Educação municipal anuncia EAD, mas demora gera críticas
A Secretaria Municipal da Educação de Marília, após questionamento do Marília Notícia, informou que está desenvolvendo uma ferramenta digital – em parceria com o Centro Universitário Univem (Fundação Eurípedes Soares da Rocha) – para dar suporte ao aprendizado das crianças do ensino fundamental.
O titular da pasta, Helter Rogério Bochi, afirmou esperar “que as famílias possam interagir com os filhos e realizar ações da rotina, mas com aspectos pedagógicos” usando ferramentas digitais que a prefeitura vai oferecer.
“Essa ação está acontecendo em todo o Brasil. Sabemos da preocupação dos pais, mas essa é uma situação atípica. Os colégios particulares também estão se preparando da mesma forma. Será disponibilizado material impresso para os que não tiverem acesso à tecnologia”, disse.
A demora da Prefeitura de Marília para fornecer ferramenta online ou material impresso, porém, tem preocupado alguns pais de alunos.
Duas mães procuraram o MN, para relatar a frustração. Uma delas é uma servidora pública estadual de 40 anos, mãe de duas crianças na rede, mas prefere não se identificar para preservar os filhos.
Ela elogia o atendimento que as crianças recebem no ensino público do município, mas esperava que a Prefeitura já tivesse apresentado algum tipo de suporte.
“Estamos sem orientação. Tenho uma criança de quatro anos, no caso dele tudo bem, porque não é obrigatório. Mas meu outro filho tem sete, está sendo alfabetizado. Por mais que a gente se esforce, precisa do suporte de profissionais”, afirma a mãe.
Ela conta que foi informada pela escola da antecipação das férias, mas pelo tempo decorrido – desde o fechamento das escolas – já vê prejuízos. A mulher reclama ainda do impacto social, da falta de assistência educacional às crianças.
“Meu filho mais novo está em uma Emei-creche. Quem me ajudava com ele era a avó, que não pode mais por conta da pandemia. Mesmo podendo trabalhar, pela atividade que eu exerço, tive que pedir afastamento”, lamenta.
Informação e agilidade
Mãe de um aluno de 12 anos, uma comerciária de 43 – moradora na zona Norte – reclama de não receber orientações claras da Secretaria de Educação do município.
“Falaram que estas aulas perdidas serão repostas, possivelmente, em dezembro, antes das férias. Mas é muito tempo perdido. O Estado e também outras prefeituras já estão providenciando soluções, mas em Marília nada de concreto”, afirma.
A mãe afirma que a tecnologia disponível (meios eletrônicos), ou mesmo os prédios da Secretaria Municipal da Educação – onde seria possível fornecimento de algum tipo de material impresso – já deveriam estar sendo usados como recursos pelo município.
Ao MN, o secretário da Educação de Marília explicou que foi antecipado o período de recesso. Na semana entre os dias 16 e 20 de março, quando a frequência foi facultativa, as escolas prepararam as crianças para o período de isolamento social. Já no dia 23 de março teve início o recesso antecipado em si, que terminou na última segunda-feira (20). Os alunos, porém, ainda não voltaram para as escolas.
Em breve
A Secretaria não informou previsão, mas acredita que o ano letivo, com as fermentas digitais e impressos de apoio às famílias sem acesso à internet, será retomado “em breve”.
“Vamos anunciar amplamente quando essa plataforma estiver concluída e pudermos apresentar e oferecer aos pais e responsáveis”, disse o secretário.