Doença provocada por novo coronavírus recebe o nome de Covid-19
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta terça-feira, 11, o nome que foi escolhido para a doença causada pelo novo coronavírus, que começou a se disseminar no final do ano passado na China: Covid-19.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, explicou em coletiva de imprensa que a nomenclatura foi definida seguindo diretrizes acordadas entre a OMS, a Organização Mundial da Saúde Animal e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. O objetivo era definir um nome que não se referisse a uma localização geográfica, um animal, um indivíduo ou grupo de pessoas, e que também seja pronunciável e relacionado com a doença.
“Ter um nome é importante para impedir o uso de outros nomes que podem ser imprecisos ou estigmatizantes. Também nos fornece um formato padrão para uso em futuros surtos de coronavírus”, afirmou. Na falta de um nome, alguns veículos já estavam chamando-o de “coronavírus de Wuhan”, o epicentro da epidemia.
Até a manhã desta terça-feira (pelo horário local de Genebra, que está sete horas atrás do horário de Pequim), a OMS havia contabilizado o registro de 42.708 casos confirmados na China. “Tragicamente, já superamos mil mortes – 1.017 pessoas na China perderam a vida por esse vírus. A maioria dos casos e a maioria das mortes estão na província de Hubei, Wuhan”, afirmou.
Fora da China, de acordo com a OMS, foram registrados mais 393 casos em 24 países, com uma morte. Até o final desta terça, quando já será manhã de quarta na China, os números locais devem subir.
Orientações para conter a epidemia
Entre esta terça e esta quarta, a OMS organiza uma reunião com mais de 400 cientistas de todo o mundo, pessoalmente e virtualmente, para definir quais questões precisam ser resolvidas sobre a doença.
“Um roteiro de pesquisa também é importante para que as organizações que financiam pesquisas tenham uma noção clara das prioridades da saúde pública, para que possam fazer investimentos que produzam o maior impacto na saúde pública”, disse Ghebreyesus.
Segundo ele, apesar de o desenvolvimento de vacinas e terapias ser parte importante da agenda de pesquisa, ela é apenas uma parte. Ele afirma que uma vacina deve estar pronta somente em 18 meses. “Mas enquanto isso, não estamos indefesos. Existem muitas intervenções básicas de saúde pública que estão disponíveis para nós agora e que podem prevenir infecções agora”, afirmou.
“Enviamos suprimentos aos países para diagnosticar e tratar pacientes e proteger os profissionais de saúde. Aconselhamos os países sobre como evitar a propagação de doenças e cuidar de pessoas doentes. Estamos fortalecendo a capacidade laboratorial em todo o mundo. Estamos treinando milhares de profissionais de saúde. E mantemos o público informado sobre o que todos podem fazer para proteger sua própria saúde e a dos outros”, complementou.
O diretor da OMS pediu ainda a participação de todo mundo na estratégia de contenção: “Limpe as mãos regularmente, com álcool ou com água e sabão. Mantenha distância de alguém que está tossindo ou espirrando. E, quando tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com um lenço de papel ou com o cotovelo.”
Brasileiros em quarentena não têm o vírus
No Brasil, o Ministério da Saúde informou que não foi encontrado o vírus nos 58 brasileiros que estão em quarentena em Anápolis (GO). As 34 pessoas que viviam na China e os 24 tripulantes e profissionais de saúde e de comunicação que acompanharam a viagem de retorno dos repatriados tiveram amostras coletadas no domingo, 9, dia em que chegaram ao Brasil. Exames concluídos nesta terça-feira, 11, não encontraram traços do coronavírus.
O ministério também informou que há oito casos suspeitos no Brasil de infecção pelo vírus e outros 33 já foram descartados. Três dos casos são em São Paulo. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, nesta terça foi registrado um novo caso suspeito de paciente adulto da capital e, simultaneamente, foi descartado um outro caso na cidade.