tem que ser uma novidade. Tem que ser uma renovação mesmo. Uma renovação com sucesso. Tem que ser uma reestruturação total. Marília tem uma mentalidade muito pequena. Infelizmente. Tem que mudar essa mentalidade.
MN – Qual sua opinião sobre pessoas que espalham imagens suas e falam sobre suas polêmicas em tom negativo?
João Pinheiro – Essas pessoas não vão pagar nada para mim. Tenho o poder de segurar a respiração, mas os nossos batimentos cardíacos, só Deus. Se essas pessoas estão fazendo alguma coisa contra mim, não vai ser contra mim, vai ser contra Deus, porque eu tenho um propósito. As pessoas que querem fazer alguma maldade, já tem um recado. Se a vida começar a ser uma desgraça, não sou eu o culpado. Eles vão plantar e vão colher tudo quanto é desgraça que forem tentar fazer ou falar a respeito da minha vida. Sou uma pessoa lutadora, que acredita em Deus, temente a Deus. Entende? E acredito muito mesmo nisso. Quem quer prejudicar e ficar brincando com a minha imagem, não vai pagar para mim, não. Vai pagar para Deus. Porque eu creio nisso. Em nome de Jesus, que recebam todas as coisas positivas de Deus, e a Justiça dele também.