Dono de ‘site golpista’ envolvido em escândalo nacional sofre condenação em Garça
O homem identificado pela polícia como o dono de um site fraudulento de comércio eletrônico – com milhares de vítimas pelo país – sofreu mais uma condenação por estelionato, dessa vez, na Comarca de Garça. O réu foi denunciado por uma moradora local, que amargou prejuízo ao comprar uma geladeira.
A investigação na região de Marília contribuiu para revelar um caso com desdobramentos e repercussão nacional. O site “123 Importados” foi alvo de uma operação em julho de 2020 – dois meses depois de lesar a moradora de Garça.
A força-tarefa cumpriu mandados em Jaú, na Capital do Estado e em Mauá. Integrantes do grupo foram presos e tiveram bens apreendidos, incluindo veículos de luxo, como uma SUV da famosa Jaguar, avaliada em meio milhão de reais. A polícia estimou prejuízos de até R$ 10 milhões, com pelo menos dez mil vítimas pelo país.
METADE DO PREÇO
A decisão foi proferida pelo juiz Tiago Tadeu Santos Coelho e ainda é passível de recurso. Sentença – proporcional ao crime em Garça – foi fixada em um ano e meio de detenção, além de multa e ressarcimento à vítima.
A investigação da Polícia Civil chegou ao acusado ao apurar denúncia de uma consumidora que comprou uma geladeira pelo site “123 Importados” e não recebeu o produto, apesar de ter pago o valor de R$ 1.199,90.
O inquérito revelou que, embora o site estivesse registrado no nome de um “laranja”, o dinheiro recolhido por meio de boleto foi depositado diretamente na conta bancária do réu, sócio único da empresa emissora do boleto.
Durante o julgamento, a materialidade e autoria do crime foram comprovadas por meio de boletim de ocorrência, declarações das partes envolvidas e relatórios de investigação.
O caso abriu uma discussão sobre as responsabilidades das emissoras de TV que exploram telemarketing e abrem espaços para anunciantes que vendem pela internet ou telefone.
A investigação apurou que o grande número de vítimas do site – até então sem grande alcance – só foi possível após anúncio em uma rede de televisão. Na época, o caso foi explorado amplamente, em forma de denúncia, por uma emissora concorrente.