Eleição sindical tem tensão, ameaças e vira caso de polícia
As confusões envolvendo as eleições do Sindimmar (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Município de Marília) não param. Urnas foram levadas à força de dois locais de votação na terça-feira (15) e o caso foi registrado no plantão policial.
O boletim de ocorrência consta como “exercício arbitrário das próprias razões”, o popular fazer justiça com as próprias mãos.
No entanto mesários dizem que as urnas foram “roubadas”, houve agressão e os acusados fizeram menção de portarem armas nas cinturas em um dos casos. As urnas foram levadas da sede do Daem e na Garagem da Prefeitura.
Agora, o processo eleitoral está definitivamente suspenso. O Marília Notícia divulgou na terça-feira que o atual presidente da entidade sindical, Mauro Cirino, publicou um edital suspendendo a eleição por “insegurança jurídica”.
No entanto, uma determinação judicial proferida liminarmente já havia suspendido a autoridade de Cirino diante do pleito eleitoral.
Ao contrário do que diz o estatuto do Sindimmar, ele tentou formar uma comissão eleitoral com pessoas de fora do processo eleitoral, integrantes da Federação a que a entidade é vinculada – a Fesspmesp.
Cirino está recorrendo, mas enquanto isso outra comissão eleitoral foi anunciada pela Justiça como legítima, formada por um representante de cada uma das cinco chapas que disputam o controle do sindicato pelos próximos três anos.
O atual presidente disse recentemente ao Marília Notícia não reconhecer a autoridade da comissão que está sendo controlada por seus opositores.
A comissão nomeada na decisão liminar iniciou o primeiro dia de votação nesta terça, mesmo com dificuldade imposta pela atual direção do Sindimmar, que publicou o edital de suspensão citado acima.
A comissão eleitoral precisou pegar urnas emprestadas e solicitar na Prefeitura a listagem dos servidores, por exemplo. Após as confusões registradas, foi decidido que o pleito seria mesmo suspenso até que seja seguro realizá-lo. Os fatos serão relatados ao Judiciário.
Caso de polícia
Um homem de 35 anos que atuava como mesário no Daem disse que apareceram algumas pessoas desconhecidas e colaram “forçadamente” o edital de suspensão assinado por Cirino no local de votação.
Segundo o relato que consta no boletim de ocorrência houve tumulto e um fiscal foi agredido pelos desconhecidos. Mais tarde, os mesmos homens retornaram e usando ameaças e agressões (aparentemente sem lesões) a urna foi “roubada”.
Também uma mulher de 49 anos que estava de mesária na garagem da Prefeitura disse que por volta das 14h30 quatro homens invadiram o local subtraíram “mediante violência” a urna e fizeram menção de posse de arma.
A mulher anotou a placa do veículo em que os acusados fugiram. De acordo com ela, já haviam sido coletados 97 votos desde às 8h. Vídeos das duas ações seriam apresentados na Polícia Civil.
Um áudio que circula nas redes sociais de autoria desconhecida afirma que “pessoal do Mauro entraram aqui na garagem, derrubou uma menina e saiu tudo correndo. E pelo jeito estava tudo armado, viu?”.
“Acabaram de roubar a urna que estava aqui no Daem. Pessoal do Mauro acabou de entrar aqui, chutaram a gente e levaram a urna”, diz outra mensagem de voz.
Outro lado
A reportagem do MN tentou falar com o atual presidente do Sindimmar, mas ele não atendeu a ligação. No entanto, a outros jornalistas Cirino negou envolvimento com o ocorrido.