Economistas aumentam previsão da inflação e mantêm Selic sem cortes no ano
Os economistas ouvidos pelo Banco Central mantiveram a previsão da Selic em 10,5% ao final deste ano, após a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) da instituição de acabar com o período de cortes e manter o índice neste patamar. Com isso, o mercado avalia que não haverá mais redução da taxa de juros em 2024.
Em compensação, os analistas aumentaram a inflação e o PIB (Produto Interno Bruto) de acordo com o boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (24).
A decisão unânime do Copom, divulgada na última quarta-feira (19), de manter a taxa em 10,5% foi alvo de críticas do presidente Lula, que afirmou que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, é um adversário e que a troca no comando da instituição no final deste ano trará “normalidade” à política monetária do país.
O anúncio do Copom de encerrar o período de cortes na Selic já era esperada pelos analistas, que haviam previsto a taxa em 10,5% na semana passada.
O mercado acredita que o aumento de preços terminará 2024 em 3,98%, uma variação positiva de 0,02 ponto percentual em relação ao último levantamento.
É a sétima semana consecutiva que os analistas elevam a sua expectativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em 6 de maio, quando começou a sequência de altas, a previsão era que a inflação fechasse o ano em 3,72%. Nesta segunda, os economistas também cresceram a previsão para 2025 para 3,85%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Já o PIB subiu para 2,09%, alta de 0,01 ponto percentual em relação à semana passada. Nos três anos seguintes, houve manutenção do índice em 2%. Na Selic, também não houve variação para 2025 (9,5%), 2026 (9%) e 2027 (9%).
A previsão para o dólar neste ano voltou a subir pela segunda semana seguida, indo a R$ 5,15, mesma previsão para 2025 e 2026.
O boletim Focus é divulgado toda segunda-feira pelo BC e ouve economistas do mercado.
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POR FERNANDO NARAZAKI