Edina acertou no pênalti? E no gol? Veja análise de lances do clássico
A vitória desta quarta-feira (14) do Santos sobre o São Paulo, em jogo válido pelo Campeonato Paulista, contou com duas polêmicas envolvendo a arbitragem de Edina Alves Batista. A reportagem destacou os dois lances e ouviu a opinião de ex-árbitros.
PÊNALTI DE WELINGTON EM OTERO
Aos 19 minutos do segundo tempo, Welington e Otero disputaram a bola dentro da área do São Paulo, e o santista caiu após choque com o lateral. A árbitra, inicialmente, não marcou penalidade, mas foi chamada pelo VAR comandado por Luiz Flavio de Oliveira e assinalou infração. Morelos deslocou Rafael e marcou o único gol do jogo.
Ulisses Tavares: “O pênalti é claro, o Welington foi imprudente na sua atitude. Não sei porque houve demora na marcação.”
Manoel Serapião: “Pelo ângulo da televisão, o Welington fez o movimento para jogar a bola antes do Otero, e o Otero é quem toca no rival. Nesta imagem, não teria sido pênalti, porque o Welington não jogou a bola efetivamente, mas também não criou obstáculo ou calço no Otero. O santista é quem chuta a perna do são-paulino por trás.”
João Paulo Araújo: “O pênalti realmente existiu, não sei porque ela não marcou de cara talvez porque estivesse longe da jogada e não percebeu uma coisa importante. Se o Welington toca na bola primeiro, não haveria pênalti. Como ele não tocou na bola, mas sim no Otero, o pênalti tem que ser marcado. O pênalti foi bem marcado pelo VAR.”
Guilherme Ceretta: “O pênalti é correto e dava para marcar sem usar o VAR. Ainda bem que a ferramenta foi bem utilizada pela equipe de arbitragem.”
Alfredo Loebeling: “A arbitragem da Edina foi muito ruim, ela não é uma árbitra que mantém o controle da partida. Ela perdeu o controle disciplinar, não manteve critérios, não soube utilizar os cartões… ela se perdeu no jogo. O VAR salvou: sem querer também é pênalti. Houve a penalidade porque o Welington toca no Otero.”
Emidio Marques: “A decisão foi acertada porque a bola está distante dos jogadores. O Welington atinge somente a perna do Otero, não existe possibilidade nenhuma de disputa de bola. A queda do Otero foi motivada pelo calço feito pelo jogador do São Paulo.”
GOL ANULADO DE ERICK
Já nos minutos finais do clássico, Erick recebeu cruzamento dentro da pequena área, dominou e bateu ao gol de João Paulo. Edina chegou a validar o gol, mas novamente acabou chamada pelo VAR e mudou sua decisão, anulando a jogada por mão na bola do são-paulino.
Ulisses Tavares: “Foi bem anulado, pois o Erick toca na bola com a mão. Este lance é mais difícil devido à velocidade da jogada.”
Manoel Serapião: “A imagem mostra que teria tocado no braço do jogador, e se tocou, ainda que tenha sido acidental e ele fez o gol imediatamente, não um companheiro, o gol tem que ser anulado efetivamente. É texto de regra, não tem nem interpretação. Se a bola tocou no braço, o gol foi muito bem anulado. A imagem não me dá a segurança, mas tudo indica que tocou. Se não tocou, gol legal. Se tocou, mesmo acidentalmente, gol ilegal que teria que ser anulado.”
João Paulo Araújo: “Na minha opinião, foi gol legítimo. Se tocou na mão ou não, a mão está junto ao corpo. O Erick não usou a mão para se beneficiar da jogada, apenas a bola bateu na mão dele, que estava junto ao seu estômago. É o que todo jogador faz: coloca a mão junto ao corpo. Falam que o braço não pode ser extensão, mas neste caso não foi: a mão está colada ao corpo. Pelo que vi, me parece até que a mão estava um pouco fechada. Na minha opinião, gol legítimo.
Guilherme Ceretta: “O gol anulado foi textual e não cabe interpretação. Coube ao VAR salvar o jogo. O trabalho em equipe ajudou.”
Alfredo Loebeling: “Sobre o gol do Erick, não tenha dúvida que ela também acertou, mas era um lance que daria para ver no campo. A regra é muito clara: nenhum gol pode sair de jogada direta com toque de mão. Se fosse pelo meio de campo, tudo bem, mas não foi o caso. A anulação do gol é clara. Nada disso tira dela uma péssima arbitragem. É muito jogo para ela. Não dá para analisar a arbitragem só por lances polêmicos. Ela foi muito mal na partida.”
Emidio Marques: “O lance foi induzido pelo VAR. Faltou convicção à Edina antes, durante e depois de ver e rever o lance. A bola que vai em direção ao Erick, e não ele em direção à bola além disto, em instante nenhum fica caracterizado que ela toca na mão do atacante. Faltou independência à árbitra para discordar do VAR e ficar com a sua opinião anterior. Talvez isto tenha sido influenciado pela manifestação, antes da partida, do Santos”.
Por Bruno Madrid