Editais voltados a artistas locais consolidam a Cultura
No início da pandemia, em 2020, com espetáculos e apresentações cancelados, os artistas ficaram sem meios para geração de renda. Sem perspectivas – pelo menos no início -, muitos personagens relevantes do cenário cultural de Marília não conseguiam vislumbrar ações que pudessem angariar o setor mesmo em período de recesso.
Foi quando trabalho – até então desconhecido -, realizado pela Secretaria Municipal da Cultura, começou a ganhar forma e volume em prol dos artistas. Além de organizar e estruturar agendas e eventos, a pasta é responsável por auxiliar e tirar dúvidas sobre os trâmites burocráticos para participação nos editais públicos.
Com a crise sanitária, o trabalho neste sentido aumentou, bem como o número de participações e de projetos públicos aprovados para Marília.
Só no ano de 2020, foram inscritos 185 projetos culturais. Destes, 144 foram aprovados com verba total de R$ 691.300,00. No ano passado, os 55 projetos aprovados receberam aporte de R$ 354.160,95. Foram inscritos 175 no período.
Através da Lei Aldir Blanc, por exemplo, um dos editais lançados em 2020 previa uma seleção de projetos que seriam realizados on-line (via redes sociais). Para cada proposta, foi concedido um prêmio de R$ 1.500 por pessoa, totalizando R$ 184.500 mil.
COMEÇOU E NÃO PAROU MAIS
Carolina Montoro é arte-educadora e teve a primeira experiência justamente com os editais da Lei Aldir Blanc, em 2020. De lá pra cá, não parou de trabalhar. Ao todo, já participou de cinco editais, entre os municipais e do Estado, e foi contemplada em quatro deles.
Como arte-educadora, Carolina entende que a os editais são fundamentais para promover a cultura local. “O edital é um mecanismo que procura ser transparente e avaliar propostas culturais democraticamente, uma ferramenta de grande importância para toda a cadeia cultural. São fundamentais para a cultura e sua importância se potencializou nesse momento de tanta dificuldade no mercado da cultura e da arte”, afirma.
DJ MIRA PROAC
Dj Sayer preferiu ganhar experiência com os editais do município e ficou feliz com o resultado. Ele comemora o sétimo lugar em seu primeiro projeto inscrito, em edital de 2021, e o saldo do evento, um Festival de Música realizado na avenida das Indústrias, no dia 17 de abril deste ano.
E esse foi só o começo. Agora, Sayer tem outras ideias para continuar escrevendo outros projetos como artista para o Estado e pretende, em breve, participar do Programa de Ação Cultural (ProAc).
“Eu venho estudando como participar (dos editais). Como produtor cultural desses editais, eu já vinha namorando escrever alguma coisa para o ProAc, só que ele é um pouco mais complexo. Então achei que os editais municipais poderiam ser uma escola. Fiquei responsável pelo projeto, que eu escrevi, mas envolvi onze pessoas, sem contar aquelas que trabalharam indiretamente no evento. Fui estudar projetos que já haviam sido aprovados em outro momento, e fiquei muito preocupado em devolver esse investimento para o público, para que ele fosse o maior premiado”, conclui o DJ, que busca novas oportunidades.