Dólar abre semana em queda com mercado à espera de dados da inflação
O dólar começou a semana com uma leve queda na manhã desta segunda-feira (24), após ter fechado em seu maior valor nominal desde julho de 2022 (R$ 5,46) na semana passada.
A moeda norte-americana estava cotada a R$ 5,4282, uma desvalorização de 0,24%, às 9h08 desta segunda-feira.
Nesta semana, os investidores estarão atentos à divulgação de dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos a fim de projetar o futuro da política monetária doméstica e global.
Na última sexta-feira (21), o dólar fechou em queda de 0,36%, a R$ 5,4406. A divisa americana teve sua quinta semana consecutiva de alta ante o real, com ganho de 1,10% nos últimos cinco pregões.
Já o Ibovespa teve em alta de 0,74%, a 121.341 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 1,4%, a primeira após quatro semanas de prejuízos.
Nos EUA, o viés foi misto. O S&P 500 recuou 0,16% e o Nasdaq, 0,18%. O Dow Jones, por sua vez, teve ganhos de 0,04%.
Na sexta, o mercado repercutiu novos números sobre o setor de serviços dos Estados Unidos, em busca de mais informações sobre a economia americana para alinhar apostas de quando os juros começarão a cair no país.
Pela manhã, a S&P Global divulgou o seu PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) Composto americano, que acompanha os setores de manufatura e serviços.
O indicador apontou que a atividade dos EUA a subiu de 54,5 pontos em maio para 54,6 pontos em junho, atingindo o nível mais alto desde abril de 2022, em meio a uma recuperação no nível de emprego – resultado acima de 50 indica expansão no setor privado.
O PMI preliminar de manufatura subiu de 51,3 em maio para 51,7 neste mês. Economistas consultados pela Reuters previram que o índice do setor, que responde por 10,4% da economia, cairia para 51. Já o PMI preliminar de serviços aumentou para 55,1, um recorde de 26 meses, de 54,8 em maio e expectativa de 53,7.
No entanto, as pressões dos preços diminuíram consideravelmente, oferecendo esperança aos investidores de que a recente desaceleração da inflação possa ser sustentada. As vendas no varejo quase não aumentaram em maio, depois de terem caído em abril, enquanto a construção de moradias ampliou o declínio, atingindo o nível mais baixo em quase quatro anos em maio.
Segundo analistas, os números refletem a alta taxa de juros americana, há um ano entre 5,25% e 5,50%, a maior desde 2001. A desaceleração na atividade fortalece a tese de que o Fed (banco central dos EUA) irá cortar juros em setembro.
“Esse quadro da atividade econômica nos EUA não está totalmente claro. Os últimos dados de varejo de produção industrial não foram bons. Por outro lado, os PMIs continuam fortes”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
O mercado brasileiro também se recupera dos últimos pregões, marcados pela tensão em torno da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de junho, encerrada na última quarta (19).
Na quinta (20), depois de começar o dia em queda firme, o dólar virou e fechou em alta de 0,35%, cotado a R$ 5,46, atingindo seu o maior valor nominal no atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).