Dólar registra alta com inflação americana e Haddad no radar
O dólar registrava alta nesta sexta-feira (12), descolando-se do desempenho em relação a outras divisas exportadoras e emergentes no exterior, enquanto investidores repercutem novos dados de inflação ao produtor nos Estados Unidos e a participação do ministro Fernando Haddad (Fazenda) em evento nesta manhã.
A Bolsa brasileira também operava em leve alta, caminhando para o décimo pregão positivo seguido, com apoio das ações da Vale e da Petrobras, as empresas de maior peso do Ibovespa.
Nos EUA, o Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao produtor para a demanda final subiu 0,2% em junho, depois de ter ficado inalterado em maio. Economistas consultados pela Reuters haviam previsto alta de 0,1%. Nos 12 meses até junho, o índice subiu 2,6%, depois de avançar 2,4% em maio.
O aumento moderado dos preços ao produtor surge após o Departamento do Trabalho ter informado na véspera uma queda inesperada do índice de preços ao consumidor de 0,1% em junho, dando força às apostas de que o Federal Reserve deve iniciar seu ciclo de cortes de juros em setembro.
No Brasil, Haddad defendeu nesta manhã a necessidade de “paciência” para colocar a situação fiscal do Brasil em ordem, ao mesmo tempo em que afirmou ser uma “obsessão” organizar as coisas no governo.
Em sabatina em congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Haddad também afirmou que os dados econômicos divulgados recentemente têm surpreendido positivamente e que o Brasil vai crescer com a inflação em queda.
Às 10h50, o Ibovespa tinha oscilação positiva de 0,08%, aos 128.403 pontos, enquanto o dólar avançava 0,40%, cotado a R$ 5,463.
Na quinta (11), o dólar, fechou com avanço de 0,52%, a R$ 5,441, com profissionais citando certo esgotamento da queda mais recente das cotações e alguns efeitos técnicos sobre o real do forte avanço do iene no exterior.
Já a Bolsa registrou seu nono pregão seguido de alta, subindo 0,84% e terminando o dia aos 128.293 pontos. Novos dados mostrando desaceleração da inflação nos Estados Unidos e a regulamentação da reforma tributária no Brasil foram os principais eventos acompanhados pelo mercado.
“Temos mais um dia de Bolsa trabalhando no positivo por uma combinação de fatores. A aprovação da regulamentação da reforma tributária pela Câmara trouxe bastante otimismo, principalmente quando a gente olha a questão fiscal. Na semana retrasada, tivemos uma tensão em relação a falas do governo, à responsabilidade fiscal, e isso fez muito preço local. [A reforma] Acabou soando com um tom bem positivo”, afirma Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.
Nos EUA, o Departamento de Trabalho divulgou que o índice de inflação CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) desacelerou a 3% em junho, abaixo das previsões de 3,1% compiladas pela Bloomberg. Em maio, o índice havia ficado em 3,3%
Os novos números reforçaram o otimismo do mercado sobre o desaquecimento da economia americana, que pode auxiliar o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) a iniciar um ciclo de corte de juros mais rápido no país.
Após a divulgação, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os chamados “treasuries”, tiveram queda firme de quase 2%.